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Lixo recicla projetos de vida e ensina cidadania
Por Paula Cunha   27 de abril de 2005
Quando a reciclagem ultrapassa os limites da responsabilidade ecológica e começa a modificar a vida de quem a pratica, ela se torna uma iniciativa de transformação social. É o caso do Projeto Vira Lata, criado no bairro Jardim Boa Vista, em São Paulo, há cinco anos. Seus 52 membros estão conseguindo, com a coleta, seleção e venda de lixo reciclado não apenas sobreviver mas realizar projetos de vida.
Agora, estão prontos para um passo além: com a ajuda da Petrobrás, patrocinadora do projeto, eles montarão uma fábrica de telhas em Pirituba, que será desenvolvida e administrada nos mesmos moldes da unidade de reciclagem e abrirá perspectivas para a inclusão de mais pessoas. O plano está em fase de desenvolvimento.
Os integrantes do Vira Lata consideram este passo uma evolução natural do esforço iniciado na oficina de reciclagem da paróquia da igreja Divino Mestre. Ele também contará com o apoio da Petrobrás. A idéia, segundo os organizadores, é transformar a unidade de reciclagem no primeiro estágio para novos funcionários. Eles iniciarão suas atividades na reciclagem e, com o crescimento nas vendas das telhas, passarão a fabricá-las.
Superação – Por trás deste projeto de transformação, há as histórias dos participantes da cooperativa. Em todas elas há um ponto em comum: a superação de enormes dificuldades e a perspectiva de uma vida melhor.
Uma das coordenadoras, Maria Jussara Sena dos Santos, conta que "não tinha nem conhecimento sobre o que era reciclagem" quando a cunhada a chamou para a cooperativa. Como estava desempregada, aceitou a proposta e o trabalho modificou sua vida e a da família. Além de aprender que a reciclagem evita enchentes, limpa a cidade e preserva a natureza, ela reassumiu todas as responsabilidades de casa como o pagamento do aluguel, das contas de água e luz. Agora, ela vê perspectivas de até comprar uma casa.
Transformações – Em um país que, pelo quarto ano seguido, é classificado como o maior reciclador de latas de alumínio em todo o mundo e que recicla 95,7% das unidades consumidas, a atividade assume importância fundamental para as pessoas que se dedicam integralmente a ela e opera transformações surpreendentes. Diante da constatação de que o setor fatura R$ 3 bilhões anuais e gera 165 mil empregos diretos e indiretos, os depoimentos dos membros da Vira Lata têm ainda mais peso.
No caso de José Antônio de Miranda, que já foi promotor de vendas em supermercados, plantou café e superou um difícil tratamento contra o alcoolismo, o trabalho na cooperativa significou uma grande transformação. "Comecei a dar mais valor à vida, a ter mais responsabilidade e, agora, até já consegui ajudar dois amigos que estão trabalhando aqui. A preocupação não é só com o trabalho. Somos uma família. Vejo se todos estão bem e se alguém fica doente, levamos para o médico", explica.
Independência – Com o ensino fundamental completo e uma filha de três anos para educar, Josiane Barbosa da Silva Almeida está conquistando a sua independência com o trabalho na cooperativa. Ela conta, muito satisfeita, que já consegue morar sozinha e se responsabilizar pelo aluguel. Além disso, está comprando os móveis e pagando as prestações do fogão e do aparelho de som. "Vivia muito apertada na casa da minha mãe e, agora, acho que posso dar uma vida diferente para a minha filha", diz.
Terminar a casa, onde mora com o marido e três dos 20 filhos, e ter mais conforto também é o plano de Maria do Carmo Santos Silva. Aos 59 anos, a baiana que já trabalhou nas roças de cacau em Itabuna, na Bahia, encontrou na cooperativa um "ambiente legal, onde tiro o meu sustento, estou construindo minha casa e como também".
Ela diz que ganha R$ 400 mensais e que a reciclagem foi muito boa para ela e para ajudar os jovens e as pessoas mais velhas que não têm mais emprego. "Quando acabar de montar as paredes vou trocar meus móveis que estão muito velhos."
Agora, estão prontos para um passo além: com a ajuda da Petrobrás, patrocinadora do projeto, eles montarão uma fábrica de telhas em Pirituba, que será desenvolvida e administrada nos mesmos moldes da unidade de reciclagem e abrirá perspectivas para a inclusão de mais pessoas. O plano está em fase de desenvolvimento.
Os integrantes do Vira Lata consideram este passo uma evolução natural do esforço iniciado na oficina de reciclagem da paróquia da igreja Divino Mestre. Ele também contará com o apoio da Petrobrás. A idéia, segundo os organizadores, é transformar a unidade de reciclagem no primeiro estágio para novos funcionários. Eles iniciarão suas atividades na reciclagem e, com o crescimento nas vendas das telhas, passarão a fabricá-las.
Superação – Por trás deste projeto de transformação, há as histórias dos participantes da cooperativa. Em todas elas há um ponto em comum: a superação de enormes dificuldades e a perspectiva de uma vida melhor.
Uma das coordenadoras, Maria Jussara Sena dos Santos, conta que "não tinha nem conhecimento sobre o que era reciclagem" quando a cunhada a chamou para a cooperativa. Como estava desempregada, aceitou a proposta e o trabalho modificou sua vida e a da família. Além de aprender que a reciclagem evita enchentes, limpa a cidade e preserva a natureza, ela reassumiu todas as responsabilidades de casa como o pagamento do aluguel, das contas de água e luz. Agora, ela vê perspectivas de até comprar uma casa.
Transformações – Em um país que, pelo quarto ano seguido, é classificado como o maior reciclador de latas de alumínio em todo o mundo e que recicla 95,7% das unidades consumidas, a atividade assume importância fundamental para as pessoas que se dedicam integralmente a ela e opera transformações surpreendentes. Diante da constatação de que o setor fatura R$ 3 bilhões anuais e gera 165 mil empregos diretos e indiretos, os depoimentos dos membros da Vira Lata têm ainda mais peso.
No caso de José Antônio de Miranda, que já foi promotor de vendas em supermercados, plantou café e superou um difícil tratamento contra o alcoolismo, o trabalho na cooperativa significou uma grande transformação. "Comecei a dar mais valor à vida, a ter mais responsabilidade e, agora, até já consegui ajudar dois amigos que estão trabalhando aqui. A preocupação não é só com o trabalho. Somos uma família. Vejo se todos estão bem e se alguém fica doente, levamos para o médico", explica.
Independência – Com o ensino fundamental completo e uma filha de três anos para educar, Josiane Barbosa da Silva Almeida está conquistando a sua independência com o trabalho na cooperativa. Ela conta, muito satisfeita, que já consegue morar sozinha e se responsabilizar pelo aluguel. Além disso, está comprando os móveis e pagando as prestações do fogão e do aparelho de som. "Vivia muito apertada na casa da minha mãe e, agora, acho que posso dar uma vida diferente para a minha filha", diz.
Terminar a casa, onde mora com o marido e três dos 20 filhos, e ter mais conforto também é o plano de Maria do Carmo Santos Silva. Aos 59 anos, a baiana que já trabalhou nas roças de cacau em Itabuna, na Bahia, encontrou na cooperativa um "ambiente legal, onde tiro o meu sustento, estou construindo minha casa e como também".
Ela diz que ganha R$ 400 mensais e que a reciclagem foi muito boa para ela e para ajudar os jovens e as pessoas mais velhas que não têm mais emprego. "Quando acabar de montar as paredes vou trocar meus móveis que estão muito velhos."