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Nazaré da Mata recebe rainha com festa

Por Diário de Pernambuco   3 de novembro de 2001
Sílvia, da Suécia, conheceu trabalho desenvolvido pela associação de mulheres do município

O município de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, vestiu ontem as cores do Maracatu para receber uma visita literalmente real. Toda a cidade parou e os moradores saudaram, emocionados, com faixas de boas vindas, apresentação de dança folclórica e uma chuva fogos de artifício, a rainha Silvia, da Suécia. Ela esteve na cidade para conhecer de perto a Associação de Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam) - entidade não-governamental que recebeu, só este ano, recursos da ordem de R$ 150 mil provenientes da World Childhood Foundation (WCF), instituição fundada pela rainha, que luta há três anos pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes vítimas da violência, abuso e exploração sexual.

Antes de chegar à associação, a rainha Silvia visitou a casa de duas das 85 adolescentes da zona rural de Nazaré da Mata que fazem parte do projeto financiado pela entidade sueca. As irmãs Taciane Santos da Silva, de 17 anos, e Itaís Santos da Silva, 16, mal acreditavam que estavam diante da rainha que, segundo elas, mudou suas vidas por completo. "Hoje estou realizando um sonho. Nem parece verdade que eu recebi aqui na minha casa a rainha da Suécia. Eu sou completamente agradecida a ela. Tinha muitos problemas em casa com meu padastro pois ele não queria que nós estudássemos. Hoje posso dizer que tenho muito mais auto-estima, confiança e sei exatamente quais são os meus direitos, deveres e limites", declarou Itaís. "Minhas filhas estão recebendo o que eu jamais poderia dar a elas", completou a mãe, Ana Maria Gomes da Silva, 35.

PRESENTES - Quando a rainha chegou na Associação das Mulheres de Nazaré da Mata, uma grande comitiva a aguardava para mostrar um pouco de cada trabalho que vem sendo desenvolvido junto às adolescentes, com a verba doada pela WCF. As 85 meninas que compõem o projeto fizeram apresentações de coco-de-roda, maracatu e capoeira e contaram parte do aprendizado adquirido ao longo dos últimos dois anos. Em nome da Anuman, elas entregaram à rainha peças artesanais da região e também uma gola do maracatu. Vestida com o traje regional, ela fez um pequeno pronunciamento: "Estou muito comovida com tudo o que vi. Uma coisa é ler o trabalho e o sucesso de vocês, como tenho feito na Suécia. Outra é estar aqui e ver bem de perto o olhar e o sorriso de cada uma. Agradeço imensamente a vocês por esse momento", declarou.

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