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184 núcleos em todo o Estado de São Paulo

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   27 de setembro de 2006
Criar um curso pré-vestibular que prepara alunos afro-descendentes para os vestibulares das universidades públicas e privadas. Esta era a meta inicial do Educafro, quando foi criado em 1997 no Rio de Janeiro. No ano seguinte, chegou a São Paulo, com frei David Raimundo dos Santos. Como a entidade evoluiu, passou a aceitar alunos carentes de todas as raças, não só negros.

Este processo ocorreu naturalmente, na avaliação de seus coordenadores. Hoje a entidade conta com 184 núcleos em todo o estado de São Paulo. Apesar deste número expressivo, eles lembram que a idéia de se criar um curso pré-vestibular para negros nasceu na Bahia, para apoiar os jovens dos bairros da periferia de Salvador.

A procura por vagas em São Paulo é muito maior que a oferta. Eduardo Pereira Neto, coordenador dos 184 núcleos de São Paulo, explica que os candidatos a alunos do curso participam de reuniões de acolhida todas as quintas-feiras e sábados para conhecer o cursinho e como ele funciona. Os professores apresentam a grade curricular e as atividades extras, como as palestras de conscientização.

Em São Paulo, a sede está localizada na rua Riachuelo, no Centro, bem próximo à praça da Sé. Em outras cidades, o Educafro está instalado em entidades que o acolhem. São associações de moradores, igrejas, sindicatos e escolas públicas e particulares. Toda ajuda é bem-vinda.

Apesar de a principal meta continuar sendo a colocação de alunos nas universidades públicas, o Educafro estabeleceu acordos com universidades particulares para a concessão de bolsas de estudo. Todo esse trabalho e mais a articulação das redes dos núcleos, o acompanhamento dos bolsistas e os recursos financeiros para a manutenção da infra-estrutura de funcionamento são de responsabilidade da Igreja Católica. Os frades franciscanos, pelo Serviço Franciscano de Solidariedade da Província Franciscana da Imaculada Conceição no Brasil (Sefras), são os responsáveis pela coordenação de todo o trabalho oferecido pelo cursinho.

Os professores são, em sua maioria, voluntários. Hoje, eles são 3.312 em todos os núcleos de São Paulo e também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os cursinhos funcionam como um "intensivão", porque a maioria funciona apenas à noite, durante a semana, ou aos sábados (80%). Cada aluno contribui mensalmente com 2% a 5% do valor de um salário mínimo.

Seleção – Para formar novas turmas, a sede de São Paulo realiza reuniões de acolhida todas as quintas-feiras (às 18 horas)e sábados (às 17 horas). Não existe teste para seleção: os candidatos preenchem uma ficha e à medida que as turmas são formadas eles são chamados. Segundo os coordenadores, de duas a três mil pessoas passam todos os meses pela sede da entidade, em São Paulo, em busca de informações.

Os interessados podem procurar a sede do Educafro, na rua Riachuelo, 342 - Centro. O telefone para contato é o (11) 3106-3411. O e-mail é educafro@franciscanos.org.br . Visite também os sites: http://www.educafro.org.br e http://www.franciscanos.org.br/sefras/educafro .

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