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Entidades fortalecem o combate ao câncer

Por Paula Cunha    13 de abril de 2005
Todas as pessoas estão envolvidas com o câncer. Ou porque já perderam um familiar ou amigo ou conhecem uma pessoa que teve a doença ou ainda vão encontrar alguém afetado por ela. Com estas palavras a presidente da Associação Brasileira do Câncer (ABC), Vitória Herzberg, ressaltou a importância da mobilização no Dia Mundial de Combate ao Câncer, na última sexta-feira. Diversas entidades promoveram ações como palestras e arrecadação de fundos.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, mais de 10 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente no mundo. A expectativa é de que, no Brasil, serão confirmados mais de 460 mil casos este ano.

Diante de números tão expressivos todas as ações desenvolvidas por entidades, empresas e ONGs assumem importância fundamental no combate aos diversos tipos de câncer. Os representantes destes grupos concordam que existem diferentes meios de atuação (conscientização, assistencialismo, orientação etc.), mas todos são unânimes ao afirmar que associar estas iniciativas a políticas públicas permanentes é o melhor meio de diminuir a incidência da doença.

Transformação – Por isso, a ABC decidiu substituir o assistencialismo por ações transformadoras. "Combatemos o câncer com a propagação de informações sobre prevenção. Temos uma revista bimestral, a Abicâncer, com orientações para a mudança de hábitos e a adoção de atitudes preventivas", explica Vitória.

A entidade está divulgando a primeira pulseira de borracha maleável azul para arrecadar fundos. O preço é de R$ 5 e ela já pode ser encontrada nos supermercados da rede Pão de Açúcar, desde ontem em São Paulo e a partir do dia 18 em todo o País ou no site www.abcancer.org.br .

Quimioteca – Comemorando um ano de atividades, a Quimioteca Fundação Orsa atende crianças e adolescentes que enfrentam o tratamento em um espaço especial no hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Foram 2.767 pessoas atendidas em 9.564 procedimentos por uma equipe de 14 profissionais.

A coordenadora do projeto, Ione Queiroz, explica que o espaço foi concebido para proporcionar atividades lúdicas para as crianças em tratamento, pois elas permanecem nele por longos períodos. Antes, apenas a sala de espera possuía brinquedos, mas as áreas de aplicação do tratamento também foram adaptadas para que 60 voluntários e a equipe especializada façam sessões de leitura e as crianças possam ouvir música e assistir a vídeos ou DVDs. Ione afirma que "esqueceu" que estava em um hospital quando visitou a Quimioteca pela primeira vez.

Efeitos e avaliação – O médico Flávio Luisi, da equipe do Graacc, explica que estas iniciativas são positivas. Ele também aprova as campanhas de esclarecimento, porque elas disseminam informações que detectam os primeiros sintomas.

"Hoje é mais fácil tratar crianças com câncer porque nelas os tumores crescem mais rapidamente e o tratamento quimioterápico age no ciclo de crescimento das células. Consegue-se curar quase 80% dos casos de câncer infantil no Brasil."

Ele avalia que os grandes centros urbanos do País oferecem tratamento adequado. E diz que programas como os do Graacc funcionam porque existe a interação entre o Sistema Único de Saúde e as entidades que oferecem apoio. "Além disso, a sociedade contribui porque está mais consciente."

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