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Usando a arte para despertar o melhor dos pacientes
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   7 de dezembro de 2005
Na sala de espera do hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, o Graacc, em São Paulo, as palavras que compõem o lema da Associação Arte Despertar (nossa missão é despertar o melhor do ser humano através da arte) podem ser compreendidas e interpretadas quase como um mantra, que é uma fórmula encantatória que tem o poder de materializar o que se diz e é derivada do hinduísmo.
Nesse espaço colorido, voluntárias da ADD colocam em prática atividades culturais e transformam os momentos de espera dos jovens pacientes que aguardam a vez de passar pela quimioterapia. Acompanhados geralmente pelos pais, eles desviam, por algum tempo, seus pensamentos do tratamento e de suas inevitáveis reações para compartilhar suas impressões a respeito das imagens dos livros sobre arte e pintura apresentados pelas voluntárias.
Lentamente, estas estudantes de arte, sentam-se entre as pessoas nos sofás na sala de espera e começam a conversar com as crianças, os jovens e os acompanhantes. A experiência é transformadora tanto para elas quanto para os pacientes que aguardam a vez.
Rodrigo Miguel Silva Faria, de seis anos, olha um pouco desconfiado para a voluntária Fátima Regina Pereira da Rocha, que lhe mostra um livro com pinturas e desenhos. Depois de alguma resistência, ele passa a olhar o material atentamente e sorri ao dizer que um dos desenhos o faz lembrar de sua avó. A mãe, Edna Maria de Faria, conta que ele começou o tratamento em abril e que as visitas ao Graacc para ser medicado têm sido constantes. "Ele fica calmo olhando as figuras."
No mesmo espaço, mães com outras crianças e jovens acabam acompanhando e participando das atividades. Juliana Oliveira do Nascimento, de 24 anos, está em tratamento há quatro meses e sempre participa das "aulas" da Arte Despertar. "Gosto de arte e comecei a pintar depois que fiquei doente. Por isso, quando os voluntários chegam eu também acabo participando porque fico com as crianças aqui e o tempo passa rápido."
Aneline Pereira da Silva, também no Graacc há cerca de três meses, está acompanhada da filha. Ela espera ser chamada para as aplicações de medicamentos e, enquanto isso não acontece, desenha e pinta com a criança. "Estou em uma casa de apoio porque moro em Osasco e preciso trazer minha filha", explica. Nas horas de descanso aqui em São Paulo, ela faz artesanato, por isso gosta de participar das atividades de arte enquanto aguarda.
Aneline conta que as voluntárias mostram livros interessantes e que as sessões de pintura são muito boas. Ela se interessou por um livro que mostra obras de arte baseadas em lendas populares. "Da outra vez, elas trouxeram livros que mostravam pinturas diferentes das mesmas mulheres e eu achei muito interessante."
Ação que se espalha– "O trabalho com os pacientes acaba ajudando também os acompanhantes", explica Rita de Cássia Demarchi, que trabalha no núcleo de ações em hospitais da AAD. Segundo ela, as crianças são mais receptivas na maioria das vezes e os adultos aderem mais lentamente.
Rita de Cássia explica que as atividades são escolhidas de acordo com o ambiente. Se for a sala de espera há mais opções, mas se a ação acontecer nas unidades de terapia intensiva, as UTIs, a necessidade de utilização de materiais esterilizados restringe as possibilidades.
"Para nós, todo este trabalho está baseado na estimulação da vontade de participar. Uma de nossas premissas é trabalhar com o lado saudável do paciente porque entendemos que ele não está totalmente doente. Queremos fortalecer estas pessoas com a arte", conclui.
Nesse espaço colorido, voluntárias da ADD colocam em prática atividades culturais e transformam os momentos de espera dos jovens pacientes que aguardam a vez de passar pela quimioterapia. Acompanhados geralmente pelos pais, eles desviam, por algum tempo, seus pensamentos do tratamento e de suas inevitáveis reações para compartilhar suas impressões a respeito das imagens dos livros sobre arte e pintura apresentados pelas voluntárias.
Lentamente, estas estudantes de arte, sentam-se entre as pessoas nos sofás na sala de espera e começam a conversar com as crianças, os jovens e os acompanhantes. A experiência é transformadora tanto para elas quanto para os pacientes que aguardam a vez.
Rodrigo Miguel Silva Faria, de seis anos, olha um pouco desconfiado para a voluntária Fátima Regina Pereira da Rocha, que lhe mostra um livro com pinturas e desenhos. Depois de alguma resistência, ele passa a olhar o material atentamente e sorri ao dizer que um dos desenhos o faz lembrar de sua avó. A mãe, Edna Maria de Faria, conta que ele começou o tratamento em abril e que as visitas ao Graacc para ser medicado têm sido constantes. "Ele fica calmo olhando as figuras."
No mesmo espaço, mães com outras crianças e jovens acabam acompanhando e participando das atividades. Juliana Oliveira do Nascimento, de 24 anos, está em tratamento há quatro meses e sempre participa das "aulas" da Arte Despertar. "Gosto de arte e comecei a pintar depois que fiquei doente. Por isso, quando os voluntários chegam eu também acabo participando porque fico com as crianças aqui e o tempo passa rápido."
Aneline Pereira da Silva, também no Graacc há cerca de três meses, está acompanhada da filha. Ela espera ser chamada para as aplicações de medicamentos e, enquanto isso não acontece, desenha e pinta com a criança. "Estou em uma casa de apoio porque moro em Osasco e preciso trazer minha filha", explica. Nas horas de descanso aqui em São Paulo, ela faz artesanato, por isso gosta de participar das atividades de arte enquanto aguarda.
Aneline conta que as voluntárias mostram livros interessantes e que as sessões de pintura são muito boas. Ela se interessou por um livro que mostra obras de arte baseadas em lendas populares. "Da outra vez, elas trouxeram livros que mostravam pinturas diferentes das mesmas mulheres e eu achei muito interessante."
Ação que se espalha– "O trabalho com os pacientes acaba ajudando também os acompanhantes", explica Rita de Cássia Demarchi, que trabalha no núcleo de ações em hospitais da AAD. Segundo ela, as crianças são mais receptivas na maioria das vezes e os adultos aderem mais lentamente.
Rita de Cássia explica que as atividades são escolhidas de acordo com o ambiente. Se for a sala de espera há mais opções, mas se a ação acontecer nas unidades de terapia intensiva, as UTIs, a necessidade de utilização de materiais esterilizados restringe as possibilidades.
"Para nós, todo este trabalho está baseado na estimulação da vontade de participar. Uma de nossas premissas é trabalhar com o lado saudável do paciente porque entendemos que ele não está totalmente doente. Queremos fortalecer estas pessoas com a arte", conclui.