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Entidade existe há 10 anos

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   8 de dezembro de 2004
Nos seus dez anos de existência a Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração passou de uma entidade assistencialista para uma instituição cujas ações são baseadas em propostas que promovam o crescimento humano.



Para a coordenadora da entidade, Regina Amure Varga, esta mudança no foco de atuação é resultado da convivência com as famílias que passam pela instituição. Segundo ela, todas as ações visam a mãe e as crianças atendidas em suas necessidades durante a espera por um transplante e o tratamento após a cirurgia.

Regina explica que esta mudança de foco na atuação foi possível com o aumento do espaço físico na nova sede, construída em 2003. Nela, criou-se uma estrutura mais adequada de atendimento com espaços específicos para cada atividade com as mães e as crianças. Atualmente, a casa conta com 56 leitos que correspondem à capacidade atual de atendimento do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas. De acordo com a avaliação do Instituto, a demanda registrada recentemente era de 50 leitos.

Este novo espaço físico conta com uma brinquedoteca, sala de atividades para as mães e para as crianças, uma cozinha didática, salas de estar, de reuniões e atendimento, além de lavanderia, refeitório, despensa, depósito e um bazar para as vendas das peças artesanais produzidas pelas mães.

Segundo Regina, o público atendido é de baixíssima renda e, por isso, optou-se por uma gestão participativa para fazer com que as famílias não só se comprometam a trabalhar pela instituição como também encontrem meios de se auto-sustentar. "Aqui, a mãe assina um termo de voluntariado e trabalha na gestão da casa. A ACTC faz com que o seu público atendido seja o seu próprio voluntário", explica.

Experiência própria – A voluntária Sandra Bonfiglioli trabalha no bazar da ACTC há um ano e meio e compreende muito bem a situação das mães que passam pela entidade. Ela mesma tem um filho com problemas cardíacos que foi operado pelo fundador da entidade, o doutor Miguel Barbero Marcial.

"Venho quatro vezes por semana e entendo que se não fosse esta casa as mães não agüentariam o estresse pelo qual elas passam durante a espera pela operação e a fase de recuperação das crianças", diz ela.

Terapia – A coordenadora de recebimento de doações do bazar, Luziene Almeida dos Santos, reforça o caráter terapêutico das atividades da entidade. Segundo ela, a convivência com as mães e as crianças assistidas acaba se transformando também em uma ação para minimizar os problemas. "O bazar é um refúgio para as mães. Elas vêm para conversar e acabam desabafando. Por isso, este é um trabalho que acaba criando vínculos fora da Associação", conclui. ( PC )

Informações pelos tels. (11) 3088-2286 e 3085-0624 ou no site www.actc.org.br

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