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Gestão transparente é um bom negócio

Por Mário Tonocchi   23 de abril de 2008
Foto de Newton Santos/Hype Projetos do Unicef atendem 13 milhões de crianças na região do semi-árido. Acima, o gerente de implantação André Mogani, um dos primeiros compradores do seguro.
Cinco mil grandes, médias e pequenas empresas e outros 30 mil colaboradores individuais brasileiros são os responsáveis, hoje, por metade dos US$ 24 milhões anuais arrecadados e aplicados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil. Entre as empresas, a participação só tende a crescer nos próximos anos, segundo informações do próprio Fundo.

"Os empresários, até há pouco tempo, tinham receio de fazer investimentos que não sabiam se eram ou não inadequados. Agora, com a profissionalização na gestão da responsabilidade social, eles têm mais e melhores instrumentos para acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos", afirma o chefe de relações com o setor privado da Unicef, José Afonso Braga.

Segundo a linha da transparência, o Unicef, de acordo com José Afonso Braga, lança, em duas semanas, uma nova plataforma de relacionamento entre o Fundo e os doadores com diversos níveis de doação que permitirão, de acordo com o volume de recursos doados, ceder a utilização da marca Unicef para os negócios. "Nessa nova plataforma também vamos disponibilizar e orientar a melhor forma de utilização dos instrumentos de fiscalização para o doador ter a possibilidade de monitorar o investimento social de seu dinheiro", afirmou Braga. O Unicef, observa o chefe de relações com o setor privado, recebe de R$ 100 de pessoas físicas por mês a até R$ 3 milhões ao ano de empresas consideradas de grande porte.

Seguro Solidário – O último acordo firmado entre o Unicef e a iniciativa privada já com gestão transparente de destinação de recursos foi assinado no final de fevereiro deste ano com a seguradora Zurich, a corretora de seguros Marsh e a Keppler Consultoria, todas elas sediadas em São Paulo. A parceria, que demorou dois anos para ser discutida, elaborada e finalizada, espera vender, até fevereiro do próximo ano, pelo menos 60 mil papéis do Seguro Solidário Infância .

O produto é uma apólice de acidentes pessoais criado especialmente para atender ao Fundo que, por sua vez, destinará 48% do prêmio pago pelo segurado a projetos apoiados pelo Unicef no Brasil. Caso seja confirmada a previsão de vendas, o repasse será de R$ 2,5 milhões somente neste ano.

Para atingir a meta, segundo o executivo de contas da Marsh, Rodrigo Franjão, neste momento, o banco Marsh realiza contatos com empresas em todo País para difundir o produto entre os trabalhadores por meio de campanhas internas. "Também vamos começar a atuar por meio da internet. Precisamos atingir pelo menos 600 mil pessoas para alcançarmos a meta", diz o executivo.

Sorteios semanais – O seguro cobre morte e invalidez permanente e foi acoplado aos títulos de capitalização da Sul América Capitalização. Com isso, são oferecidos sorteios semanais de R$ 10 mil. "O prêmio é um excelente estímulo para a aquisição/doação por meio da compra de um produto", observa Rodrigo Franjão.

A apólice varia de R$ 7 ao mês, para uma cobertura de R$ 7 mil, a R$ 25 mensais, com um capital segurado de R$ 25 mil. O comprador tem ainda o direito a assistência 24 horas por dia, com serviços disponíveis de orientação nutricional, avaliações sobre hábitos alimentares, consulta sobre valor calórico de alimentos e também orientações específicas relacionadas à gestante e ao bebê.

O Seguro Solidário Infância é vendido no site específico criado par atender a parceria, no endereço http://www.projetocriancaprotegida.com.br . Um dos primeiros compradores do seguro foi o gerente de implantação André Mogani, de São Paulo. Para ele, o importante ao ajudar com doações é conhecer a marca de quem propõe a ação social.

Mogani adquiriu o produto apostando na qualidade do trabalho realizado pelo Unicef e no conhecimento que tinha anteriormente das empresas que estão envolvidas no projeto. Ter o retorno sobre a ajuda que se está oferecendo também é fundamental, segundo Mogani. "É um bom incentivo para o doador receber o retorno de seu investimento social", afirma o gerente.

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