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Naavis: parceria com ONGs recupera presos

Por Paula Cunha   26 de outubro de 2005
Com a segunda maior população carcerária das Américas, com 187,7 presos para cada 100 mil habitantes, o Brasil carece de políticas de inclusão de ex-detentos, o que contribui para aumentar a criminalidade no país. Este é o diagnóstico do Núcleo de Articulações e Atividades Vertentes à Inclusão Social (Naavis). A entidade apresentou suas atividades na 3ª Conferência Internacional BAWB e aposta nas parcerias para continuar suas ações de inclusão social para esta parcela da população.

Seu diretor, André Canacar, explica que a ONG surgiu há cinco anos e atua em quatro unidades carcerárias no Ceará, uma no Paraná e duas na Paraíba. "Parti da minha experiência pessoal, pois aos 18 anos passei em um concurso público e comecei a trabalhar como agente penitenciário. No início, constatei que as condições de trabalho destes profissionais eram precárias e que a sua formação tanto pessoal quanto profissional também deixava a desejar".

Canacar definiu, então, sua linha de atuação. Após analisar a situação de detentos e agentes penitenciários, partiu para uma ação conjunta. Estabeleceu parcerias com as agências Ashoka e Mandalla para oferecer assistência profissional e acompanhamento técnico para os detentos e iniciou um trabalho de conscientização da importância de uma formação humanista para os agentes. "Não é possível transformar a realidade carcerária se as pessoas que trabalham nas penitenciárias não têm consciência do seu papel social e humano. Vi que os agentes vivem praticamente nas mesmas condições que os presos, mas no começo os primeiros não estavam preparados para esta mudança. Então, comecei com os condenados".

Ações efetivas – A entidade está se concentrando em atividades que contribuam para tornar os ex-internos empreendedores e aprimorar a formação dos agentes penitenciários. Assim, as parcerias têm sido fundamentais.

Estas ações já estão em andamento em unidades onde a Agência Mandalla, especializada na criação de unidades agrícolas que se auto-sustentam, já orienta os presos a cultivar hortaliças e legumes para o seu consumo e para serem vendidos nas comunidades locais.

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