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Próxima estação, Jovem Cidadão

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   7 de fevereiro de 2008
Rosemeire, Tainá, Aline e Paulo são alguns dos jovens que encontraram um rumo para iniciar suas carreiras profissionais: indicar o caminho para os usuários da estação São Bento do Metrô, no centro da cidade. Os adolescentes fazem parte do programa Jovem Cidadão, da secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, que pretende oferecer a primeira oportunidade de trabalho para jovens de 16 a 21 anos e que cursam o ensino médio.

Criado em 2000, o Jovem Cidadão contrata estes adolescentes por seis meses e, ao final deste período, os encaminha a empresas parceiras. O programa está em fase de expansão e novos empreendimentos já participam. Desde a semana passada, mais 200 jovens começaram a trabalhar em outras estações do Metrô.

Importância – Para Tainá Arieli Ramiro de Góes, de 18 anos, participar do programa é muito importante, já que representa a sua primeira experiência profissional. Com seis irmãos, que ajudou a criar, Tainá havia apenas cuidado de filhos de alguns vizinhos. Essa era sua experiência, muito distante do sonho de cursar a faculdade de Pedagogia.

"Agora, com este trabalho, estou aprendendo a me comunicar melhor. Vejo também o quanto ele é necessário para ajudar as pessoas. Este contato está sendo positivo para mim", disse. Além disso, a jovem afirmou que aprende a ligar melhor com o dinheiro, controlando o seu salário, e que pode pôde conhecer melhor o centro de São Paulo. "Antes de começar a trabalhar, só tinha visto o Mosteiro de São Bento na televisão, quando o Papa veio ao Brasil", acrescentou.

Outro jovem que também não conhecia o centro é Paulo Silva Martins Santos, de 19 anos. O adolescente, que já perdeu as contas de quantas informações fornece por dia aos usuários da estação São Bento, disse que só havia saído do bairro onde mora, o Itaim Paulista, na zona leste, para conhecer a praça da Sé e as ruas comerciais do Brás. "Este é o meu primeiro trabalho e pretendo aproveitar a oportunidade para fazer cursos de computação e telemarketing. Mas gostaria de prestar um concurso e continuar trabalhando no Metrô", afirmou.

Entusiasmo – Rosemeire Silveira Ribeiro, de 20 anos, se mostra muito entusiasmada com a atividade de orientar idosos e pessoas perdidas. A jovem acreditava, inicialmente, que o trabalho seria monótono. Mas se enganou. "Percebi que preciso conhecer as ruas próximas e utilizo os mapas da estação para ajudar as pessoas a achar o destino desejado".

Rosemeire acrescentou ainda que pretende continuar a estudar e, se tiver uma oportunidade, prosseguir com o trabalho no Metrô. "Eu me sinto bem quando consigo ajudar as pessoas", afirmou.

Aline Pereira pretende utilizar a convivência diária com as pessoas no Metrô quando iniciar o curso de psicologia. A jovem disse que o contato com pessoas tão diferentes, todos os dias, a ensina a ser mais observadora, condição que considera essencial para a profissão que escolheu.

"O contato diário com pessoas tão diferentes está fazendo com que eu me expresse melhor", afirmou. "Sinto que conseguirei adquirir uma boa experiência para usar no meu futuro", finalizou.

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