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Jovens usam teatro para informar e transformar
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   7 de novembro de 2007
O desejo de superar dificuldades e utilizar talentos e habilidades em uma atividade que se transformasse em fonte de renda e que pudesse modificar o seu entorno. Foi isso que levou 14 jovens a formarem o G3, um grupo de teatro que atua dentro da ONG Lua Nova, de Sorocaba, no Interior do Estado.
Eles foram além da encenação de peças e passaram a usar as técnicas teatrais para disseminar informações sobre uso de drogas, sexualidade e planejamento familiar. Essa idéia nasceu no projeto Geração MudaMundo, criado pela Ashoka e patrocinado pela Officenet. Agora, segundo Raquel Barros, presidente da ONG, o grupo já começa a "caminhar com as próprias pernas".
Trabalho – Raquel disse que a parceria com a Ashoka a ajudou a criar programas que também são empreendimentos. Por isso, foi dada ênfase ao G3, que objetiva inserir jovens no mercado de trabalho. O grupo já fez, inclusive, uma apresentação durante um encontro de profissionais de saúde do Centro de Orientação e Apoio Sorológico (Coas) e foi remunerado pelo trabalho.
Além disso, se apresentaram para um grupo de crianças de 5 a 10 anos e durante o encontro da Ashoka em outubro, em São Paulo. Segundo dados do IBGE, o índice de desemprego entre pessoas de 18 a 24 anos atingiu a marca de 18,7% em setembro, o dobro da porcentagem geral de 9%.
Os participantes têm entre 18 e 23 anos e, por isso, escolheram os adolescentes como público-alvo. A decisão de levar informação com teatro foi tomada após o grupo desistir do plano de criar uma biblioteca ambulante. Os jovens estão criando uma camiseta com o logotipo do grupo, que será vendida nas apresentações.
O G3 pretende também, a médio prazo, criar outros produtos e vendê-los em escolas, empresas, hospitais e centros de tratamento. Antes do final do ano, fazem nova apresentação em uma escola particular.
Com o objetivo de colocar estes planos em prática, quatro integrantes do grupo freqüentam um curso sobre a obtenção de micro crédito, oferecido pela Fundação Abrinq. Eles aprendem a administrar recursos e a divulgar seus produtos e serviços.
Experiências – A maioria dos jovens do G3 compartilha uma origem comum: comunidades carentes de Sorocaba e pais com pouco acesso à informação. Por isso, quando esses adolescentes explicaram em casa seus objetivos dentro grupo, houve espanto e desaprovação em algumas famílias.
Este é o caso de Thaís Ellen de Oliveira. Ela já havia participado de um grupo de dança no bairro onde mora, entrou para uma pastoral católica e, por um amigo, chegou ao G3. A jovem está entusiasmada com as perspectivas e diz que todos buscam meios de obter recursos para sustentar suas atividades. "Eu achava que uma pessoa pobre não podia nem querer fazer teatro. Agora acho que é possível", diz.
Ela se sente feliz quando, após as apresentações, os jovens se aproximam para obter mais informações e desabafar. "Para incentivar a participação, criamos uma peça em que o público escolhe o final", diz.
Luana Aparecida Gonçalves conta que sempre quis estudar dança, mas que o pai dizia que não dava futuro. "No G3 aprendi que é possível realizar nossos sonhos. Agora, minha mãe pede para ler as apostilas dos espetáculos", diz. A jovem acrescenta que o grupo quer mostrar que os bairros onde moram não são apenas perigosos.
Elienay de Meirelles Pereira também passou pela mesma experiência. "Minha mãe achava estranho o que fazíamos e chegou a perguntar como eu sabia que existia preservativo sabor morango. Eu respondi que estou trabalhando com isso. No começo, ela estranhou".
Daísa Vieira, que está no curso de empreendedorismo da Abrinq, garante que é muito importante para o grupo aprender a montar um negócio e como calcular custos e administrar despesas. Segundo ela, agora o G3 já tem uma noção de como empregar os ganhos com as apresentações. O próximo passo é encontrar meios de divulgar seu trabalho em São Paulo e nas cidades do entorno de Sorocaba. Para quem se interessar, o site da ONG é http://www.luanova.org.br .
Mães – A Lua Nova realiza outros trabalhos com jovens. Entre eles está acolher mães adolescentes com seus filhos e estimulá-las a buscar a independência, orientar jovens em situação de risco social e incentivar o empreendedorismo desta parcela da população. A ONG atua em Sorocaba há sete anos e divulga seus projetos em todo o Estado.
