Notícias

Circo tira jovens da corda bamba

Por Paula Cunha   12 de abril de 2007
"Transformar pessoalmente os jovens para que eles tenham autoconfiança e se tornem transformadores do ambiente onde vivem." Assim, a secretária geral da Associação Cristã de Moços (ACM), Marisia Donatelli, definiu os objetivos da entidade.

O sucesso da iniciativa pôde ser comprovado na última quinta-feira quando a reportagem do Diário do Comércio visitou a Organização Não Governamental Enturmando Vila Ré, que propôs uma parceria à ACM e as duas passaram a atuar juntas no desenvolvimento do projeto.

Localizada no bairro de mesmo nome da zona Leste da capital paulista, a iniciativa atende cerca de 400 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos que vivem no entorno da entidade. Felipe Giroto, com 18 anos, é um exemplo de jovem que passou a freqüentar o projeto aos 7 anos e, quando completou o seu ciclo de aprendizado, aos 17 anos, tornou-se voluntário.

Demonstrando agilidade e desenvoltura na cama elástica, o jovem explicou que passou por todas as atividades ligadas à arte circense do Enturmando. Ele também aproveitou as aulas de com-putação, música e inglês. Agora, ele pretende fazer faculdade de educação física ou fisioterapia. "O mais importante de tudo isso foi a força que me deram aqui e que aprendi a respeitar as diferenças. Acredito que isso faz um mundo melhor", diz.

Definição profissional – Mais que uma atividade cultural para complementar a escola, o projeto mudou o curso da vida de Renata de Oliveira Barros. Aos 17 anos, a jovem que pensava em prestar o vestibular para administração de empresas, mudou de idéia e escolheu educação física.

"Estou no projeto desde os 11 anos e as atividades de ginástica, trampolins e cama elástica foram as que mais me influenciaram", diz. Renata acrescenta que a convivência com os alunos e professores foi positiva para vencer a timidez. Ela já participa do grupo de líderes do voluntariado da ACM e cuida das crianças enquanto as mães participam das reuniões de empreendedorismo da entidade.

Solidariedade – Mais do que as aulas de contorcionismo, trapézio e ginástica rítmica, Gabriel Nascimento dos Santos, de 14 anos, diz que o mais importante no projeto é que aprendeu o valor da solidariedade e o sentimento de compartilhar com os outros.

Na 8ª série do Ensino Fundamental, ele ainda não sabe que carreira seguir em seu futuro profissional mas tem certeza que deseja permanecer no projeto até os 18 anos. Morador do Jardim Nordeste, próximo à sede do projeto, o jovem gosta de escrever letras de música e mostrá-las aos amigos. "As aulas de circo são uma boa influência porque elas ensinam mais que as técnicas", conclui Gabriel.

Comentários dos Leitores