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Asilo integra idosas através de atividades lúdicas
Por Paula Cunha   4 de maio de 2005
Em um país que carece de políticas claras voltadas para o atendimento à população que atingiu a terceira idade, iniciativas que unem atendimento privado e ação social na comunidade em que atuam podem ser apontadas como alternativas possíveis. De acordo com o censo divulgado em 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos acima de 65 anos correspondia a 5,85% da população total do país contra 5,35% em 1996.
O Recanto Monte Alegre é mantido pela Liga das Senhoras Católicas e as mensalidades que as famílias de suas assistidas pagam são utilizadas para desenvolver os projetos sociais que auxiliam a comunidade local.
Localizado no Jardim Educandário, na capital paulista, a unidade atende idosas que, em razão de limitações físicas, necessitam de auxílio para desenvolver as tarefas do dia-a-dia. São 52 hóspedes cuidadas por 54 funcionários especializados e treinados pela própria instituição.
Sua diretora, Kathy Willy, que também é vice-presidente da Liga das Senhoras Católicas, explica que há uma segunda unidade, o Lar Santana, que atende idosos que ainda mantêm independência física e conseguem seguir uma rotina diária sem a ajuda de outras pessoas.
Nas duas unidades, todos os funcionários admitidos são treinados e estimulados a continuar ou retomar os estudos. Assim, os auxiliares de enfermagem estão atualmente no curso para se qualificar como técnicos de enfermagem e outros concluindo o Ensino Médio.
Segundo Kathy, o diferencial observado nas duas casas é o atendimento psicológico oferecido às idosas. "Nossa filosofia é integrar o atendimento físico, com todo o tratamento médico e fisioterápico, com acompanhamento psicológico, pois muitas de nossas assistidas já passaram por perdas emocionais que não são apenas as perdas de entes queridos, mas também a de não se encontrarem na situação de poder tomar suas próprias decisões", explica Kathy.
Exemplos – Entre as hóspedes que gostam de desenvolver as atividades sugeridas, dona Regina faz questão de participar e fazer pulseiras e colares. Ela escolhe o material que é utilizado para confeccioná-los e os exibe com orgulho.
Já Guiomar, ao mostrar seu quarto, ressalta que se preocupa em combinar os tons das colchas com os do tapete. Ela demonstra satisfação ao apontar seus objetos pessoais cuidadosamente organizados e também os quadros na parede pintados pelo cunhado. Procedente do Rio de Janeiro, ela conta que mudou-se para São Paulo para ficar perto da filha e sente-se bem adaptada.
A francesa Madeleine, aos 93 anos, gosta de esperar a visita dos familiares que se revezam para vê-la diariamente. Ela está há três anos no Brasil e com Elizabeth, inglesa, trocam recordações e histórias sobre os netos e filhos em inglês e em francês.
Atividades – A terapia ocupacional é uma prioridade da instituição. Cada idosa tem uma atividade favorita e é estimulada por uma equipe multidisciplinar a desenvolvê-la diariamente. Além disso, são organizados passeios em parques e shopping centers, por exemplo, como parte da política de manter vínculos com o mundo externo.
Kathy Willy explica que outras atividades promovem a integração com a comunidade local que é auxiliada pela Liga das Senhoras Católicas. O programa Vovó Criança visa estabelecer laços entre as crianças da creche e os idosos. Quinzenalmente, os pequenos que freqüentam as unidades próximas ao recanto os visitam e atividades como leitura e pintura, entre outras, integram as duas gerações.
Segundo Kathy, esta integração é benéfica para as duas partes, pois as crianças passam a ter mais paciência com os idosos em suas próprias casas e estes últimos sentem-se mais confortados. Além disso, este contato, algumas vezes, ajuda a substituir a família.
Outra atividade é desenvolvida em parceria com a Organização Não Governamental Pet Smile onde jovens voluntários levam ao Recanto animais de pequeno porte como cães e coelhos. As idosas os recebem oferecendo pequenas porções de vegetais e frutas picados no dia anterior. Os efeitos da terapia são semelhantes aos observados nas crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais que passam pelo mesmo tipo de tratamento.