Integrar este grupo ao entorno onde vive e promover a troca de experiências também faz parte do perfil da Lua Nova. As jovens mães, por exemplo, compartilham o espaço no qual produzem artesanato e peças de vestuário com a comunidade mais próxima.
Eles foram além da encenação de peças e passaram a usar as técnicas teatrais para disseminar informações sobre uso de drogas, sexualidade e planejamento familiar. Essa idéia nasceu no projeto Geração MudaMundo, criado pela Ashoka e patrocinado pela Officenet. Agora, segundo Raquel Barros, presidente da ONG, o grupo já começa a "caminhar com as próprias pernas".
Trabalho – Raquel disse que a parceria com a Ashoka a ajudou a criar programas que também são empreendimentos. Por isso, foi dada ênfase ao G3, que objetiva inserir jovens no mercado de trabalho. O grupo já fez, inclusive, uma apresentação durante um encontro de profissionais de saúde do Centro de Orientação e Apoio Sorológico (Coas) e foi remunerado pelo trabalho.
Além disso, se apresentaram para um grupo de crianças de 5 a 10 anos e durante o encontro da Ashoka em outubro, em São Paulo. Segundo dados do IBGE, o índice de desemprego entre pessoas de 18 a 24 anos atingiu a marca de 18,7% em setembro, o dobro da porcentagem geral de 9%.
Os participantes têm entre 18 e 23 anos e, por isso, escolheram os adolescentes como público-alvo. A decisão de levar informação com teatro foi tomada após o grupo desistir do plano de criar uma biblioteca ambulante. Os jovens estão criando uma camiseta com o logotipo do grupo, que será vendida nas apresentações.
O G3 pretende também, a médio prazo, criar outros produtos e vendê-los em escolas, empresas, hospitais e centros de tratamento. Antes do final do ano, fazem nova apresentação em uma escola particular.
Com o objetivo de colocar estes planos em prática, quatro integrantes do grupo freqüentam um curso sobre a obtenção de micro crédito, oferecido pela Fundação Abrinq. Eles aprendem a administrar recursos e a divulgar seus produtos e serviços.
Experiências – A maioria dos jovens do G3 compartilha uma origem comum: comunidades carentes de Sorocaba e pais com pouco acesso à informação. Por isso, quando esses adolescentes explicaram em casa seus objetivos dentro grupo, houve espanto e desaprovação em algumas famílias.
Este é o caso de Thaís Ellen de Oliveira. Ela já havia participado de um grupo de dança no bairro onde mora, entrou para uma pastoral católica e, por um amigo, chegou ao G3. A jovem está entusiasmada com as perspectivas e diz que todos buscam meios de obter recursos para sustentar suas atividades. "Eu achava que uma pessoa pobre não podia nem querer fazer teatro. Agora acho que é possível", diz.
Ela se sente feliz quando, após as apresentações, os jovens se aproximam para obter mais informações e desabafar. "Para incentivar a participação, criamos uma peça em que o público escolhe o final", diz.
Luana Aparecida Gonçalves conta que sempre quis estudar dança, mas que o pai dizia que não dava futuro. "No G3 aprendi que é possível realizar nossos sonhos. Agora, minha mãe pede para ler as apostilas dos espetáculos", diz. A jovem acrescenta que o grupo quer mostrar que os bairros onde moram não são apenas perigosos.
Elienay de Meirelles Pereira também passou pela mesma experiência. "Minha mãe achava estranho o que fazíamos e chegou a perguntar como eu sabia que existia preservativo sabor morango. Eu respondi que estou trabalhando com isso. No começo, ela estranhou".
Daísa Vieira, que está no curso de empreendedorismo da Abrinq, garante que é muito importante para o grupo aprender a montar um negócio e como calcular custos e administrar despesas. Segundo ela, agora o G3 já tem uma noção de como empregar os ganhos com as apresentações. O próximo passo é encontrar meios de divulgar seu trabalho em São Paulo e nas cidades do entorno de Sorocaba. Para quem se interessar, o site da ONG é http://www.luanova.org.br .
Mães – A Lua Nova realiza outros trabalhos com jovens. Entre eles está acolher mães adolescentes com seus filhos e estimulá-las a buscar a independência, orientar jovens em situação de risco social e incentivar o empreendedorismo desta parcela da população. A ONG atua em Sorocaba há sete anos e divulga seus projetos em todo o Estado.
Integrar este grupo ao entorno onde vive e promover a troca de experiências também faz parte do perfil da Lua Nova. As jovens mães, por exemplo, compartilham o espaço no qual produzem artesanato e peças de vestuário com a comunidade mais próxima.