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Laramara abre novos caminhos para deficientes visuais
Por Geriane Oliveira    31 de julho de 2008
Instituição, que começou com recursos familiares, hoje é referência nacional na inclusão de cegos e portadores de baixa visão.
Necessidade de que a filha Lara Siaulys, cega desde o nascimento, tivesse uma vida melhor, levou o casal Victor e Mara Siaulys a fundar a Laramara (Associação Brasileira de Assistência do Deficiente Visual, de São Paulo). Hoje, a iniciativa tomada há 17 anos mostra resultados positivos. A busca constante por métodos educacionais e recursos de apoio à inclusão já beneficiou nove mil crianças, jovens e adultos cegos, com baixa visão (entre a capacidade de indicar projeção de luz e a redução visual) e até com múltiplas deficiências (motora, auditiva e mental).
A entidade, fundada com recursos da própria família, se tornou um centro de referência no País. Um trabalho junto a profissionais da área possibilitou o desenvolvimento de métodos adequados para auxiliar o portador de deficiência visual no seu cotidiano. "As dificuldades e a precariedade em recursos nos impulsionou a buscar todas as chances de uma vida melhor para o deficiente e suas famílias", diz Mara, diretora da instituição. Hoje, o primeiro objetivo da Laramara é a inclusão escolar e social da criança deficiente.
Um sistema organizado de avaliação social, funcional e oftalmológica identifica, a partir do ambiente familiar, as necessidades de cada uma delas. Lara, de 29 anos, leva uma vida normal e atua como referência para outros deficientes. É professora de inglês, dá aulas como voluntária na instituição, toca instrumentos musicais e passa boa parte do tempo no exterior. "Ela é independente. Viaja, faz cursos e não pára", diz a mãe.
Dados – No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 4,2 milhões de pessoas têm baixa visão. Desse número, 1,3 milhão são cegos. Já dados de 2002 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam 24,5 milhões de portadores de múltiplas deficiências no País, dos quais, 16,6 milhões têm algum grau de deficiência visual. Segundo a Laramara, apenas 1% desse número trabalha, ou seja, é inserido integralmente na vida social e profissional. "O nosso papel é capacitá-lo, estimulando-o para a vida", diz Mara.
Na entidade, o processo de capacitação começa com o mapeamento da realidade do deficiente. Profissionais buscam então seu desenvolvimento integral. São 250 funcionários – 14 deficientes e 30 médicos – e 120 voluntários. A Laramara estimula a participação da família e chega a 2008 ampliando o atendimento do portador de múltiplas deficiências (50% dos atendidos na instituição).
Projetos - A casa de Atividades de Vida Autônoma é um espaço físico onde a criança aprende a agir por simulação. A brinquedoteca e o espaço para leitura em Braille desenvolvem a mobilidade e o conhecimento. Além disso, há atividades aquáticas, motoras e de expressão artística. Atualmente, a Laramara atende 2.500 crianças por mês, do Brasil e de outros países. 90% delas são de famílias de baixa renda e não têm o custo da mensalidade.
A Laramara conta com o apoio da Petrobras, Vivo, TAM e Associação Comercial de São Paulo e de voluntários. Além disso, obtém recursos com suas unidades de negócios como gráfica, estúdio, produtora e restaurante. "Os custos são incalculáveis", garante Mara.
Laratec - Além dos cursos de informática que oferece, a busca por mecanismos tecnológicos, sobretudo auditivos, deu origem à Laratec. Assim, houve avanço na criação de produtos, como softwares de voz. O Jaws, por exemplo, informa ao usuário as funções do microcomputador e como navegar pela Internet. A Laramara também encaminha jovens para as indústrias. "É a capacitação para que ele encontre seu lugar no mercado de trabalho", diz Mara. Mais de 600 jovens já conquistaram um emprego, alguns dele na própria instituição.
É o caso do técnico em recursos para deficientes da Laratec, Alberto Pereira, de 33 anos. Com deficiência visual, ele buscou a Laramara, em 2000, para fazer um curso de Windows e acabou por trabalhar na Laratec. "Hoje faço pesquisas avançadas em novas tecnologias e ajudo outros deficientes com as novidades do setor", conta Pereira, que também dá palestras. Vanessa Augusta, de 25 anos, cega, há um mês é recepcionista na sede da entidade. "Pretendo cursar psicologia e é um estímulo para mim encontrar aqui deficientes universitários. Sinto-me privilegiada", disse.
Produção didática - Um dos produtos de destaque da Laramara é o kit Orientação e Mobilidade, lançado em 2002 em parceira com o Ministério da Educação. Assinado pelo time de técnicos da entidade, o kit contém CD, DVD e um livro que orienta o deficiente a realizar tarefas cotidianas e fazer brinquedos didáticos.
O projeto, denominado De Olho na Baixa Visão , distribuiu aproximadamente 10 mil kits em escolas e instituições do Brasil. "O nosso desafio é levar conhecimento e recursos adquiridos para deficientes do País inteiro, especialmente no norte e nordeste, lugares onde os recursos são mais escassos", conclui Mara.
