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O futuro em construção

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   14 de fevereiro de 2007
Incluir pela educação para valorizar e preservar a vida, incentivar a capacidade intelectual e profissional dos adolescentes e afastá-los da violência. Esta é a proposta do projeto Leo Educa, da Leo Madeiras, rede de marcenaria e construção seca com 37 lojas espalhadas pelo país.

Instalado no Jardim Júlia, bairro de Diadema, ele já está transformando a vida de jovens de 15 a 20 anos, que já fazem planos para o seu futuro acadêmico e profissional. Para participar do projeto, eles passam por um processo de seleção e recebem como ajuda uma cesta básica durante todos os 18 meses de duração do curso. Depois, são contratados para trabalhar nas lojas da rede ou com seus parceiros comerciais.

Este projeto é importante quando se lembra que os jovens nesta faixa de idade são os mais afetados pela violência e pelo desemprego nos grandes centros urbanos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice global de desemprego no país atingiu a média de 8,4% em dezembro de 2007. Para os jovens de 18 a 24 anos, este índice saltou para 18,6% no mesmo período. No grupo de adolescentes de 15 a 17 anos, são assombrosos 26,5%.

A freqüência é controlada e o conteúdo ministrado é resultado de uma colaboração com o Sebrae e da pesquisa sobre os métodos aplicados em outros projetos sociais. A Leo Madeiras entra com toda a infra-estrutura, o pagamento dos professores e a manutenção do prédio.

Na sede da Copertim, marcenaria parceira da Leo Madeiras no projeto, um grupo de adolescentes mostrava as peças já produzidas à reportagem do Diário do Comércio , na última sexta-feira. Eram caixas de presente e de jogos que estavam em fase de acabamento. Alcides Pereira Leite Filho, facilitador do Sebrae e um dos coordenadores do curso, explica que inicialmente o conteúdo era ministrado em apenas seis meses, mas a parceria com a Leo Madeiras permitiu que ele fosse ampliado para 18 meses. "O convívio com os jovens é muito bom. Com o curso, vemos que eles ficam estimulados a aprender cada vez mais", diz.

Vidas em transformação – Para Juliana Lira Costa, que tem 17 anos e está no terceiro ano do Ensino Médio, o curso é uma excelente oportunidade porque ela se considera curiosa e gosta de trabalhos manuais que exigem o uso de ferramentas. "Tive algumas aulas na escola onde estudo, mas tive que interromper porque passei a ter alergia ao pó. Agora, quero continuar neste projeto e tenho muitos planos para o futuro. As aulas vão me ajudar a trabalhar e fazer a faculdade de biologia e veterinária. Vendendo minhas peças na cooperativa, vou conseguir", afirma.

Com a mesma garra, Marcelo Pereira dos Santos, de 15 anos, diz que as aulas práticas são o maior atrativo do curso. Ele também pretende utilizar os conhecimentos adquiridos para continuar estudando. "Já fiz um curso técnico de eletricidade e de comandos elétricos e quando adquirir mais habilidade venderei minhas peças. Quero mostrar o que estou fazendo na escola onde estou no primeiro ano do Ensino Médio", conta.

"Quero uma oportunidade de trabalho na Leo Madeiras se for possível", diz Iranildo José Cordeiro. Ele conta que ainda não havia pensado na carreira profissional e que o curso pode trazer benefícios no futuro.

Missão – O presidente da Leo Madeiras, Helio Seibel, considera o projeto uma missão para colocar os jovens no mercado de trabalho. Até julho, será implantada mais uma unidade em São Paulo e outra, no Rio de Janeiro, no segundo semestre.

"Queremos montar de 30 a 40 escolas nestes moldes. Nossa idéia é contribuir para a evolução da sociedade e, para isso, vamos mostrar aos nossos clientes e parceiros porque queremos que nossos jovens sejam contratados por eles", conclui.

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