Notícias

Um canal para observar a infância

Por Geriane Oliveira    30 de abril de 2008
Oferecer um canal de informações sobre o universo da infância e adolescência para auxiliar governos e sociedade no planejamento de políticas, projetos e estratégias voltadas ao combate das desigualdades sociais para essa população. Essa é a idéia do Observatório da Criança e do Adolescente lançada ontem pela Fundação Abrinq em São Paulo. Com investimento de U$ 300 mil (R$ 510 mil) da Fundação Ford no projeto, o portal conta com todo o material produzido pela Rede de Monitoramento Amiga da Criança, formada por 39 organizações e por indicadores de entidades que são referências no País, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No sitewww.fundabrinq.org.br/observatoriocrianca, o Observatório reúne análises, índices, relatórios, legislações, mapas e diversos documentos sobre as condições de vida dos brasileirinhos. O acervo traz as principais fases do atendimento público e das ações da sociedade em favor da população infanto-juvenil do País.

São cerca de 450 indicadores segmentados em saúde, educação, proteção especial (contra maus-tratos, exploração e violência) e HIV/AIDS. Os estudos e análises são de especialistas ligados à rede Amiga da Criança e de técnicos da própria Fundação Abrinq.

Além disso, o portal dispõe de uma biblioteca virtual com o acervo da fundação e notícias diárias sobre o setor. O portal deverá ser atualizado constantemente, pois possui uma conexão direta com cerca de 10 entidades, fontes produtoras das informações e dos indicadores, como IBGE, Inep e Datasus.

Canal – De acordo com presidente do Conselho de Administração da Fundação Abrinq, Carlos Antônio Tilkian, o observatório será um canal de informações sobre a realidade social da população infantil e adolescente. "A idéia é que os indicadores, em constante atualização, sirvam de base para a promoção de debates, reflexões, monitoramento de projetos e a avaliação dos resultados apresentados pelas políticas desenvolvidas por todo o segmento", disse.

A assessora técnica de monitoramento e de avaliação da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Jucileide Rocha, que participou do lançamento do portal, observou que a disposição pública vai facilitar a visualização rápida das desigualdades por região que atingem as crianças e do adolescentes. "O conhecimento é a chave da mudança", afirmou.

Já para a advogada do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, Tamara Amoroso Gonçalves, o destaque é o resultado do cruzamento de indicadores sem complicação. "Como sempre tive dificuldades com o cruzamento de dados do IBGE, achei a idéia fantástica. O meu trabalho exige o manejo dessas ferramentas. Porém, percebi que há dados sem a desagregação de gêneros, como por exemplo, a distinção entre meninas e meni nos, o que é fundamental para avaliar as vertentes que envolvem algumas problemáticas que propiciam a elaboração de políticas específicas. Mas, no geral, o site é um avanço para todos nós", disse.

Para o representante do Instituto Pólis e consultor do Programa Prefeito Amigo da Criança, Jorge Kayano, "com uma base de dados sistematizada, temos condições de analisar e julgar uma série de políticas públicas realizadas nos últimos anos e, com isso, estreitar o diálogo entre os gestores públicos e a sociedade no sentido de melhorar as condições de vida de nossas crianças e adolescentes ", disse.

Comentários dos Leitores