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Nos caminhos da Literatura

Por Samantha Oliveira / Communica Brasil    17 de junho de 2008
Lançada pela Editora Peirópolis em parceria com o Instituto C&A e a FNLIJ obra reúne escritores e especialistas de renome em torno do debate acerca da importância da literatura na formação de jovens e crianças

Nos Caminhos da Literatura é fruto de uma parceria entre a Editora Peirópolis, o Instituto C&A e a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). A obra documenta o Seminário Prazer em Ler de Promoção da Leitura, realizado entre 22 e 24 de agosto de 2007. Durante três dias de evento, foram realizadas seis conferências, cinco mesas de debates, envolvendo 17 palestrantes do Brasil, Espanha, Argentina e Colômbia, a fim de ampliar a compreensão de educadores e de professores quanto à importância da leitura literária para a educação de qualidade.
A obra está alinhavada por cada um dos temas abordados e seus respectivos palestrantes, que também são apresentados por meio de uma breve biografia e bibliografia. Embora as temáticas partam de preceitos teóricos relativos à práxis educacional, elas percorrem as vias transdisciplinares e dialéticas. Os palestrantes assumem a contextualização histórica e a compreensão de que vivemos em meio a uma transformação e também em uma crise da educação. "Há toda uma revolução em processo", pontuou a palestrante Nelly Novaes Coelho, fundadora da disciplina de literatura infantil/juvenil na USP.
Este processo coexiste com as aceleradas metamorfoses contemporâneas, quando paradigmas tradicionais (valores, normas, saberes herdados) estão sendo ameaçados e substituídos por outros emergentes. Temáticas folclóricas e a diversidade cultural, em tempos globalizados, perderam terreno para o universal. No entanto, "hoje, ainda há uma diversidade cultural e lingüística no Brasil. Há ainda 230 povos e 180 línguas que teimam em se manter vivas, para desespero daqueles que pretendem depredar ou piratear a riqueza contida no solo e subsolo desta nossa pátria mãe gentil", pontua Daniel Munduruku, em sua palestra sobre "Literatura Indígena".
Ao tratar de "Reflexões sobre a Leitura do Texto Literário e Educação, Bartolomeu Campos de Queirós acrescentou que, "as palavras foram meus objetos de brincar, de alterar o real, de trapacear com os incômodos. O texto literário acorda no coração do leitor, onde o escritor nunca esteve. Acredito que no encontro do leitor com o escritor – tendo o livro literário como suporte – uma terceira obra é construída, e esta jamais será escrita. Daí meu respeito à literatura, pela sutileza em promover um diálogo subjetivo, íntimo, secreto e bem próximo da delicadeza com que os humanos gostam de ser tratados".
Mas extrapolar o mero aconselhamento de táticas didáticas foi a missão primária do seminário, uma vez que o momento exige projetos, ações e experiências concretas que contribuam para a construção da identidade do homem moderno. A leitura literária é uma ferramenta concreta para a formação de jovens e crianças. "Apesar de estarmos vivendo em plena era da imagem governados pelas multimídias visuais, há uma verdade basilar que estava sendo esquecida, mas começa a ser redescoberta: o mundo real existe revestido pelo mundo da linguagem. A palavra cria o real", acrescenta Nelly Novaes, ao palestrar sobre "Literatura em tempos de Internet".
Outros quinze temas foram abordados pelos palestrantes: "Andar entre Livros: A Leitura Literária na escola", por Teresa Colomer; "O Prazer do Livro para o Leitor Iniciante", por Ângela Lago; "A Leitura Imagética", por Graça Lima; "Alguns equívocos sobre Leitura", por Ana Maria Machado; "Ler e Escrever: Os Prazeres da Intimidade com o Livro", por Xosé Antonio Neira Cruz; "Entretenimento ou Conhecimento – O que faz a Literatura", por Luiz Percival Leme Britto; "O Ensino Médio e a Formação do Leitor", por Regina Zilberman; "Leitura e Pesquisa nos Estúdios Literários: O Caso de Monteiro Lobato", por Marisa Lajolo; "A Década de 70 e a Renovação da Literatura Infantil e Juvenil", por Laura Sandroni; "Da Leitura da Palavra à Leitura do Mundo", por Silvia Castillón; "O Tripé Infância-Literatura-Leitura", por Cecília Bettolli; "Por que Escrevo – Reflexões sobre a Leitura do Texto Literário e Educação", por Bartolomeu Queirós; "Espaços da Prática Criativa, do Livro e da Literatura", por Marina Colasanti; "Uma Escolha de Caminhos", por Nilma Lacerda; e "Práticas do Uso de Textos de Ficção e Poesia na Escola", por Ricardo Azevedo.

Sobre o Instituto C&A:

Fundado pelos acionistas da rede varejista C&A, em 1991, o Instituto C&A é uma organização sem fins lucrativos e de interesse público. Sua atuação acontece por meio de parcerias e alianças, que tenham como finalidade a promoção e aperfeiçoamento do processo de educação de jovens e adolescentes do Brasil. Desde a sua fundação, mais de US$ 55 milhões foram aplicados em 1,3 mil projetos, 58 cidades das cinco regiões do país, atendendo a cerca de 1 milhão de crianças, adolescentes, educadores e agentes de investimento social.
Para conhecer melhor o Instituto C&A, acesse www.institutocea.org.br Sobre a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ):

Criada em 1968, no Rio de Janeiro, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) é a seção brasileira, sem fins lucrativos, do International Board on Books for Young People (IBBY), que é, por sua vez, um órgão consultivo da Unesco – representado em 70 países. Seu caráter é técnico-educacional e cultural, com o objetivo de promover a leitura e divulgar livros de qualidade para crianças e jovens. Para tanto, sua filosofia de trabalho está pautada na defesa de meios que cumpram o papel de formação de cidadãos críticos e criadores, como o acesso a bibliotecas de qualidade e a contribuição com políticas públicas que favoreçam o acesso ao livro como bem cultural e incentivem a prática da leitura como condição imperativa para a formação integral do indivíduo. Entre as principais iniciativas da FNLIJ estão a criação do projeto Ciranda de Livros (1980), o Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens (em dua 10º edição) e o concurso Melhores Programas de Incentivo à Leitra (na 13º edição).
Para saber mais sobre a FNLIJ, acesse www.fnlij.org.br.
Para conhecer melhor o IBBY, acesse www.ibby.org.

Sobre a Editora Peirópolis:
Criada em 1994, como unidade de sustentabilidade da Fundação Peirópolis – entidade sem fins lucrativos de interesse público federal, a Editora Peirópolis tem como missão contribuir para a construção de um mundo mais solidário, justo e harmônico, publicando literatura que ofereça novas perspectivas para a compreensão do ser humano e do seu papel no planeta. Suas linhas editoriais oferecem formas renovadas de trabalhar temas como a ética, cidadania, pluralidade cultural, desenvolvimento social, ecologia e meio ambiente – por meio de uma visão transdisciplinar e integrada. Além disso, é pioneira em coleções dedicadas à literatura indígena, à mitologia africana e ao folclore brasileiro. Em consonância, a editora está absolutamente afinada com os propósitos do terceiro setor, participando ativamente do crescente movimento de sua profissionalização.
Para saber mais sobre a Editora Peirópolis, acesse www.editorapeiropolis.com.br

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