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Informática: aliada na inclusão social

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   23 de janeiro de 2008
Foto de Andrei Bonamin?Luz Da esq. para a dir: Celso Augusto da Silva, Tatiana Lemos Cruz e Leandro Silva, todos alunos do Uirapuru.
Fundação Heydenreich, com quase 80 anos de atuação, cria projeto que usa a computação para o desenvolvimento não apenas profissional, mas social de jovens.

Usar a informática como instrumento para o crescimento pessoal, profissional e cultural de jovens é a meta do Projeto Uirapuru, criado pela Fundação Heydenreich, voltada ao desenvolvimento de programas de inclusão digital. Antes de atingir o atual formato, o projeto, que utiliza a transmissão de conteúdos de informática para alcançar aquele objetivo, passou por várias mudanças.

Jovens mais seguros e confiantes, certos de que poderão utilizar as habilidades adquiridas na informática não apenas na continuidade de sua formação acadêmica, mas também para competir no mercado de trabalho é o resultado dessa iniciativa.

Na última sexta-feira, o Diário do Comércio conversou com alguns dos adolescentes que fizeram parte do Uirapuru. Para eles, participar da última edição do projeto, composto de um curso que usa a informática para transmitir outros conteúdos, foi importante, na medida em que, disseram, os ajudou não somente a definir suas escolhas profissionais como também a melhorar seu desempenho escolar.

Para Leandro Silva de 14 anos, por exemplo, um dos participantes, o projeto Uirapuru significou desde um aperfeiçoamento em sua formação como a descoberta de um mundo novo. O jovem morador do Jardim São Judas, na divisa entre os municípios de Taboão da Serra e do Embu-Guaçu, contou que, além das aulas, as atividades culturais do programa permitiram que ele conhecesse a cidade de São Paulo, uma vez que nunca havia saído de sua cidade.

"Fiquei fascinado com a avenida Paulista e o Centro de São Paulo. Mas o que mais me impressionou foi a rua 25 de março, que estava lotada de gente por todos os lados. Eu me empolguei tanto que acabei chegando muito tarde em casa naquele dia", disse.

Novo futuro – O jovem acrescentou que o curso o fez modificar seus planos para o futuro. Sua opção pela engenharia ficou para trás quando descobriu nas aulas de empreendedorismo que a área de contabilidade é muito interessante e que ela pode ser uma outra opção profissional. Além disso, Leandro ressaltou o quanto foi positivo o incentivo à leitura durante o processo. "No ano passado, não tinha muita noção se o que aprendia era importante ou não. Depois do curso passei a valorizar muito mais o estudo", contou.

Tatiana Lemos da Cruz, de 14 anos, disse que no começo esperava só aulas convencionais "apenas para para preencher o tempo". Entretanto, a adolescente também teve aulas básicas de inglês. Isso a convenceu de que escolheu a carreira certa: turismo. "Uma amiga da minha irmã é aeromoça e as histórias que ela contou me despertaram o interesse por essa área", disse. Agora, ela acha que, com os conhecimentos adquiridos no projeto Uirapuru seu desejo não é mais um sonho distante. "Estou confiante de que tenho mais chances no mercado de trabalho", acrescentou.

Integração – Procurando um curso que estimulasse o trabalho em grupo, César Augusto da Silva viu no projeto Uirapuru uma chance para aprofundar seus conhecimentos de informática, uma área da qual sempre gostou. "O acesso a computadores na escola é difícil porque eles são poucos para muitos alunos", disse.

Nas aulas de Excell, por exemplo, César descobriu que é bom em matemática. E que o convívio com outros alunos o ajudou a superar a timidez. "Passei a me integrar melhor na escola e a ter uma convivência mais positiva com os colegas", contou.

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