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Um dia na ONG
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   23 de maio de 2007
As máquinas de costura funcionavam ininterruptamente durante minha visita ao Movimento Comunitário Estrela Nova, na última quinta-feira. E não eram só as máquinas do Ofício Moda, o núcleo que forma mais que costureiras: estilistas de moda. Em uma das salas da casa pintada de laranja, sede da ONG em Campo Limpo, zona Sul da cidade, adolescentes dançavam ao ritmo de música brasileira e em outro ambiente, crianças aprendiam a fazer dobraduras. Estavam felizes.
A Estrela Nova atua há 20 anos e atende cerca de quatro mil pessoas, com cursos profissionalizantes, complementação escolar e atividades de lazer, entre outras iniciativas. O movimento começou nos anos 1980 com reivindicações para a instalação de creches, o respeito aos direitos das mulheres e melhorias no bairro, além de mutirões comunitários.
"Começamos com a luta pelas creches e pelo respeito aos direitos das mulheres e vir para cá foi uma escolha de vida com o objetivo de fazer um trabalho comunitário realmente sério", diz Hermíria Schoenmaker, a Emi, uma das fundadoras da ONG. Ela explica que começou a organizar um grupo de mulheres que discutia os problemas da comunidade e maneiras de exigir soluções por parte do poder público. Ao mesmo tempo, iniciou um programa de alfabetização. "Este foi o núcleo que começou a batalhar dentro do bairro para melhorá-lo. A partir daí, surgiu um grupo de costura".
Paralelamente, as atividades de complementação escolar para as crianças do bairro também continuavam a ser desenvolvidas.
Para manter estas frentes e colocar em prática outras iniciativas, Emi tomou uma decisão drástica de mudar do bem-estruturado bairro de Perdizes, na zona Oeste, para uma casa no carente Jardim Paris, próxima à sede da entidade.
O contato com a comunidade holandesa no país também se ampliou e parentes destes participantes passaram a enviar roupas e donativos para a entidade. A participação começou de maneira informal e cresceu ao ponto de tornar-se a fundação Stichting Vriendren van Estrela Nova, que ajuda a instituição brasileira.
Ampliação e foco – Com o apoio da Holambra e de outras entidades da comunidade holandesa no Brasil, o Estrela Nova ganhou força: construiu uma pequena creche, uma quadra e um modesto centro profissionalizante. Durante a década de 90, a entidade passou a priorizar ações que acabaram por substituir a ação do Estado. "Ao mesmo tempo em que fazíamos mutirões para construir e melhorar moradias questionávamos juntamente com a comunidade se isso era obrigação da prefeitura ou não. Durante muito tempo acabamos fazendo um trabalho que era do poder público", diz Emi.
A virada veio com a parceria com a ONG Corrente Viva, especializada no fortalecimento de entidades e organizações através da cooperação com outros setores da sociedade. "Queríamos nos profissionalizar sem perder o contato com a comunidade e sem abandonar a estratégia de estimulá-la para que ela assuma seu papel de protagonista", acrescenta.
Valorização da comunidade – Para enfatizar esta opção, o Estrela Nova passou a dar mais ênfase aos programas voltados para os jovens e os cursos profissionalizantes. Assim, surgiram o Projeto Jovens e o Ofício Moda. Este último surgiu para profissionalizar os adolescentes acima dos 18 anos que terminavam seu ciclo de aprendizado no Projeto Jovens com a parceria do São Paulo Fashion Week.
Para a atual presidente da ONG, Tereza Hantzschel, brasileira descendente de holandeses, a iniciativa de capacitar os freqüentadores da entidade é uma opção estratégica não só de sobrevivência mas de colocar em prática uma filosofia de valorização e de crescimento do ser humano. "Todos os nossos funcionários e educadores pertencem à comunidade e são capacitados por nós. As pessoas chegam aqui e têm que sair com uma condição de vida melhor", explica. Por isso, a entidade busca constantemente novos parceiros.
