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Gelre inclui portadores de deficiência no mercado de trabalho

Por    4 de novembro de 2001
Foto de Arte/Rebraf Poucos portadores de deficiência se dispõem a entrar numa fila para pedir emprego. A sociedade, em geral, finge que o problema não é com ela, limitando-se a ações de caridade.
A Gelre, uma das maiores empresas de recursos humanos do país, já dispõe de um sistema de colocação profissional exclusivo para pessoas portadoras de deficiência.

Sensível ao mercado e ao segmento em que atua, a Gelre percebeu que as estatísticas não eram muito favoráveis à contratação de deficientes e que este cenário precisava mudar. Segundo Jan Wiegerinck, presidente da Organização Gelre, "trabalhar é um direito de todos e esse direito não pode ser tolhido". Baseado nesta filosofia, iniciou, em maio de 2.000, um trabalho voltado à inclusão do portador de deficiência no mercado de trabalho através da Divisão de Projetos Sociais.

A idéia surgiu a partir de uma constatação: poucos portadores de deficiência se dispõem a entrar numa fila para pedir emprego. A sociedade, em geral, finge que o problema não é com ela, limitando-se a ações de caridade. Com isso, muita gente capaz e eficiente deixa de trabalhar por ter vergonha de sua condição. Por outro lado, a existência da lei 8.213, de 1991, que obriga as empresas com 100 ou mais empregados a preencher de 2% a 5% de seus cargos com pessoas portadoras de deficiência, também merece atenção. "Nosso objetivo é criar as condições necessárias para estimular as empresas a adotar uma política de igualdade com os portadores de deficiência", afirma Luiza De Paula, gerente nacional da Divisão de Projetos Sociais da Gelre.

O mecanismo de funcionamento do banco de empregos é simples: a empresa abre a vaga, define o perfil da pessoa que deseja e avisa a Gelre, que através da Divisão de Projetos Sociais, se encarrega de recrutar e selecionar candidatos em parceria com algumas instituições de atendimento como APAE, ADD, etc. O processo não termina com a contratação. Depois da efetivação, tem início o acompanhamento e a supervisão do empregado e de seu ambiente de trabalho. "As pessoas que vão trabalhar com o portador de deficiência precisam compreender a situação e colaborar para criar um clima favorável de igualdade de oportunidade", diz Luiza.

O balanço atual do trabalho desenvolvido pela Divisão apresenta números expressivos. Hoje já são 371 portadores de deficiência contratados em 46 empresas, 68 Instituições Parceiras pelo Brasil e mais de 3.248 currículos cadastrados.

"Ao avaliarmos os resultados obtidos até o momento, constatamos ser possível ampliar a participação do portador de deficiência no mundo do trabalho, adotando uma estratégia de atuação mais direta e intensiva junto à sociedade", conclui Luiza. Para isso, a Gelre já dispõe de um site para cadastramento de currículos e vagas para portadores de deficiência pela internet. Através do endereço www.gelre.com.br as empresas podem disponibilizar suas vagas e o candidato cadastrar gratuitamente seu currículo para as mais diversas regiões do país.

O Brasil é, proporcionalmente, um dos campeões mundiais em população portadora de deficiência. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 15% e 20% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência adquirida ou congênita, o que representa, no mínimo, 25 milhões de pessoas. A causa que mais alimenta as estatísticas é a violência urbana. Todos os meses 8.000 brasileiros adquirem alguma deficiência em conseqüência de acidentes de trânsito ou armas de fogo.

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