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Paraolímpicos se surpreendem com festa na chegada ao Brasil
Por Maurício Savarese / UOL - 01/10/2004   13 de outubro de 2004
"Ouvir essa gente animada no aeroporto e sentir o público desse jeito é novidade para mim", conta Ádria dos Santos
Para a equipe paraolímpica do Brasil, mais surpreendente do que o recorde de 33 medalhas conquistadas nos Jogos de Atenas foi a recepção no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos/SP.
Com direito a faixas, uma pequena multidão na frente do portão de desembarque e até banda de música, os atletas não esconderam a alegria nem o estranhamento por serem tão celebrados.
"Fico muito feliz porque a sociedade se mobilizou em torno do esporte paraolímpico", disse o nadador Clodoaldo Silva, que conquistou seis medalhas de ouro na Grécia, nas provas de 50m, 100m e 200m livre, revezamento 4x50m medley, 150m medley e 50m borboleta na categoria S4. Ele nada utilizando apenas os braços. "Mas eu não acreditava que era tanto assim. Quando ligava para casa, me diziam que falavam muito em nós. Eu achava que não era verdade, porque amigo e família sempre exageram", brincou.
A velocista Ádria dos Santos, campeã nos 100m rasos, prata nos 200M na categoria T11 e nos 400m na T12, ambas para deficientes visuais, demonstrou o mesmo sentimento: "Levou um tempo para cair na real, ainda não entendi direito. Ouvir essa gente animada no aeroporto e sentir o público desse jeito é novidade para mim".
A nadadora Fabiana Sugimori, dona do título paraolímpico nos 50m livre, categoria S11, para deficientes visuais, também se empolgou com a recepção, mas mal via a hora de voltar para casa. "Sempre enfrentamos barreiras para vencer e precisamos muito dessa força que nos deram hoje", afirmou. "Agora tudo que eu quero é um pouco de férias e de descanso. A festa é boa, mas a gente precisa dormir um pouquinho".
O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino disse que o entusiasmo, apesar de ser inédito, é justo para com o esforço dos atletas. Já era hora de as pessoas reconhecerem. Todos nós lutamos para superar a dificuldade física por conta de algum problema e também lutamos contra nossos próprios limites. É um desafio em dobro", avaliou o dirigente.
De Guarulhos, muitos dos atletas seguiram em carreata em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, onde seriam recebidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
No Rio de Janeiro desembarcaram atletas do judô, natação, futebol de cinco e de sete. Eles foram recebidos com bateria de escola de samba, cartazes e faixas, e saíram do Aeroporto do Galeão em dois trios elétricos até Copacabana. "Estou feliz e com saudade de todo mundo. Espero que com esse desempenho o esporte paraolímpico cresça e tenha o apoio que está faltando. A performance do Brasil em Atenas é um convite para que outras pessoas que têm algum tipo de problema venham participar sem medo do esporte paraolímpico", disse Karla Ferreira, que é deficiente visual e conquistou a prata no judô.
Para a equipe paraolímpica do Brasil, mais surpreendente do que o recorde de 33 medalhas conquistadas nos Jogos de Atenas foi a recepção no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos/SP.
Com direito a faixas, uma pequena multidão na frente do portão de desembarque e até banda de música, os atletas não esconderam a alegria nem o estranhamento por serem tão celebrados.
"Fico muito feliz porque a sociedade se mobilizou em torno do esporte paraolímpico", disse o nadador Clodoaldo Silva, que conquistou seis medalhas de ouro na Grécia, nas provas de 50m, 100m e 200m livre, revezamento 4x50m medley, 150m medley e 50m borboleta na categoria S4. Ele nada utilizando apenas os braços. "Mas eu não acreditava que era tanto assim. Quando ligava para casa, me diziam que falavam muito em nós. Eu achava que não era verdade, porque amigo e família sempre exageram", brincou.
A velocista Ádria dos Santos, campeã nos 100m rasos, prata nos 200M na categoria T11 e nos 400m na T12, ambas para deficientes visuais, demonstrou o mesmo sentimento: "Levou um tempo para cair na real, ainda não entendi direito. Ouvir essa gente animada no aeroporto e sentir o público desse jeito é novidade para mim".
A nadadora Fabiana Sugimori, dona do título paraolímpico nos 50m livre, categoria S11, para deficientes visuais, também se empolgou com a recepção, mas mal via a hora de voltar para casa. "Sempre enfrentamos barreiras para vencer e precisamos muito dessa força que nos deram hoje", afirmou. "Agora tudo que eu quero é um pouco de férias e de descanso. A festa é boa, mas a gente precisa dormir um pouquinho".
O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino disse que o entusiasmo, apesar de ser inédito, é justo para com o esforço dos atletas. Já era hora de as pessoas reconhecerem. Todos nós lutamos para superar a dificuldade física por conta de algum problema e também lutamos contra nossos próprios limites. É um desafio em dobro", avaliou o dirigente.
De Guarulhos, muitos dos atletas seguiram em carreata em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, onde seriam recebidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
No Rio de Janeiro desembarcaram atletas do judô, natação, futebol de cinco e de sete. Eles foram recebidos com bateria de escola de samba, cartazes e faixas, e saíram do Aeroporto do Galeão em dois trios elétricos até Copacabana. "Estou feliz e com saudade de todo mundo. Espero que com esse desempenho o esporte paraolímpico cresça e tenha o apoio que está faltando. A performance do Brasil em Atenas é um convite para que outras pessoas que têm algum tipo de problema venham participar sem medo do esporte paraolímpico", disse Karla Ferreira, que é deficiente visual e conquistou a prata no judô.