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Costurando o acesso à inclusão social

Por Paula Cunha   26 de janeiro de 2005
Um centro de convivência que oferece atividades e atendimento especializado gratuito na zona Oeste da capital paulista. Este é o perfil da Estação Especial da Lapa - Centro de Convivência e Desenvolvimento Humano, que está intensificando a atuação junto aos portadores de todos os tipos de deficiências físicas, sensoriais e mentais. Neste ano, ela continuará com a política de reservar 70% de suas vagas, de um total de mais de três mil, a pessoas nestas condições. Elas terão acesso às oficinas profissionalizantes e a encaminhamento ao mercado de trabalho.

O objetivo do centro é reforçar a estratégia de integrar esta parcela da população à sociedade e oferecer às suas famílias suporte técnico e psicológico. Além das oficinas profissionalizantes, diversas atividades culturais e esportivas também são oferecidas. A diretora da Estação, Vera Lúcia Rodrigues Alves, explica que os candidatos passam por uma triagem feita por psicólogos que identificam as necessidades de cada um e as suas possibilidades de participação nas atividades escolhidas.

Segundo Vera Lúcia, os mais procurados entre os 15 cursos profissionalizantes oferecidos são os de informática, telemarketing e os voltados para serviços administrativos. Mas há também os de tapeçaria, de móveis, tricô a máquina, arte em couro, panificação e confeiraria, costura, elétrica, hidráulica e pintura. Vera acrescenta que o número de cursos pode variar conforme a demanda, já que empresas de diversos ramos têm procurado o centro para oferecer vagas e parcerias.

Ela esclarece que o mesmo critério vale para as oficinas culturais e cursos educativos (informática para deficientes mentais, linguagem de sinais e ensino fundamental para deficientes físicos). Para o ensino fundamental, existe a parceria com a Escola Estadual Thomas Galhardo.

Parcerias e resultados – Para desenvolver todas as atividades oferecidas à população, a Estação Especial firma parcerias com diversas entidades. A maioria dos cursos de caráter profissionalizantes conta com o suporte do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Ela também está ligada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo.

A Estação também auxilia seus alunos no momento de procurar uma colocação profissional e montou um registro de empresas que se comprometem a receber os participantes dos cursos. Por isso, a grande preocupação da Estação, atualmente, é manter a qualidade do conteúdo oferecido em todas as oficinas.

"De 30% a 40% dos alunos de cada turma conseguem uma colocação no mercado de trabalho. Consideramos este resultado bastante positivo", afirma Vera Lúcia.

No ano passado, oito freqüentadores das oficinas de informática foram contratados pela Anseti e 30 pessoas que foram capacitadas na Estação, através de uma parceria com a Siemens, já estão empregadas.

Barreiras – Vera Lúcia acredita que uma das grandes barreiras que impedem o acesso dos portadores de deficiências ao mercado de trabalho é a falta de qualificação. Em razão do alto nível de exigências por parte das empresas, a Estação faz um trabalho de conscientização junto aos portadores de deficiências e suas famílias.

"A exigência de nível médio completo e até de uma língua estrangeira já se tornou realidade. Apesar de exigirem tudo isso, as empresas também estão tentando se adaptar para receber os portadores de deficiências devido à legislação de cotas e este momento precisa ser aproveitado por eles", diz.

Para os que pretendem montar um negócio próprio ou trabalhar como autônomo, a Estação oferece também oficinas de crochê, tricô, panificação, manutenção hidráulica e elétrica, entre outros. Estes cursos também são oferecidos durante o período de férias. Neste ano, as vagas para as atividades esportivas também foram ampliadas. Agora são mil vagas para modalidades como basquete, judô, condicionamento físico, atletismo e futsal.

Outro serviço oferecido é o laboratório de atividades diárias. Nele, há uma réplica de uma casa adaptada, para que portadores de diversos tipos de deficiências possam aprender a realizar as tarefas do dia-a-dia com maior independência. As orientações ficam por conta de uma equipe técnica e a supervisão da Divisão de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Inscrições e outras informações podem ser obtidas pelo tel. 3873-6760, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, ou no site www.fundosocial.sp.gov.br . A Estação Especial da Lapa fica na r. Guaicurus, 1.274

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