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Vacinas terapêuticas contra neoplasias
Por Thais Zaccarelli | FBCOM   23 de abril de 2008
Por Dr. José Marcus Rotta (Fundador da AACC e Diretor do Hospítal do Servidor Público do Estado de SP)
O uso de vacinas, que por muito tempo parecia um ideal utópico, está se tornando realidade clínica. Tal progressão se deve a um grande desenvolvimento de nosso conhecimento, tanto na área da biologia dos tumores, quanto na da fisiologia intrínseca do sistema imune e de suas relações com as células cancerígenas. Com o avanço, foi possível gerar in vitro células dendríticas. Elas têm a função de “apresentar” ao sistema imune qualquer substância que precise ser conhecida e são , portanto, fundamentais para o tratamento de neoplasias. Utilizando o potencial terapêutico das células dendríticas, desenvolvemos uma vacina híbrida, com essas células, combinadas “as do tumor para pacientes com melanonas ou carcionomas renais metásticos. Em um estudo desenvolvido em conjunto pelo Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas de Patologia Cirúrgica e Molecular e o Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês foram tratados 70 pacientes, que mostraram melhora em seu sistema imune, recuperando a hipersensibilidade tardia a antígenos, antes negativa. Dentre as várias modalidades de imunoterapia, a vacinação, por buscar induzir uma resposta imune: a especificidade.
Essa característica, que permite que o sistema imune discrimine com muita exatidão seus alvos, torna os mecanismos de ataque muito precisos e diminui significativamente a lesão de tecidos normais, mesmo que muito semelhantes tecidos neoplásicos. Assim, uma vacina contra o câncer deveria provoca muito menos efeitos colaterais adversos, pois estes são conseqüências da falta de especificidade dos tratamentos usuais, quer sejam quimioterápicos, quer sejam radioterápicos. Todavia, desenvolvimento de vacinas enfrenta obstáculos consideráveis, decorrentes da histórica natural das neoplasias. Qualquer tumor, ao se desenvolver em um indivíduo imunocompetente, é submetido a mecanismos de seleção imunológica, que terminam no estabelecimento de um equilíbrio entre a neoplasia e o sistema imune. O rompimento desse equilíbrio, imprescindível para o estabelecimento de uma resposta ativa contra o tumor no paciente torna-se objetivo muito difícil de ser alcançado. À medida, porém, que foram sendo descobertos os diferentes mecanismos de evasão tumoral à resposta imune, tornou-se possível vislumbrar estratégias capazes de vencê-los. A aplicação destas diferentes estratégias foi, paulatinamente, permitindo seu aperfeiçoamento, que até hoje podemos observar em determinadas situações clínicas, o desencadear de respostas imunes eficazes contra os tumores nos pacientes submetidos a tais estratégias. No tratamento do câncer, já estão distantes e resolvidas questões com a antigenicidade das células tumorais, ou seja, a existência, nelas, de alterações reconhecíveis pelo sistema imune, uma vez que se estabeleceu que, para uma célula se tornar cancerígena, precisa sofrer várias mutações diversas das quais geram moléculas alteradas que podem ser reconhecidas pelo sistema imune sendo, portanto, antigênicas. Da mesma forma, não há mais dúvidas quanto à capacidade de mecanismos imunes levarem à destruição das células de um tumor. Muito se proliferativa das células neoplásicas, de suas estratégias de escape e modulação da resposta imune e, embora ainda haja muito mais a descobrir sobre a interação tumor-sistema imune, já se pode interferir, às vezes com êxito, sobre esta relação. Esse cenário, portanto, é o que permite hoje a existência de diferentes abordagens imunoterapêuticas eficazes contra determinadas cânceres e que, ao mesmo tempo, prepara o terreno para a abordagem teoricamente “ideal”, a vacinação.
O uso de vacinas, que por muito tempo parecia um ideal utópico, está se tornando realidade clínica. Tal progressão se deve a um grande desenvolvimento de nosso conhecimento, tanto na área da biologia dos tumores, quanto na da fisiologia intrínseca do sistema imune e de suas relações com as células cancerígenas. Com o avanço, foi possível gerar in vitro células dendríticas. Elas têm a função de “apresentar” ao sistema imune qualquer substância que precise ser conhecida e são , portanto, fundamentais para o tratamento de neoplasias. Utilizando o potencial terapêutico das células dendríticas, desenvolvemos uma vacina híbrida, com essas células, combinadas “as do tumor para pacientes com melanonas ou carcionomas renais metásticos. Em um estudo desenvolvido em conjunto pelo Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas de Patologia Cirúrgica e Molecular e o Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês foram tratados 70 pacientes, que mostraram melhora em seu sistema imune, recuperando a hipersensibilidade tardia a antígenos, antes negativa. Dentre as várias modalidades de imunoterapia, a vacinação, por buscar induzir uma resposta imune: a especificidade.
Essa característica, que permite que o sistema imune discrimine com muita exatidão seus alvos, torna os mecanismos de ataque muito precisos e diminui significativamente a lesão de tecidos normais, mesmo que muito semelhantes tecidos neoplásicos. Assim, uma vacina contra o câncer deveria provoca muito menos efeitos colaterais adversos, pois estes são conseqüências da falta de especificidade dos tratamentos usuais, quer sejam quimioterápicos, quer sejam radioterápicos. Todavia, desenvolvimento de vacinas enfrenta obstáculos consideráveis, decorrentes da histórica natural das neoplasias. Qualquer tumor, ao se desenvolver em um indivíduo imunocompetente, é submetido a mecanismos de seleção imunológica, que terminam no estabelecimento de um equilíbrio entre a neoplasia e o sistema imune. O rompimento desse equilíbrio, imprescindível para o estabelecimento de uma resposta ativa contra o tumor no paciente torna-se objetivo muito difícil de ser alcançado. À medida, porém, que foram sendo descobertos os diferentes mecanismos de evasão tumoral à resposta imune, tornou-se possível vislumbrar estratégias capazes de vencê-los. A aplicação destas diferentes estratégias foi, paulatinamente, permitindo seu aperfeiçoamento, que até hoje podemos observar em determinadas situações clínicas, o desencadear de respostas imunes eficazes contra os tumores nos pacientes submetidos a tais estratégias. No tratamento do câncer, já estão distantes e resolvidas questões com a antigenicidade das células tumorais, ou seja, a existência, nelas, de alterações reconhecíveis pelo sistema imune, uma vez que se estabeleceu que, para uma célula se tornar cancerígena, precisa sofrer várias mutações diversas das quais geram moléculas alteradas que podem ser reconhecidas pelo sistema imune sendo, portanto, antigênicas. Da mesma forma, não há mais dúvidas quanto à capacidade de mecanismos imunes levarem à destruição das células de um tumor. Muito se proliferativa das células neoplásicas, de suas estratégias de escape e modulação da resposta imune e, embora ainda haja muito mais a descobrir sobre a interação tumor-sistema imune, já se pode interferir, às vezes com êxito, sobre esta relação. Esse cenário, portanto, é o que permite hoje a existência de diferentes abordagens imunoterapêuticas eficazes contra determinadas cânceres e que, ao mesmo tempo, prepara o terreno para a abordagem teoricamente “ideal”, a vacinação.