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Por Paula Cunha    9 de agosto de 2006
Incluir jovens no mercado de trabalho e portadores de deficiências através de ações práticas e da conscientização da sociedade. Este foi o objetivo do IX Seminário CIEE – Gazeta Mercantil do Terceiro Setor – A Inclusão Social da Juventude Brasileira no Mercado de Trabalho, realizado na última sexta-feira em São Paulo.
No início do encontro, o presidente do conselho de administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Paulo Nathanael Pereira de Souza, ressaltou a importância do encontro para a discussão de formas de inclusão de jovens no mercado de trabalho. Segundo ele, esta é uma tarefa cada vez mais difícil, já que as fronteiras entre as profissões e as exigências para a formação da mão-de-obra se dissipam rapidamente. "Este é um tema muito complexo porque o sistema econômico é excludente e, quando se pensa em exclusão lembramos imediatamente dos deficientes físicos e das camadas economicamente excluídas. Por isso, o trabalho do CIEE é importante. Ele inclui, com os estágios, os jovens que não têm acesso ao mercado de trabalho", afirmou.
Para ressaltar a importância do tema, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, lembrou que o desemprego entre os jovens alcança, atualmente, 50% do total de desempregados em todo o mundo, o que eqüivale a 25% da população economicamente ativa do planeta. "No Brasil, o número de jovens sem ocupação equivale ao dobro do total de desempregados. O país precisa investir mais em educação, pois atualmente destina apenas 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) à educação enquanto a Organização das Nações Unidas recomenda investimento de 6%", afirmou. Diante destes números, ele reafirmou a importância do investimento, por parte das empresas, nos estágios e na redução da jornada de trabalho como medidas que permitirão aos jovens conciliar trabalho com estudo constante, uma das maiores exigências do mundo globalizado.
Outros participantes do encontro também ressaltaram a sua importância para buscar soluções de integração não só de jovens e portadores de deficiências, mas de todas as camadas excluídas da sociedade. Para o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, só o estágio associado efetivamente ao trabalho faz com que o jovem se integre à sociedade.
Membros do Conselho Nacional de Assistência Social e da Secretaria de Articulação afirmaram que iniciativas para diminuir as desigualdades no país estão crescendo e ressaltaram a importância da participação das empresas neste processo. Heliana Kátia Tavares Campos, da Secretaria de Articulação informou que, além das iniciativas do Terceiro Setor, aumentou de 59% para 69% a participação empresarial em projetos sociais no período de 2000 a 2004, com 62% das verbas destinadas a crianças e 30% aos jovens.
Deficientes ativos – Para discutir a inclusão social de portadores de deficiência, um grupo de especialistas e participantes de ONGs que lutam pela integração traçaram um painel da atual situação dessa camada da população no País.
Eles são 24,5 milhões, ou 14,5% da população brasileira, e já contam com uma lei que obriga as empresas a contratá-los. Entretanto, o preconceito e a falta de informação ainda são o maior entrave à sua participação no mundo do trabalho.
O vice-presidente do Conselho de Administração do CIEE, Walter Fanganiello, relatou as iniciativas da entidade para incluir deficientes, que incluem banco de dados e um corpo permanente de orientação às empresas. "A principal dificuldade para se contratar um deficiente é a falta de informação que reforça o preconceito", disse. Segundo ele, atualmente mais de dois mil estudantes deficientes participam dos programas criados junto a 279 empresas.
O professor é essencial – Dorina Nowill, presidente da Fundação para cegos que leva o seu nome, afirmou que dentro do processo de inclusão de deficientes o papel do professor é essencial e que a maioria ainda não foi treinada para lidar com as diferenças e ser um agente de interação entre portadores e não portadores de deficiência. "A inclusão é inerente ao ser humano. É um direito que nunca pode ser retirado do ser humano. Ele pode até ser negado, mas nunca retirado", afirmou.
Com a mesma postura, o jornalista Gilberto Di Pierro, presidente do projeto Down de Pesquisa sobre a Síndrome de Down, lembrou que, dos 500 milhões de deficientes em todo o mundo, a maioria está no Brasil e que dos 24,5 milhões deles, 11,5% são portadores de deficiência mental.
Ele reforçou a necessidade de inclusão desta parcela da população na sociedade não apenas com leis, mas "a partir da mudança de cada um de nós e da mudança das cabeças das pessoas. Não é possível que o governo federal destine anualmente às escolas a quantia de R$ 38 por aluno deficiente. Pouquíssimas empresas trabalham com a inclusão de deficientes porque o País ainda tem vergonha deles", disse. E concluiu que todo o processo de inclusão deve partir de cada um de nós."