Necessidade de que a filha Lara Siaulys, cega desde o nascimento, tivesse uma vida melhor, levou o casal Victor e Mara Siaulys a fundar a Laramara (Associação Brasileira de Assistência do Deficiente Visual, de São Paulo). Hoje, a iniciativa tomada há 17 anos mostra resultados positivos. A busca constante por métodos educacionais e recursos de apoio à inclusão já beneficiou nove mil crianças, jovens e adultos cegos, com baixa visão (entre a capacidade de indicar projeção de luz e a redução visual) e até com múltiplas deficiências (motora, auditiva e mental).
A entidade, fundada com recursos da própria família, se tornou um centro de referência no País. Um trabalho junto a profissionais da área possibilitou o desenvolvimento de métodos adequados para auxiliar o portador de deficiência visual no seu cotidiano. "As dificuldades e a precariedade em recursos nos impulsionou a buscar todas as chances de uma vida melhor para o deficiente e suas famílias", diz Mara, diretora da instituição. Hoje, o primeiro objetivo da Laramara é a inclusão escolar e social da criança deficiente.
Um sistema organizado de avaliação social, funcional e oftalmológica identifica, a partir do ambiente familiar, as necessidades de cada uma delas. Lara, de 29 anos, leva uma vida normal e atua como referência para outros deficientes. É professora de inglês, dá aulas como voluntária na instituição, toca instrumentos musicais e passa boa parte do tempo no exterior. "Ela é independente. Viaja, faz cursos e não pára", diz a mãe.
Dados – No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 4,2 milhões de pessoas têm baixa visão. Desse número, 1,3 milhão são cegos. Já dados de 2002 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam 24,5 milhões de portadores de múltiplas deficiências no País, dos quais, 16,6 milhões têm algum grau de deficiência visual. Segundo a Laramara, apenas 1% desse número trabalha, ou seja, é inserido integralmente na vida social e profissional. "O nosso papel é capacitá-lo, estimulando-o para a vida", diz Mara.
Na entidade, o processo de capacitação começa com o mapeamento da realidade do deficiente. Profissionais buscam então seu desenvolvimento integral. São 250 funcionários – 14 deficientes e 30 médicos – e 120 voluntários. A Laramara estimula a participação da família e chega a 2008 ampliando o atendimento do portador de múltiplas deficiências (50% dos atendidos na instituição).
Projetos - A casa de Atividades de Vida Autônoma é um espaço físico onde a criança aprende a agir por simulação. A brinquedoteca e o espaço para leitura em Braille desenvolvem a mobilidade e o conhecimento. Além disso, há atividades aquáticas, motoras e de expressão artística. Atualmente, a Laramara atende 2.500 crianças por mês, do Brasil e de outros países. 90% delas são de famílias de baixa renda e não têm o custo da mensalidade.
A Laramara conta com o apoio da Petrobras, Vivo, TAM e Associação Comercial de São Paulo e de voluntários. Além disso, obtém recursos com suas unidades de negócios como gráfica, estúdio, produtora e restaurante. "Os custos são incalculáveis", garante Mara.
Laratec - Além dos cursos de informática que oferece, a busca por mecanismos tecnológicos, sobretudo auditivos, deu origem à Laratec. Assim, houve avanço na criação de produtos, como softwares de voz. O Jaws, por exemplo, informa ao usuário as funções do microcomputador e como navegar pela Internet. A Laramara também encaminha jovens para as indústrias. "É a capacitação para que ele encontre seu lugar no mercado de trabalho", diz Mara. Mais de 600 jovens já conquistaram um emprego, alguns dele na própria instituição.
É o caso do técnico em recursos para deficientes da Laratec, Alberto Pereira, de 33 anos. Com deficiência visual, ele buscou a Laramara, em 2000, para fazer um curso de Windows e acabou por trabalhar na Laratec. "Hoje faço pesquisas avançadas em novas tecnologias e ajudo outros deficientes com as novidades do setor", conta Pereira, que também dá palestras. Vanessa Augusta, de 25 anos, cega, há um mês é recepcionista na sede da entidade. "Pretendo cursar psicologia e é um estímulo para mim encontrar aqui deficientes universitários. Sinto-me privilegiada", disse.
Produção didática - Um dos produtos de destaque da Laramara é o kit Orientação e Mobilidade, lançado em 2002 em parceira com o Ministério da Educação. Assinado pelo time de técnicos da entidade, o kit contém CD, DVD e um livro que orienta o deficiente a realizar tarefas cotidianas e fazer brinquedos didáticos.
O projeto, denominado De Olho na Baixa Visão , distribuiu aproximadamente 10 mil kits em escolas e instituições do Brasil. "O nosso desafio é levar conhecimento e recursos adquiridos para deficientes do País inteiro, especialmente no norte e nordeste, lugares onde os recursos são mais escassos", conclui Mara.