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Restaurante-escola garante um futuro para jovens de SP
Por Por Teresinha Matos    23 de março de 2005
Trabalhadores apressados, estudantes, meninos de rua e mendingos circulam pelo viaduto Jacareí, onde está instalado o poder legislativo paulistano. Poucos se dão conta de que, atrás da sisudez do prédio da Câmara Municipal de São Paulo, há um centro de excelência na formação de jovens profissionais.
O restaurante-escola fica no subsolo do prédio da Câmara. Logo que cheguei, por volta das 8h30, fui atendida pela jovem Gabriela. Cabelo arrumado, uniforme passado, um sorriso no rosto. Ela gentilmente questionou: "A senhora deseja algo?". Eu esperava por uma das responsáveis pelo projeto do Restaurante-Escola São Paulo, Rosa Moraes, respondi.
Continuei meu trabalho de observadora. Sentados numa grande mesa, os jovens, com idades entre 17 e 21 anos, aguardavam a professora. Outra turma aprendia com o professor Ubiratan Miranda, especialista em Planejamento e Organização de Restaurantes da Universidade Anhembi-Morumbi, os diversos tipos de restaurantes: churrascarias (à la carte e rodízio), fast food etc.
Resolvi falar com Gabriela Mariano, 20 anos, que me contou um pouco de sua história de esperança. "Estou em busca de uma profissão." Nas horas vagas, Gabriela trabalha como manicure em domicílio e vai custear, com recursos provenientes de seu trabalho, um curso de podóloga. "Mas meu sonho é cursar gastronomia."
Gabriela indica outro colega para falar. "Estou aqui para adquirir uma profissão", diz confiante o garoto Diego Paixão dos Santos, 18 anos. Ele já dá os primeiros passos no ofício: "trabalho em uma pizzaria, preparando as massas, e como garçom, além de fazer bicos em eventos". Diego, que cursa o supletivo de 2º grau, revela que está se encontrando. "Eu gosto de cozinhar. A minha mãe é cozinheira e meu irmão trabalha em restaurante."
Fabiana Lopes da Silva revela seu passo-a-passo em direção a uma profissão. "Minha renda familiar é baixa. Portanto, primeiro vou arrumar uma profissão, conseguir um emprego e depois freqüentar um curso pré-vestibular. Quero me formar em nutrição."
Alegria – Eles aprendem num ambiente amistoso. A professora chega e começa a ensinar técnicas para abrir uma garrafa de vinho, e questiona: "O que fazer quando a rolha quebra? O vinho poderá ser reaproveitado?".
Cecília Uzan, francesa que está há cinco anos no Brasil, conversa com os jovens sobre posturas adequadas no ambiente de um restaurante. Com ela, têm noções de higiene, limpeza e cardápio. Também aprendem noções de francês gastronômico. "A gastronomia brasileira emprestou do francês muitos termos, como menu, couvert e restaurante."
Por fim, chega o chef Volmare Zocche. Com seu chapelão e jeito bonachão, ele se destaca entre os jovens. "Praticamente todos eles estão interessados em aprender. Os alunos chegam sem a menor noção do que seja um restaurante. Aliás, a maioria nunca esteve nesse tipo de estabelecimento antes. Nove de uma turma de dez não conheciam espinafre", lembra o chef.
A intenção do projeto é revelar possibilidades de trabalho. "Mesmo que não sigam o ofício, terão a oportunidade de conhecer um novo universo, sair de suas rotinas e aprender para a vida e para a família", disse Zocche.
O restaurante-escola hoje atende uma média de 140 pessoas. E já consta da lista dos três estrelas da "Veja". O cardápio da última quinta-feira tinha delícias como entrada de beringela italiana com folhas, prontsteak indiano e fetuccini boscaiola, comercializados a R$ 12. Para sobremesa, crepe de banana com sorvete e frutas da estação (R$ 3). Tudo preparado por professores e estudantes com carinho e competência.
O restaurante-escola fica no subsolo do prédio da Câmara. Logo que cheguei, por volta das 8h30, fui atendida pela jovem Gabriela. Cabelo arrumado, uniforme passado, um sorriso no rosto. Ela gentilmente questionou: "A senhora deseja algo?". Eu esperava por uma das responsáveis pelo projeto do Restaurante-Escola São Paulo, Rosa Moraes, respondi.
Continuei meu trabalho de observadora. Sentados numa grande mesa, os jovens, com idades entre 17 e 21 anos, aguardavam a professora. Outra turma aprendia com o professor Ubiratan Miranda, especialista em Planejamento e Organização de Restaurantes da Universidade Anhembi-Morumbi, os diversos tipos de restaurantes: churrascarias (à la carte e rodízio), fast food etc.
Resolvi falar com Gabriela Mariano, 20 anos, que me contou um pouco de sua história de esperança. "Estou em busca de uma profissão." Nas horas vagas, Gabriela trabalha como manicure em domicílio e vai custear, com recursos provenientes de seu trabalho, um curso de podóloga. "Mas meu sonho é cursar gastronomia."
Gabriela indica outro colega para falar. "Estou aqui para adquirir uma profissão", diz confiante o garoto Diego Paixão dos Santos, 18 anos. Ele já dá os primeiros passos no ofício: "trabalho em uma pizzaria, preparando as massas, e como garçom, além de fazer bicos em eventos". Diego, que cursa o supletivo de 2º grau, revela que está se encontrando. "Eu gosto de cozinhar. A minha mãe é cozinheira e meu irmão trabalha em restaurante."
Fabiana Lopes da Silva revela seu passo-a-passo em direção a uma profissão. "Minha renda familiar é baixa. Portanto, primeiro vou arrumar uma profissão, conseguir um emprego e depois freqüentar um curso pré-vestibular. Quero me formar em nutrição."
Alegria – Eles aprendem num ambiente amistoso. A professora chega e começa a ensinar técnicas para abrir uma garrafa de vinho, e questiona: "O que fazer quando a rolha quebra? O vinho poderá ser reaproveitado?".
Cecília Uzan, francesa que está há cinco anos no Brasil, conversa com os jovens sobre posturas adequadas no ambiente de um restaurante. Com ela, têm noções de higiene, limpeza e cardápio. Também aprendem noções de francês gastronômico. "A gastronomia brasileira emprestou do francês muitos termos, como menu, couvert e restaurante."
Por fim, chega o chef Volmare Zocche. Com seu chapelão e jeito bonachão, ele se destaca entre os jovens. "Praticamente todos eles estão interessados em aprender. Os alunos chegam sem a menor noção do que seja um restaurante. Aliás, a maioria nunca esteve nesse tipo de estabelecimento antes. Nove de uma turma de dez não conheciam espinafre", lembra o chef.
A intenção do projeto é revelar possibilidades de trabalho. "Mesmo que não sigam o ofício, terão a oportunidade de conhecer um novo universo, sair de suas rotinas e aprender para a vida e para a família", disse Zocche.
O restaurante-escola hoje atende uma média de 140 pessoas. E já consta da lista dos três estrelas da "Veja". O cardápio da última quinta-feira tinha delícias como entrada de beringela italiana com folhas, prontsteak indiano e fetuccini boscaiola, comercializados a R$ 12. Para sobremesa, crepe de banana com sorvete e frutas da estação (R$ 3). Tudo preparado por professores e estudantes com carinho e competência.