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Degrau comemora 4 anos com cem mil aprendizes

Por Paula Cunha    15 de fevereiro de 2006
Criar cidadãos conscientes de seus deveres, responsabilidades e direitos. E mais: pessoas capazes de transformar, através do seu esforço e capacidade, sonhos em realidade. Este é o principal propósito do Movimento Degrau - Geração e Desenvolvimento de Rede ao criar o Programa de Convivência e Aprendizado no Trabalho.

O Degrau completa, amanhã, quatro anos de atividades e calcula-se que cem mil adolescentes já passaram pelo programa em todo o estado de São Paulo. Em Santa Cruz do Rio Pardo, por exemplo, o programa é um sucesso e em pouco tempo conseguiu colocar 90 aprendizes, diante de uma meta de empregar 120. Lá o aprendiz também trabalha no agronegócio.

Já na capital, empresas como a Indiana Seguros, também apostam alto no projeto. A seguradora efetivou pelo menos dez jovens que participaram do primeiro ano de implantação do Aprendiz Indiana, no ano passado. E a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) já recebeu pelo menos 100 jovens e hoje conta com 43 aprendizes.

O programa é resultado da preocupação com a integração social e o início da vida profissional de jovens entre 14 e 18 anos. Neste período, os adolescentes necessitam tanto de orientação educacional quanto profissional e moral.

O Degrau se diferencia dos tradicionais estágios porque tem como principal preocupação oferecer formação específica aos jovens selecionados. Isso significa que os adolescentes contam, além do aprendizado do trabalho, com formação composta de cursos que os preparam para atender o público, desenvolver melhor suas tarefas e conviver em harmonia com colegas e superiores.

Transformando vidas – Prestes a completar 16 anos em março, Sarah Feitosa Pinheiro chegou há apenas uma semana como aprendiz no setor financeiro da ACSP. Ela está entusiasmada com a oportunidade de aprender em sua primeira experiência de trabalho supervisionado. Ela quer realizar o sonho de cursar uma faculdade e estar na ACSP é uma chance de realizar seus planos.

"Atualmente, só minha mãe está trabalhando e vejo como é difícil sustentar uma casa. Penso em ser webdesigner, mas ainda não me decidi. Além de ajudar a família, quero comprar um computador e continuar estudando. A gente precisa acreditar no potencial que tem. A ACSP está acreditando em nós, que ainda não temos experiência."

Jaime Fernandes de Melo Júnior relata com alegria a transformação que o período na ACSP provocou em sua vida. "Ser aprendiz me ajudou a amadurecer como pessoa e também profissionalmente. Passei a ver a vida de uma forma diferente, porque antes dependia dos meus pais e, agora, vejo que com o trabalho posso alcançar meus objetivos."

Ele nunca havia trabalhado antes de entrar para o Degrau e, por isso, tinha aspirações mais modestas. Seus planos resumiam-se a terminar o Ensino Médio e encontrar um trabalho. Agora, contratado pela ACSP, sua perspectiva mudou e ele já pensa em fazer faculdade. "Pretendo prestar vestibular no meio do ano. Até lá, vou me decidir entre os cursos de direito, administração de empresas ou psicologia."

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