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Conquistando o espaço na ponta dos pés
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   3 de agosto de 2005
Grupo de bailarinas cegas faz sucesso na novela América e enfrenta os preconceitos através de um método pioneiro de dança
"Uma bailarina deve sempre olhar para as estrelas, mesmo que não as enxergue". Esta frase define a filosofia adotada por Fernanda Bianchini, da Associação de Balé e Artes para Cegos. É com este espírito que as adolescentes e jovens formadas pela entidade estão mostrando seu trabalho e, ao mesmo tempo, rompendo barreiras e preconceitos de que são vítimas os portadores de deficiência visual. Um passo decisivo para alcançar este objetivo foi a participação do grupo na novela América , que está sendo veiculada pela Rede Globo e mostra de uma maneira positiva as necessidades e o potencial dos deficientes visuais.
Segundo a Fundação Dorina Nowill, há dois milhões de portadores de diversos tipos de deficiências visuais no País. Deste total, 150 mil são cegos. Por isso as meninas do grupo, que tem se apresentado em empresas e teatros em São Paulo, acreditam que todo este movimento está ajudando a combater o preconceito que existe em relação aos deficientes visuais e físicos.
Nos relatos sobre a experiência pessoal de cada uma das bailarinas ficam evidentes a garra e a vontade de mostrar a todos que a ausência de visão não as impediu de alcançar o objetivo de dançar o balé clássico, considerada a mais difícil modalidade de dança.
A maioria começou na infância e muitas querem seguir a carreira artística e obter reconhecimento pela qualidade de seu trabalho. Todas vieram da Fundação Padre Chico e desenvolveram seu trabalho seguindo as técnicas criadas por Fernanda Bianchini, fundadora da associação, ( veja matéria abaixo ).
Este é o caso de Marina Alonso Guimarães. Aos 19 anos, a estudante de Nutrição está entusiasmada com a oportunidade de mostrar que o seu grupo é capaz de mostrar coreografias originais e de qualidade. "Quando começamos a dançar, havia pessoas que duvidavam de nossa capacidade. Agora, queremos ser reconhecidas pela qualidade da nossa dança, não por sermos deficientes visuais", explica.
Trabalho – Além da capacidade para desenvolver atividades artísticas, a novela está mostrando que os deficientes visuais também podem trabalhar e alcançar a auto-suficiência. Esta é a opinião de Aldenice de Souza Moreira, de 20 anos. Ela conta que começou a dançar quando sua irmã, Aldeniza (que também é portadora de deficiência visual), passou a ensinar a ela alguns passos.
Para Aldenice, o aspecto mais importante ressaltado na novela América é a capacidade de trabalho do portador de deficiência. "Ela está mostrando ao mesmo tempo as dificuldades que enfrentamos e também como podemos trabalhar", afirma.
Aproximação – Já Lucimara Gonçalves Ferreira, de 19 anos, diz que a principal contribuição da novela foi promover a aproximação entre portadores e não-portadores de deficiências. "Os não-portadores estão aprendendo que não devem nos tratar com pena", diz.
Ela conta que a dança a ajudou muito em todos os aspectos de sua vida e deu a ela a possibilidade de conhecer outros lugares, melhorou sua postura e a fez ter mais confiança em si mesma. "Estou no curso técnico de Administração e quero fazer faculdade. Quando se tem confiança, nada é impossível". Aldenir de Souza Moreira tem a mesma opinião: acha que a novela está ajudando a derrubar os preconceitos. "As pessoas estão mais receptivas", diz. Kelly Pereira da Silva reforça que, agora, as pessoas começam a entender que o portador de deficiência pode fazer tudo que quiser.
"Uma bailarina deve sempre olhar para as estrelas, mesmo que não as enxergue". Esta frase define a filosofia adotada por Fernanda Bianchini, da Associação de Balé e Artes para Cegos. É com este espírito que as adolescentes e jovens formadas pela entidade estão mostrando seu trabalho e, ao mesmo tempo, rompendo barreiras e preconceitos de que são vítimas os portadores de deficiência visual. Um passo decisivo para alcançar este objetivo foi a participação do grupo na novela América , que está sendo veiculada pela Rede Globo e mostra de uma maneira positiva as necessidades e o potencial dos deficientes visuais.
Segundo a Fundação Dorina Nowill, há dois milhões de portadores de diversos tipos de deficiências visuais no País. Deste total, 150 mil são cegos. Por isso as meninas do grupo, que tem se apresentado em empresas e teatros em São Paulo, acreditam que todo este movimento está ajudando a combater o preconceito que existe em relação aos deficientes visuais e físicos.
Nos relatos sobre a experiência pessoal de cada uma das bailarinas ficam evidentes a garra e a vontade de mostrar a todos que a ausência de visão não as impediu de alcançar o objetivo de dançar o balé clássico, considerada a mais difícil modalidade de dança.
A maioria começou na infância e muitas querem seguir a carreira artística e obter reconhecimento pela qualidade de seu trabalho. Todas vieram da Fundação Padre Chico e desenvolveram seu trabalho seguindo as técnicas criadas por Fernanda Bianchini, fundadora da associação, ( veja matéria abaixo ).
Este é o caso de Marina Alonso Guimarães. Aos 19 anos, a estudante de Nutrição está entusiasmada com a oportunidade de mostrar que o seu grupo é capaz de mostrar coreografias originais e de qualidade. "Quando começamos a dançar, havia pessoas que duvidavam de nossa capacidade. Agora, queremos ser reconhecidas pela qualidade da nossa dança, não por sermos deficientes visuais", explica.
Trabalho – Além da capacidade para desenvolver atividades artísticas, a novela está mostrando que os deficientes visuais também podem trabalhar e alcançar a auto-suficiência. Esta é a opinião de Aldenice de Souza Moreira, de 20 anos. Ela conta que começou a dançar quando sua irmã, Aldeniza (que também é portadora de deficiência visual), passou a ensinar a ela alguns passos.
Para Aldenice, o aspecto mais importante ressaltado na novela América é a capacidade de trabalho do portador de deficiência. "Ela está mostrando ao mesmo tempo as dificuldades que enfrentamos e também como podemos trabalhar", afirma.
Aproximação – Já Lucimara Gonçalves Ferreira, de 19 anos, diz que a principal contribuição da novela foi promover a aproximação entre portadores e não-portadores de deficiências. "Os não-portadores estão aprendendo que não devem nos tratar com pena", diz.
Ela conta que a dança a ajudou muito em todos os aspectos de sua vida e deu a ela a possibilidade de conhecer outros lugares, melhorou sua postura e a fez ter mais confiança em si mesma. "Estou no curso técnico de Administração e quero fazer faculdade. Quando se tem confiança, nada é impossível". Aldenir de Souza Moreira tem a mesma opinião: acha que a novela está ajudando a derrubar os preconceitos. "As pessoas estão mais receptivas", diz. Kelly Pereira da Silva reforça que, agora, as pessoas começam a entender que o portador de deficiência pode fazer tudo que quiser.