Por Camila Doretto   12 de novembro de 2004
Foto de paulo Pampolim / Digna Imagem
Crianças de todas as Idades brincam na OCA
Na OCA, crianças de todas as idades aprendem nas aulas de música a tocar frevo, maracatu, ciranda, coco, cavalo-marinho –ritmos pernambucanos–, jongo, batuque –interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais–, entre outros. Nas aulas de dança, aprendem a traduzir em seus corpos esses ritmos. Nas de artes plásticas, entre as várias atividades está a confecção dos instrumentos que geram essa música.
Grande parte das crianças e jovens que freqüentam a OCA são filhos ou netos de migrantes nordestinos. Tudo que se ensina na OCA nasce da premissa de que, antes de qualquer pé de dança pré-estabelecido, essas crianças têm corpos que possuem memória em seus genes.
"Cada corpo tem uma história para contar, incluindo aí a hereditariedade de gestos, características físicas e brincadeiras que muitas vezes estão adormecidos", diz Vera Athayde, professora de dança da OCA. "O nosso papel é despertá-los para a identidade brasileira", afirma. Uma memória que é latente nas casas de muitas crianças, na figura dos pais ou dos avós, mas que quando despertada se revela viva em suas veias vencendo qualquer tempo ou distância.