A diretora da casa explica que trabalha há 11 anos no Terceiro Setor e se sente gratificada com os resultados. Para ela, "enquanto no trabalho formal espera-se o final do mês para se receber o salário, na ação social a satisfação é imediata", conclui.
O Recanto Monte Alegre é mantido pela Liga das Senhoras Católicas e as mensalidades que as famílias de suas assistidas pagam são utilizadas para desenvolver os projetos sociais que auxiliam a comunidade local.
Localizado no Jardim Educandário, na capital paulista, a unidade atende idosas que, em razão de limitações físicas, necessitam de auxílio para desenvolver as tarefas do dia-a-dia. São 52 hóspedes cuidadas por 54 funcionários especializados e treinados pela própria instituição.
Sua diretora, Kathy Willy, que também é vice-presidente da Liga das Senhoras Católicas, explica que há uma segunda unidade, o Lar Santana, que atende idosos que ainda mantêm independência física e conseguem seguir uma rotina diária sem a ajuda de outras pessoas.
Nas duas unidades, todos os funcionários admitidos são treinados e estimulados a continuar ou retomar os estudos. Assim, os auxiliares de enfermagem estão atualmente no curso para se qualificar como técnicos de enfermagem e outros concluindo o Ensino Médio.
Segundo Kathy, o diferencial observado nas duas casas é o atendimento psicológico oferecido às idosas. "Nossa filosofia é integrar o atendimento físico, com todo o tratamento médico e fisioterápico, com acompanhamento psicológico, pois muitas de nossas assistidas já passaram por perdas emocionais que não são apenas as perdas de entes queridos, mas também a de não se encontrarem na situação de poder tomar suas próprias decisões", explica Kathy.
Exemplos – Entre as hóspedes que gostam de desenvolver as atividades sugeridas, dona Regina faz questão de participar e fazer pulseiras e colares. Ela escolhe o material que é utilizado para confeccioná-los e os exibe com orgulho.
Já Guiomar, ao mostrar seu quarto, ressalta que se preocupa em combinar os tons das colchas com os do tapete. Ela demonstra satisfação ao apontar seus objetos pessoais cuidadosamente organizados e também os quadros na parede pintados pelo cunhado. Procedente do Rio de Janeiro, ela conta que mudou-se para São Paulo para ficar perto da filha e sente-se bem adaptada.
A francesa Madeleine, aos 93 anos, gosta de esperar a visita dos familiares que se revezam para vê-la diariamente. Ela está há três anos no Brasil e com Elizabeth, inglesa, trocam recordações e histórias sobre os netos e filhos em inglês e em francês.
Atividades – A terapia ocupacional é uma prioridade da instituição. Cada idosa tem uma atividade favorita e é estimulada por uma equipe multidisciplinar a desenvolvê-la diariamente. Além disso, são organizados passeios em parques e shopping centers, por exemplo, como parte da política de manter vínculos com o mundo externo.
Kathy Willy explica que outras atividades promovem a integração com a comunidade local que é auxiliada pela Liga das Senhoras Católicas. O programa Vovó Criança visa estabelecer laços entre as crianças da creche e os idosos. Quinzenalmente, os pequenos que freqüentam as unidades próximas ao recanto os visitam e atividades como leitura e pintura, entre outras, integram as duas gerações.
Segundo Kathy, esta integração é benéfica para as duas partes, pois as crianças passam a ter mais paciência com os idosos em suas próprias casas e estes últimos sentem-se mais confortados. Além disso, este contato, algumas vezes, ajuda a substituir a família.
Outra atividade é desenvolvida em parceria com a Organização Não Governamental Pet Smile onde jovens voluntários levam ao Recanto animais de pequeno porte como cães e coelhos. As idosas os recebem oferecendo pequenas porções de vegetais e frutas picados no dia anterior. Os efeitos da terapia são semelhantes aos observados nas crianças e adolescentes portadoras de necessidades especiais que passam pelo mesmo tipo de tratamento.
A diretora da casa explica que trabalha há 11 anos no Terceiro Setor e se sente gratificada com os resultados. Para ela, "enquanto no trabalho formal espera-se o final do mês para se receber o salário, na ação social a satisfação é imediata", conclui.