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Deficientes integrados
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   22 de novembro de 2006
Contratar e integrar corretamente deficientes nas empresas fazendo com que todos exerçam as funções para as quais foram contratados. Este foi o tema do seminário "Empregabilidade das Pessoas com Deficiência como Estratégia de Sustentabilidade das Empresas" realizado na semana passada na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. O evento marcou o lançamento do Guia dos Direitos das Pessoas com Deficiência, elaborado pela assessoria jurídica da Fiesp e pela Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil.
Em um país com 25 milhões de deficientes, 14,5% da população de 187,5 milhões de habitantes, o cumprimento da legislação que obriga as empresas a contratar um número de deficientes equivalente a 2% a 5% de seu quadro de funcionários mobilizou um grupos de empresários em São Paulo para discutir o papel produtivo dos deficientes e como inseri-los. Destes encontros participam entidades como o Instituto Paradigma.
Eliane Blefort, diretora do comitê de responsabilidade social da Fiesp, ressaltou que "queremos incluir não só social mas economicamente os deficientes. A Fiesp luta para que a inserção não se dê apenas pela força da lei, mas pela excelência dos contratados".
Troca de experiências – Para Luísa Russo, presidente do Instituto Paradigma, a troca de experiências foi se formalizando nos últimos anos e as iniciativas da Fiesp consolidaram os avanços.
O presidente da HP Brasil, Mario Anceloni, disse que a empresa não está mais preocupada em apenas cumprir a lei, mas em incluir no seu dia-a-dia os deficientes. "Vamos aumentar em 20% o nosso quadro de funcionários em 2007 e boa parte dele será de deficientes. Queremos ser a primeira multinacional a superar a quota."
Para Fernando Dantas Alves Filho, presidente da Price Waterhouse Coopers, a companhia consegue valorizar as experiências de seus funcionários deficientes. No caso da Visanet, seu presidente Antônio Luís Rios da Silva ressaltou a importância de revisar as práticas de recrutamento do seu RH para transformar a integração.
Cidade deficiente – Assim a secretária municipal de Integração, Mara Gabrilli, definiu São Paulo: "ela não foi planejada para atender a todos". Convidada a participar do debate, ela teve de ser auxiliada para deslocar sua cadeira de rodas até a mesa. Bem-humorada, citou o seu exemplo para discorrer sobre as dificuldades que os deficientes enfrentam. "A secretaria trabalha transversalmente porque os deficientes estão em todas as áreas. Por isso, ações de integração como estas são tão importantes. Estamos preocupados com os espaços físicos adequados e com a integração total. Por isso, temos um cadastro de 3,6 mil deficientes".
O secretário estadual de Desenvolvimento e Assistência Social, Rogério Amato, lembrou que a sociedade tem de conhecer a situação dos deficientes, se colocar no lugar de quem precisa ser integrado e agir para que isso ocorra. Cita a escolaridade como um fator fundamental para alterar este quadro para todos. "Escolaridade é renda e temos no País uma escolaridade média de cinco anos. Quando a baixa escolaridade e a má distribuição de renda se juntam, qual é a chance que um deficiente tem? Quando não tem acesso à educação, ele é duplamente punido. Acredito na integração."
Legislação – A procuradora de São Paulo, Eugênia Fávero, ressalta que os entraves ao cumprimento da lei de quotas estão principalmente no desconhecimento das empresas e na baixa escolaridade dos deficientes. Ela afirma que as primeiras devem cobrar as autoridades para que os pais coloquem as crianças deficientes nas escolas.
O procurador da República do Trabalho do Paraná, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, diz que "não é suficiente dizer que as pessoas são iguais perante a lei. Proponho que a lei de aprendizes vá até os 24 anos e seja aplicada também aos deficientes. Estamos tentando reverter o quadro de guetos que exclui as pessoas e quem contrata rompe com este círculo". O diretor do comitê de responsabilidade social da Fiesp, Guilherme Bara, afirmou que "ainda há dificuldade em se lidar com a diferença e a solução para romper a barreira cultural é a convivência. Vamos preparar o mundo para todos."
Em um país com 25 milhões de deficientes, 14,5% da população de 187,5 milhões de habitantes, o cumprimento da legislação que obriga as empresas a contratar um número de deficientes equivalente a 2% a 5% de seu quadro de funcionários mobilizou um grupos de empresários em São Paulo para discutir o papel produtivo dos deficientes e como inseri-los. Destes encontros participam entidades como o Instituto Paradigma.
Eliane Blefort, diretora do comitê de responsabilidade social da Fiesp, ressaltou que "queremos incluir não só social mas economicamente os deficientes. A Fiesp luta para que a inserção não se dê apenas pela força da lei, mas pela excelência dos contratados".
Troca de experiências – Para Luísa Russo, presidente do Instituto Paradigma, a troca de experiências foi se formalizando nos últimos anos e as iniciativas da Fiesp consolidaram os avanços.
O presidente da HP Brasil, Mario Anceloni, disse que a empresa não está mais preocupada em apenas cumprir a lei, mas em incluir no seu dia-a-dia os deficientes. "Vamos aumentar em 20% o nosso quadro de funcionários em 2007 e boa parte dele será de deficientes. Queremos ser a primeira multinacional a superar a quota."
Para Fernando Dantas Alves Filho, presidente da Price Waterhouse Coopers, a companhia consegue valorizar as experiências de seus funcionários deficientes. No caso da Visanet, seu presidente Antônio Luís Rios da Silva ressaltou a importância de revisar as práticas de recrutamento do seu RH para transformar a integração.
Cidade deficiente – Assim a secretária municipal de Integração, Mara Gabrilli, definiu São Paulo: "ela não foi planejada para atender a todos". Convidada a participar do debate, ela teve de ser auxiliada para deslocar sua cadeira de rodas até a mesa. Bem-humorada, citou o seu exemplo para discorrer sobre as dificuldades que os deficientes enfrentam. "A secretaria trabalha transversalmente porque os deficientes estão em todas as áreas. Por isso, ações de integração como estas são tão importantes. Estamos preocupados com os espaços físicos adequados e com a integração total. Por isso, temos um cadastro de 3,6 mil deficientes".
O secretário estadual de Desenvolvimento e Assistência Social, Rogério Amato, lembrou que a sociedade tem de conhecer a situação dos deficientes, se colocar no lugar de quem precisa ser integrado e agir para que isso ocorra. Cita a escolaridade como um fator fundamental para alterar este quadro para todos. "Escolaridade é renda e temos no País uma escolaridade média de cinco anos. Quando a baixa escolaridade e a má distribuição de renda se juntam, qual é a chance que um deficiente tem? Quando não tem acesso à educação, ele é duplamente punido. Acredito na integração."
Legislação – A procuradora de São Paulo, Eugênia Fávero, ressalta que os entraves ao cumprimento da lei de quotas estão principalmente no desconhecimento das empresas e na baixa escolaridade dos deficientes. Ela afirma que as primeiras devem cobrar as autoridades para que os pais coloquem as crianças deficientes nas escolas.
O procurador da República do Trabalho do Paraná, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, diz que "não é suficiente dizer que as pessoas são iguais perante a lei. Proponho que a lei de aprendizes vá até os 24 anos e seja aplicada também aos deficientes. Estamos tentando reverter o quadro de guetos que exclui as pessoas e quem contrata rompe com este círculo". O diretor do comitê de responsabilidade social da Fiesp, Guilherme Bara, afirmou que "ainda há dificuldade em se lidar com a diferença e a solução para romper a barreira cultural é a convivência. Vamos preparar o mundo para todos."