Na opinião de Tereza, que é psicóloga e teve consultório durante muitos anos, a convivência diária com a comunidade foi importante para o seu crescimento pessoal. "O trabalho com comunidades em situação de risco é um compromisso. Esta é uma escolha de crescimento pessoal. Ninguém dá nada de graça. Estou aqui em um trabalho de troca."
Se você quer saber mais sobre a entidade, o site é o http://www.estrelanova.org.br
A Estrela Nova atua há 20 anos e atende cerca de quatro mil pessoas, com cursos profissionalizantes, complementação escolar e atividades de lazer, entre outras iniciativas. O movimento começou nos anos 1980 com reivindicações para a instalação de creches, o respeito aos direitos das mulheres e melhorias no bairro, além de mutirões comunitários.
"Começamos com a luta pelas creches e pelo respeito aos direitos das mulheres e vir para cá foi uma escolha de vida com o objetivo de fazer um trabalho comunitário realmente sério", diz Hermíria Schoenmaker, a Emi, uma das fundadoras da ONG. Ela explica que começou a organizar um grupo de mulheres que discutia os problemas da comunidade e maneiras de exigir soluções por parte do poder público. Ao mesmo tempo, iniciou um programa de alfabetização. "Este foi o núcleo que começou a batalhar dentro do bairro para melhorá-lo. A partir daí, surgiu um grupo de costura".
Paralelamente, as atividades de complementação escolar para as crianças do bairro também continuavam a ser desenvolvidas.
Para manter estas frentes e colocar em prática outras iniciativas, Emi tomou uma decisão drástica de mudar do bem-estruturado bairro de Perdizes, na zona Oeste, para uma casa no carente Jardim Paris, próxima à sede da entidade.
O contato com a comunidade holandesa no país também se ampliou e parentes destes participantes passaram a enviar roupas e donativos para a entidade. A participação começou de maneira informal e cresceu ao ponto de tornar-se a fundação Stichting Vriendren van Estrela Nova, que ajuda a instituição brasileira.
Ampliação e foco – Com o apoio da Holambra e de outras entidades da comunidade holandesa no Brasil, o Estrela Nova ganhou força: construiu uma pequena creche, uma quadra e um modesto centro profissionalizante. Durante a década de 90, a entidade passou a priorizar ações que acabaram por substituir a ação do Estado. "Ao mesmo tempo em que fazíamos mutirões para construir e melhorar moradias questionávamos juntamente com a comunidade se isso era obrigação da prefeitura ou não. Durante muito tempo acabamos fazendo um trabalho que era do poder público", diz Emi.
A virada veio com a parceria com a ONG Corrente Viva, especializada no fortalecimento de entidades e organizações através da cooperação com outros setores da sociedade. "Queríamos nos profissionalizar sem perder o contato com a comunidade e sem abandonar a estratégia de estimulá-la para que ela assuma seu papel de protagonista", acrescenta.
Valorização da comunidade – Para enfatizar esta opção, o Estrela Nova passou a dar mais ênfase aos programas voltados para os jovens e os cursos profissionalizantes. Assim, surgiram o Projeto Jovens e o Ofício Moda. Este último surgiu para profissionalizar os adolescentes acima dos 18 anos que terminavam seu ciclo de aprendizado no Projeto Jovens com a parceria do São Paulo Fashion Week.
Para a atual presidente da ONG, Tereza Hantzschel, brasileira descendente de holandeses, a iniciativa de capacitar os freqüentadores da entidade é uma opção estratégica não só de sobrevivência mas de colocar em prática uma filosofia de valorização e de crescimento do ser humano. "Todos os nossos funcionários e educadores pertencem à comunidade e são capacitados por nós. As pessoas chegam aqui e têm que sair com uma condição de vida melhor", explica. Por isso, a entidade busca constantemente novos parceiros.
Na opinião de Tereza, que é psicóloga e teve consultório durante muitos anos, a convivência diária com a comunidade foi importante para o seu crescimento pessoal. "O trabalho com comunidades em situação de risco é um compromisso. Esta é uma escolha de crescimento pessoal. Ninguém dá nada de graça. Estou aqui em um trabalho de troca."
Se você quer saber mais sobre a entidade, o site é o http://www.estrelanova.org.br