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Levando a cultura para onde as pessoas estão

Por Paula Cunha   11 de maio de 2005
Levar a cultura para onde as pessoas estão ou por onde elas passam. É a base do projeto "Embarque na Leitura", iniciativa do Metrô de São Paulo. A primeira biblioteca fica na estação Paraíso e, desde a sua inauguração, em setembro do ano passado, já conta com sete mil leitores cadastrados e 3,1 mil empréstimos mensais.

O espaço é privilegiado pois, além do grande fluxo de passageiros, conta com área para eventos próxima à biblioteca. Por ela, já passaram os escritores Fernando Bonassi e Ignácio de Loyola Brandão em sessões de autógrafos. O especialista em Marketing do Metrô, Aluizio Xavier Gibson Neto, diz que mais de 200 mil pessoas circulam na área diariamente.

O perfil dos usuários da biblioteca é majoritariamente de pessoas com o nível médio completo ou cursando o superior. Dois terços são mulheres. A escolha do acervo é de responsabilidade do Instituto Brasil Leitor.

Impacto – Desde a sua inauguração, a biblioteca tem atraído o interesse do público na estação Paraíso. Muitos dos atuais usuários do acervo não tinham o hábito de ler e foram movidos pela curiosidade.

É o caso de Soraia Ribeiro. Com 26 anos, ela conta que não costumava ler e preferia assistir TV. A funcionária da Secretaria da Saúde passou a ler uma média de 10 livros por ano. Ontem, ela escolheu "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes". "É uma boa iniciativa e bem servida de livros atuais", elogia.

Interessada no acervo e na praticidade da localização da biblioteca, Michelle Valeriano fez sua inscrição no início do mês e passou ontem pela unidade para retirar sua carteirinha e escolher o livro "Cazuza - Preciso Dizer que Te Amo". Também em busca de praticidade, o estudante de Publicidade Douglas Ramos decidiu tornar-se sócio da biblioteca. Como faz muitos trabalhos externos, costuma ler nos trens do Metrô. Gosta de livros de conhecimentos gerais e de terror.

Interessada em títulos da sua área, a enfermagem, a estudante Aline Santos pretende ler livros sobre meio ambiente e evolução. "Leio apenas um livro por mês, às vezes sem relação com a área em que estudo", diz. Sem tempo para se dedicar à leitura a estudante Elaine Cerqueira também aprova a biblioteca no Metrô. "Leio pouco, só cerca de cinco livros por ano. Gostaria de ler mais", explica.

Benedita Maria Aparecida Veloso retirou ontem sua carteirinha da biblioteca do Metrô e já escolheu um título relacionado ao curso de Letras, que está concluindo: "Removendo Barreiras para a Aprendizagem". "A biblioteca no Metrô facilita a minha vida, pois moro no Jardim Anália Franco e estudo na Vila Mariana", elogia.

A bibliotecária Cássia Cerqueira, responsável pela unidade, explica que atende um público muito diversificado. "As pessoas lêem de tudo porque nosso acervo é bastante variado", diz.

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