No início do encontro, o presidente do conselho de administração do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Paulo Nathanael Pereira de Souza, ressaltou a importância do encontro para a discussão de formas de inclusão de jovens no mercado de trabalho. Segundo ele, esta é uma tarefa cada vez mais difícil, já que as fronteiras entre as profissões e as exigências para a formação da mão-de-obra se dissipam rapidamente. "Este é um tema muito complexo porque o sistema econômico é excludente e, quando se pensa em exclusão lembramos imediatamente dos deficientes físicos e das camadas economicamente excluídas. Por isso, o trabalho do CIEE é importante. Ele inclui, com os estágios, os jovens que não têm acesso ao mercado de trabalho", afirmou.
Para ressaltar a importância do tema, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, lembrou que o desemprego entre os jovens alcança, atualmente, 50% do total de desempregados em todo o mundo, o que eqüivale a 25% da população economicamente ativa do planeta. "No Brasil, o número de jovens sem ocupação equivale ao dobro do total de desempregados. O país precisa investir mais em educação, pois atualmente destina apenas 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) à educação enquanto a Organização das Nações Unidas recomenda investimento de 6%", afirmou. Diante destes números, ele reafirmou a importância do investimento, por parte das empresas, nos estágios e na redução da jornada de trabalho como medidas que permitirão aos jovens conciliar trabalho com estudo constante, uma das maiores exigências do mundo globalizado.
Outros participantes do encontro também ressaltaram a sua importância para buscar soluções de integração não só de jovens e portadores de deficiências, mas de todas as camadas excluídas da sociedade. Para o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, só o estágio associado efetivamente ao trabalho faz com que o jovem se integre à sociedade.
Membros do Conselho Nacional de Assistência Social e da Secretaria de Articulação afirmaram que iniciativas para diminuir as desigualdades no país estão crescendo e ressaltaram a importância da participação das empresas neste processo. Heliana Kátia Tavares Campos, da Secretaria de Articulação informou que, além das iniciativas do Terceiro Setor, aumentou de 59% para 69% a participação empresarial em projetos sociais no período de 2000 a 2004, com 62% das verbas destinadas a crianças e 30% aos jovens.
Deficientes ativos – Para discutir a inclusão social de portadores de deficiência, um grupo de especialistas e participantes de ONGs que lutam pela integração traçaram um painel da atual situação dessa camada da população no País.
Eles são 24,5 milhões, ou 14,5% da população brasileira, e já contam com uma lei que obriga as empresas a contratá-los. Entretanto, o preconceito e a falta de informação ainda são o maior entrave à sua participação no mundo do trabalho.
O vice-presidente do Conselho de Administração do CIEE, Walter Fanganiello, relatou as iniciativas da entidade para incluir deficientes, que incluem banco de dados e um corpo permanente de orientação às empresas. "A principal dificuldade para se contratar um deficiente é a falta de informação que reforça o preconceito", disse. Segundo ele, atualmente mais de dois mil estudantes deficientes participam dos programas criados junto a 279 empresas.
O professor é essencial – Dorina Nowill, presidente da Fundação para cegos que leva o seu nome, afirmou que dentro do processo de inclusão de deficientes o papel do professor é essencial e que a maioria ainda não foi treinada para lidar com as diferenças e ser um agente de interação entre portadores e não portadores de deficiência. "A inclusão é inerente ao ser humano. É um direito que nunca pode ser retirado do ser humano. Ele pode até ser negado, mas nunca retirado", afirmou.
Com a mesma postura, o jornalista Gilberto Di Pierro, presidente do projeto Down de Pesquisa sobre a Síndrome de Down, lembrou que, dos 500 milhões de deficientes em todo o mundo, a maioria está no Brasil e que dos 24,5 milhões deles, 11,5% são portadores de deficiência mental.
Ele reforçou a necessidade de inclusão desta parcela da população na sociedade não apenas com leis, mas "a partir da mudança de cada um de nós e da mudança das cabeças das pessoas. Não é possível que o governo federal destine anualmente às escolas a quantia de R$ 38 por aluno deficiente. Pouquíssimas empresas trabalham com a inclusão de deficientes porque o País ainda tem vergonha deles", disse. E concluiu que todo o processo de inclusão deve partir de cada um de nós."