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Fora de moda
Por Sílvia Pimentel    29 de agosto de 2007
Em nome da acessibilidade, os portadores de deficiência já conquistaram vários espaços. Convivem com menos barreiras arquitetônicas e no campo do esporte ganharam até competições exclusivas (como o Parapan-americanos disputados mês passado no Rio de Janeiro ou como as Para-olimpíadas marcadas para 2008 em Pequim). Mas no mundo da moda, a exclusão ainda persiste.
A opinião é da estilista Maria de Fátima Grave, que pesquisa há oito anos as seqüelas envolvidas na limitação física de portadores de hemiplegia (como é chamada a paralisia de um lado do corpo).
Conforto e praticidade – O intuito de Maria de Fátima é desenhar roupas confortáveis, que mexem com o auto-estima e, sobretudo, vestimentas práticas para esse público. Detalhista, ela chegou a cronometrar o tempo que um portador de deficiência leva para se vestir. Para levantar informações, também freqüentou clínicas de ortopedia durante vários meses. "Não se pode conceber uma roupa que atenda a todos os corpos. Hoje, o estudo da modelagem deve contar com o apoio científico", defende.
Autora do livro "A Moda e o Vestuário para o Portador de Hemiplegia", a estilista iniciou o trabalho inusitado depois de ser convidada para desenvolver uma roupa para uma criança portadora de hidrocefalia, problema neurológico que pode levar ao alargamento do crânio.
A partir daí, não parou mais na defesa de sua tese de mestrado sobre a importância de adaptar o vestuário à linguagem do corpo dos deficientes.
Medo de investir – Ela diz que já foi procurada por empresários, inclusive de outros países, como Chile e Portugal, mas a sua idéia ainda não saiu do papel. "Os empresários brasileiros têm receio de investir, o que é um equívoco, pois é grande o número de portadores de deficiência no Brasil", diz, ao lembrar das estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o instituto, há 26,6 milhões de brasileiros (14,5% da população) com algum tipo de deficiência. Um dado que põe em xeque o mito de que esse universo de pessoas é, em geral, de classes menos abastadas é que o mercado de reabilitação movimenta atualmente R$ 1,5 bilhão por ano, puxado, principalmente, pela venda de carros adaptados e cadeiras de rodas.
Apesar de não ter despertado, ainda, o interesse da indústria de confecção, a atual professora de design de moda na Faculdade Belas Artes mostra, há cinco anos, o resultado da sua pesquisa em roupas adaptadas nos aplaudidos desfiles de portadores de deficiência na maior feira de reabilitação da América Latina, a Reatech (Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade.
Hoje só um grupo de pacientes da Fundação Selma – instituição privada sem fins lucrativos, voltada à reabilitação de portadores de deficiências físicas e motoras – tem o privilégio de vestir algumas peças produzidas pela estilista, graças à doação de tecidos de empresas como Santista e Vicunha para a realização dos desfiles.
"Guio o meu trabalho com base em informações como o lado em que o corpo pende, características da cervical, rotação do corpo e a sensibilidade da pele", diz a estilista.
A opinião é da estilista Maria de Fátima Grave, que pesquisa há oito anos as seqüelas envolvidas na limitação física de portadores de hemiplegia (como é chamada a paralisia de um lado do corpo).
Conforto e praticidade – O intuito de Maria de Fátima é desenhar roupas confortáveis, que mexem com o auto-estima e, sobretudo, vestimentas práticas para esse público. Detalhista, ela chegou a cronometrar o tempo que um portador de deficiência leva para se vestir. Para levantar informações, também freqüentou clínicas de ortopedia durante vários meses. "Não se pode conceber uma roupa que atenda a todos os corpos. Hoje, o estudo da modelagem deve contar com o apoio científico", defende.
Autora do livro "A Moda e o Vestuário para o Portador de Hemiplegia", a estilista iniciou o trabalho inusitado depois de ser convidada para desenvolver uma roupa para uma criança portadora de hidrocefalia, problema neurológico que pode levar ao alargamento do crânio.
A partir daí, não parou mais na defesa de sua tese de mestrado sobre a importância de adaptar o vestuário à linguagem do corpo dos deficientes.
Medo de investir – Ela diz que já foi procurada por empresários, inclusive de outros países, como Chile e Portugal, mas a sua idéia ainda não saiu do papel. "Os empresários brasileiros têm receio de investir, o que é um equívoco, pois é grande o número de portadores de deficiência no Brasil", diz, ao lembrar das estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o instituto, há 26,6 milhões de brasileiros (14,5% da população) com algum tipo de deficiência. Um dado que põe em xeque o mito de que esse universo de pessoas é, em geral, de classes menos abastadas é que o mercado de reabilitação movimenta atualmente R$ 1,5 bilhão por ano, puxado, principalmente, pela venda de carros adaptados e cadeiras de rodas.
Apesar de não ter despertado, ainda, o interesse da indústria de confecção, a atual professora de design de moda na Faculdade Belas Artes mostra, há cinco anos, o resultado da sua pesquisa em roupas adaptadas nos aplaudidos desfiles de portadores de deficiência na maior feira de reabilitação da América Latina, a Reatech (Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade.
Hoje só um grupo de pacientes da Fundação Selma – instituição privada sem fins lucrativos, voltada à reabilitação de portadores de deficiências físicas e motoras – tem o privilégio de vestir algumas peças produzidas pela estilista, graças à doação de tecidos de empresas como Santista e Vicunha para a realização dos desfiles.
"Guio o meu trabalho com base em informações como o lado em que o corpo pende, características da cervical, rotação do corpo e a sensibilidade da pele", diz a estilista.