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Empreendedorismo social é trabalho para jovens

Por Paula Cunha   24 de outubro de 2007
Oferecer orientação a jovens empreendedores sociais e acompanhar o desenvolvimento de seus projetos. Este é o objetivo do Geração MudaMundo, programa da Ashoka que identifica e incentiva empreendimentos que podem melhorar a sociedade. No sábado, cerca de 40 grupos apresentaram seus trabalhos, trocaram informações e debateram o assunto.

O encontro foi no Museu Brasileira de Escultura (MuBe). Entre os 50 empreendimentos apoiados pela Ashoka desde agosto de 2006, alguns já geram renda para seus participantes e começam a transformar o entorno de onde atuam.

Este é o caso da ONG Aprendendo Hardware. Formada por jovens de Campo Limpo, na zona sul, a entidade oferece formação básica de assistência técnica. Os jovens aprendem também a montar computadores, a partir de doações de equipamentos, que são vendidos para quem não pode adquirir produtos novos.

Leonardo Vidal, de 19 anos, que já integrava o Jovens Urbanos, resolveu multiplicar seus conhecimentos. Com R$ 1,5 mil que recebeu do Geração MudaMundo começou a dar aulas para comunidades. "Montamos computadores a partir de doação de empresas e os revendemos para famílias de baixa renda. Nossa meta é conseguir mais doadores e mais clientes para montar uma loja própria. O projeto completará um ano em janeiro e já vendemos dois computadores por mês", explica Leonardo.

Outro participante do grupo, Jerônimo Frazão, de 20 anos, acrescenta que o projeto firmou parcerias com a Oficina de Mangá e a Brincando de Aprender (também do Geração MudaMundo) e que o objetivo do grupo é atuar em rede.

Circo – Com a filosofia de que rir é o melhor remédio, o grupo Lua Nova, de Sorocaba, reúne 12 jovens que usam o teatro e a arte circense em palestras que orientam jovens e adultos a respeito de sexualidade, planejamento familiar e prevenção às drogas. O site do grupo é www.luanova.org.br.

Uma das coordenadoras do grupo, Marta Volpi, diz que a Ashoka ajudou a criar a camiseta com o logotipo da equipe. "A venda das camisetas é uma das fontes de renda. Já nos apresentamos em empresas, colégios particulares e na Feira Jovem de Sorocaba", diz. O grupo tem recebido vários outros convites para apresentações. Por isso, ela considerou a participação na feira da Ashoka, no MuBe importante para a visibilidade do trabalho.

Reciclar – Encontrar beleza, utilidade e uma fonte de renda naquilo que a maioria das pessoas descarta é o objetivo da Comunidade Reciclativa, parceira do Projeto Arrastão com o Escreve Beleza Brasil. O grupo de jovens participou do MudaMundo e de seu curso de Jovens Gestores em Campo Limpo.

A partir daí, as jovens que se identificavam com a atividade de costura perceberam que poderiam aproveitar as roupas usadas que, muitas vezes, iam para o lixo. "Começamos com um trabalho de conscientização no bairro e depois passaram a reunir as jovens dispostas a produzir peças customizadas. Vamos vendê-las, a preços acessíveis, para a comunidade", diz Catarine Amélia da Silva, de 18 anos.

Hoje, o grupo é formado por cinco jovens e já participou de duas edições da Feira Cosmética, no Anhembi, uma exposição no Projeto Arrastão e três mostras da Ashoka. Entusiasmada, Catarine diz que "os jovens precisam ter uma visão mais ampla da realidade. Quando se entra no mundo do empreendedorismo a percepção de mundo se transforma", conclui.

Para exportar – O projeto Exportart surgiu para divulgar e assessorar artesãos carentes que não conseguem divulgar seu trabalho em Embu das Artes. Leonardo Fruano diz que o grupo pretende, além de mostrar a produção em outras cidades, montar um centro cultural móvel. "Pretendemos procurar o Ministério da Cultura e o BNDES", afirma.

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