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Degrau completa 8 anos de inclusão

Por    10 de março de 2010
Foto de Evandro Monteiro/Hype Alencar Burti, Presidente da ACSP, e Aprendizes
Oferecer uma oportunidade de acesso ao mundo do trabalho para adolescentes e jovens. Foi com essa idéia que, há 8 anos, nascia o Movimento Degrau (MD - Desenvolvimento e Geração de Redes), uma iniciativa conjunta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e Rede Brasileira do Terceiro Setor (Rebrates), em parceria com empresários de diversos segmentos. Durante a comemoração do 8º aniversário, no dia 4, um coral com os 50 aprendizes do Degrau da ACSP cantou afinado: Cantar e cantar (...) a beleza de ser um eterno aprendiz (...), de Gonzaguinha. O Movimento Degrau (MD) já totaliza a inclusão profissional de 150 mil aprendizes em todo o Estado.

"A vida é como uma grande escada e vocês estão no primeiro degrau, iniciando o projeto que levará à realização dos seus sonhos. Amar, conviver e aprender os valores do trabalho é construir esse sonho", disse o fundador do programa e presidente da ACSP e da Facesp, Alencar Burti. Mais de cem pessoas participaram da festa do Degrau, entre superintendentes, diretores, funcionários e ex-aprendizes, hoje funcionários contratados.

Fôlego - O programa, que começou a ser desenvolvido em 2001 e foi iniciado no ano seguinte, é um dos principais projetos da ACSP e foi fruto da união solidária de Burti, dos vice-presidentes da ACSP Guilherme Afif Domingos e Rogério Amato e de diretores da entidade. Segundo a gerente do MD na ACSP, Marilia de Castro, o projeto nasceu com objetivo de incentivar empresas do segundo e terceiro setores a oferecer uma oportunidade de trabalho aos adolescentes e jovens, com idades entre 14 e 24 anos, e acabou fomentando a Lei do Aprendiz.

"O Degrau é um incentivo à contratação de jovens para a aprendizagem profissionalizante e que se tornou um modelo fomentador da Lei do Aprendiz", explicou.

O Degrau passou a ser impulsionado também por inúmeras ONGs, entidades assistenciais, filantrópicas e de certificação profissional e órgãos governamentais. "A preocupação em atender o crescente número de jovens desempregados ganhou a força das secretarias de governo e do empresariado", afirmou Domingos Zamagna, editor da Revista Digesto da ACSP e um dos fundadores do MD. "Foi um esforço conjunto muito grande que contagiou as associações comerciais e tantas outras entidades", explicou.

Renda - De acordo com o superintendente de RH da ACSP, Fernando Moya, em oito anos, somente a ACSP capacitou mais de 500 aprendizes. Desse total, pelo menos 200 foram contratados pela própria entidade. Na ACSP, o aprendiz integra, por aproximadamente dois ano, o Programa Convivência e Aprendizado no Trabalho. Nessa trajetória adquiri capacitação em diversos departamentos da ACSP: distritais, secretaria geral, RH, administração, jurídico, financeiro, TI, Diário do Comércio, expedição e ambulatório. Ao mesmo tempo, o jovem é obrigado a manter o estudo regular.

Essa capacitação soma quatro horas por dia – 20 semanais. A maioria desses aprendizes é encaminhada por instituições parceiras, como a Associação de Ensino Social Profissionalizante (Espro) e o Centro Paula Souza, que administra centenas de Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs).

Segundo Moya, além do uniforme, o aprendiz recebe mensalmente uma bolsa auxílio de R$ 400 mais uma cesta básica. O investimento anual da ACSP no programa gira em torno de R$ 800 mil. Além dos parceiros já mencionados, o Degrau conta também com a Associação Cristã de Moços, Casas André Luiz, Rotary Internacional e a Fundação Dorina Nowill.

Contrato - O jovem Rafael Bezerra Silva, de 22 anos, foi um aprendiz da segunda turma do MD, em 2003, e logo acabou contratado como office boy na ACSP. "Agora trabalho como auxiliar de escritório na secretaria geral e, apesar de estar aqui há seis anos, cada dia é uma experiência nova para mim. Sempre aprendo a trabalhar melhor", disse.

Em sua primeira experiência de trabalho, Vitor Hugo Ferreira Takacs, de 18 anos, já aprendeu a desempenhar diversas tarefas na Distrital Butantã da ACSP, sem descuidar das palestras do Degrau e também das das aulas na faculdade de Comércio Exterior que faz no Senac-SP. "Estou aprendendo a trabalhar em equipe na prática e foi muito bem acolhido aqui. Quero subir esse degrau", afirmou .

Érika Jaqueline, de 16 anos, trabalha como atendente no ambulatório da ACSP. "Sinto que estou me comunicando melhor e acho que esse trabalho vai me ajudar a decidir entre cursar psicologia ou medicina", disse.

Para Marilia, o jovem que passa pelo MD tem um grande benefício. "Mesmo que não seja logo contratado, ele sai daqui qualificado para o mercado de trabalho", afirmou . "Além da sua grande capilaridade, o Degrau é uma contribuição social, pelo impacto gerado nas famílias", completou Zamagna. "Vocês são a força renovadora e o orgulho do Brasil. Continuem", finalizou Burti no aniversário do Degrau.

Aprendiz legal

Criada em 2000, a Lei 10.097, conhecida como Lei do Aprendiz, obriga as empresas de médio e grande porte, de qualquer natureza, a contratarem jovens com idades entre 14 e 24 anos na condição de aprendizes. Para o cumprimento da Lei, os percentuais para essas contratações devem ser de, no mínimo, 5% e, no máximo, 15% do quadro de funcionários.

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