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São Paulo reduz gravidez precoce
Por Paula Cunha   8 de março de 2006
Em seis anos, de acordo com números da Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo comemorou uma redução de 28% nos casos de gravidez na adolescência. Em 2004, foram registrados 106.737 casos de jovens grávidas com idade inferior a 20 anos contra 148.019 em 1998. O Programa Saúde do Adolescente, elaborado para a Secretaria em 1986 pela médica Albertina Duarte, é apontado como um dos principais responsáveis pela boa nova.
Em decorrência dessa política surgiu, em 1994, a Casa do Adolescente, onde profissionais de diversas áreas, entre médicos, dentistas, fonaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores oferecem, principalmente, orientação sexual a qualquer jovem do Estado.
Mas o maior diferencial da Casa do Adolescente é que lá não são abordadas apenas questões de sexualidade, gravidez precoce e anticoncepção. Toda a adolescência é englobada, com seus aspectos físicos, psicológicos e sociais. De acordo com a médica Joana Maria Shikanai Kerr, uma das coordenadoras da instituição, cerca de 70% dos jovens que freqüentam a Casa são meninas.
Em uma sala de espera ampla, as jovens sentam-se em círculo e um médico, acompanhado de uma psicóloga e de outra médica, convida a todas que se apresentem e contem porquê estão ali. Na reunião acompanhada pela reportagem, adolescentes em busca de orientação e até uma menina acompanhada pelo pai ouviram orientações de dois médicos e de uma psicóloga. Eles discutiram a importância de se ter um projeto de vida.
"Trabalhamos com o conceito de não deixar passar uma oportunidade de fazer o adolescente viver uma experiência emocional corretiva e de estímulo à auto-estima", diz o médico Chefi Abduch explicando que o objetivo das reuniões é fazer com que os adolescentes falem a respeito de sua realidade e mostrem como procuraram pela orientação oferecida pela Casa. A psicóloga Lia Pinheiro diz que a proposta é atender o adolescente "na hora em que ele chega, no momento em que ele precisa".
Reflexões – Isso significa que todos que se propõem a participar da reunião estão dispostos a refletir sobre os motivos pelos quais procuraram a Casa. Durante o encontro, Abduch propôs ao grupo discutir a importância de se ter um projeto de vida.
Após as discussões em grupos de três ou quatro pessoas, os jovens voltaram à sala de reunião e expuseram suas opiniões. Mais importante que as conclusões de cada um, a sessão teve o objetivo de fazer com que cada jovem se sentisse à vontade para falar sobre suas experiências e expectativas.
Núbia Maria de Queiroz, de 19 anos, contou que participa das reuniões da Casa há quatro anos. "Moro longe, em Osasco, e venho aqui porque o atendimento é bom e há troca de informações. Procurei a Casa quando comecei a namorar porque não me senti à vontade para discutir questões sexuais em casa, pois meus pais não falam muito no assunto. Agora, estou casada já há um ano e sete meses e todas as orientações que recebi me ajudaram."
Já Danielle do Nascimento Santos, de 16 anos, está no sétimo mês de gravidez e começou a freqüentar a Casa no início de fevereiro. "Casei assim que confirmei a gravidez e minha família está me apoiando. Gostei muito da atividade na sala de espera e, se puder, quero repetir a experiência".
Em decorrência dessa política surgiu, em 1994, a Casa do Adolescente, onde profissionais de diversas áreas, entre médicos, dentistas, fonaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores oferecem, principalmente, orientação sexual a qualquer jovem do Estado.
Mas o maior diferencial da Casa do Adolescente é que lá não são abordadas apenas questões de sexualidade, gravidez precoce e anticoncepção. Toda a adolescência é englobada, com seus aspectos físicos, psicológicos e sociais. De acordo com a médica Joana Maria Shikanai Kerr, uma das coordenadoras da instituição, cerca de 70% dos jovens que freqüentam a Casa são meninas.
Em uma sala de espera ampla, as jovens sentam-se em círculo e um médico, acompanhado de uma psicóloga e de outra médica, convida a todas que se apresentem e contem porquê estão ali. Na reunião acompanhada pela reportagem, adolescentes em busca de orientação e até uma menina acompanhada pelo pai ouviram orientações de dois médicos e de uma psicóloga. Eles discutiram a importância de se ter um projeto de vida.
"Trabalhamos com o conceito de não deixar passar uma oportunidade de fazer o adolescente viver uma experiência emocional corretiva e de estímulo à auto-estima", diz o médico Chefi Abduch explicando que o objetivo das reuniões é fazer com que os adolescentes falem a respeito de sua realidade e mostrem como procuraram pela orientação oferecida pela Casa. A psicóloga Lia Pinheiro diz que a proposta é atender o adolescente "na hora em que ele chega, no momento em que ele precisa".
Reflexões – Isso significa que todos que se propõem a participar da reunião estão dispostos a refletir sobre os motivos pelos quais procuraram a Casa. Durante o encontro, Abduch propôs ao grupo discutir a importância de se ter um projeto de vida.
Após as discussões em grupos de três ou quatro pessoas, os jovens voltaram à sala de reunião e expuseram suas opiniões. Mais importante que as conclusões de cada um, a sessão teve o objetivo de fazer com que cada jovem se sentisse à vontade para falar sobre suas experiências e expectativas.
Núbia Maria de Queiroz, de 19 anos, contou que participa das reuniões da Casa há quatro anos. "Moro longe, em Osasco, e venho aqui porque o atendimento é bom e há troca de informações. Procurei a Casa quando comecei a namorar porque não me senti à vontade para discutir questões sexuais em casa, pois meus pais não falam muito no assunto. Agora, estou casada já há um ano e sete meses e todas as orientações que recebi me ajudaram."
Já Danielle do Nascimento Santos, de 16 anos, está no sétimo mês de gravidez e começou a freqüentar a Casa no início de fevereiro. "Casei assim que confirmei a gravidez e minha família está me apoiando. Gostei muito da atividade na sala de espera e, se puder, quero repetir a experiência".