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Arte e cultura para superar a pobreza
Por Diário do Comércio   10 de novembro de 2010
Há três anos, a Fundação Stickel chegou à Brasilândia, um bairro no extremo da zona norte que tem o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da Grande São Paulo. O trabalho proposto pela instituição, de levar arte e cultura para uma localidade cheia de carências, já rende bons frutos. Perto de 48 mil pessoas já foram beneficiadas, direta ou indiretamente, pelos projetos de capacitação profissional, geração de renda, cinema e fotografia, entre outros. Com financiamento próprio, a fundação quer investir em 2011 40% a mais do que os R$ 2,3 milhões aplicados neste ano para a abertura de novas oficinas culturais.
"A visão que temos da Brasilândia vai além da pobreza, da falta de cultura e de educação. Procuramos ver o que motiva a comunidade para depois montarmos as oficinas", disse a superintendente da Fundação Stickel, Mônica Picavêa. Segundo ela, foi detectado que muitos gostariam de estudar cinema e fotografia, e outros precisavam de algo que contribuísse para o aumento de renda. "Por isso, abrimos as turmas", afirmou.
A Fundação Stickel nasceu em 1954 pelas mãos do casal Martha e Erico Stickel e tinha como proposta inicial atender crianças carentes afetadas pela tuberculose. Mas a instituição se transformou e atualmente realiza ações voltadas à arte e cultura para os jovens da Brasilândia, ministrando oficinas e workshops em parceria com artistas. Uma das ações desenvolvidas é a exposição fotográfica do livro Vila Olímpia, do arquiteto e artista plástico Fernando Stickel. As fotos foram tiradas entre 2004 e 2005 no bairro classe A da zona sul paulistana, que dá nome ao livro. As imagens mostram detalhes percebidos por poucos, mas que não passaram em branco pelas lentes do artista. A exposição fica em cartaz até hoje na Casa de Cultura da Brasilândia, sede da fundação.
Oficinas – É por meio da fotografia que a técnica de enfermagem aposentada Izabel Moreno Augusto, de 50 anos, quer mostrar a Brasilândia, bairro onde viveu sua infância. "Sempre gostei de fotografar, mas não basta gostar, é preciso ter algum conhecimento. Por enquanto estamos na teoria. Não vejo a hora de ir a campo e fazer imagens legais do bairro. Vou me preparar para tirar belas fotos", disse.
O curso de fotografia Um olhar sobre a Brasilândia, com duração até fevereiro de 2011, ensina também sobre ferramentas da internet, como navegar pelos blogs. Para colocar em prática as aulas ministradas pela profissional de audiovisual Gabriela Saraceni, são disponibilizadas dez máquinas fotográficas digitais. No mesmo espaço, com a doação dos fotógrafos Jefferson Costa e Claudia Andujar, foi montado um laboratório de revelação analógica. Os ensaios fotográficos produzidos pelos alunos serão expostos na Casa de Cultura e farão parte de um catálogo.
"A proposta dessa iniciativa é incentivar os participantes a buscarem um olhar diferente da comunidade, sem estigmas, explorando a Brasilândia por meio da riqueza de detalhes e do cotidiano das pessoas", explicou Mônica. Segundo ela, trata-se do resgate da cultura e da identidade local. "O projeto contribui par ao aumento da auto-estima, traz mais conhecimento e desenvolvimento e uma melhor relação das pessoas com a comunidade", disse.
Cinema – A oficina de documentário e cinema desenvolvida pela instituição também tem o objetivo de preparar e estimular a comunidade a documentar sua própria história. A professora Júlia Campos, além de ter experiência com o tema, conhece bem a Brasilândia. Nascida no bairro, Julia foi responsável por pesquisas de campo e de locações para documentários e produções cinematográficas que foram rodados na área. Entre elas está Antonia, que se transformou em longa metragem após ter sido série exibida na TV Globo.
"A Brasilândia é gigantesca. Tem 47 distritos, o que torna difícil a expansão da cultura na comunidade. Em contrapartida, a topografia com altos e baixos nos tornou um pólo para o cinema", disse Julia. O bairro, que foi palco também de cenas de O invasor, Eles não usam Black Tie, Carandiru e Cidade dos Homens, servirá agora para que alunos de todas as idades produzam desde pequenos filmes demo, com máquinas fotográficas e celulares, para serem postados no Youtube, até produções cinematográficas que serão veiculadas em uma mostra no final do curso, em dezembro.
"A visão que temos da Brasilândia vai além da pobreza, da falta de cultura e de educação. Procuramos ver o que motiva a comunidade para depois montarmos as oficinas", disse a superintendente da Fundação Stickel, Mônica Picavêa. Segundo ela, foi detectado que muitos gostariam de estudar cinema e fotografia, e outros precisavam de algo que contribuísse para o aumento de renda. "Por isso, abrimos as turmas", afirmou.
A Fundação Stickel nasceu em 1954 pelas mãos do casal Martha e Erico Stickel e tinha como proposta inicial atender crianças carentes afetadas pela tuberculose. Mas a instituição se transformou e atualmente realiza ações voltadas à arte e cultura para os jovens da Brasilândia, ministrando oficinas e workshops em parceria com artistas. Uma das ações desenvolvidas é a exposição fotográfica do livro Vila Olímpia, do arquiteto e artista plástico Fernando Stickel. As fotos foram tiradas entre 2004 e 2005 no bairro classe A da zona sul paulistana, que dá nome ao livro. As imagens mostram detalhes percebidos por poucos, mas que não passaram em branco pelas lentes do artista. A exposição fica em cartaz até hoje na Casa de Cultura da Brasilândia, sede da fundação.
Oficinas – É por meio da fotografia que a técnica de enfermagem aposentada Izabel Moreno Augusto, de 50 anos, quer mostrar a Brasilândia, bairro onde viveu sua infância. "Sempre gostei de fotografar, mas não basta gostar, é preciso ter algum conhecimento. Por enquanto estamos na teoria. Não vejo a hora de ir a campo e fazer imagens legais do bairro. Vou me preparar para tirar belas fotos", disse.
O curso de fotografia Um olhar sobre a Brasilândia, com duração até fevereiro de 2011, ensina também sobre ferramentas da internet, como navegar pelos blogs. Para colocar em prática as aulas ministradas pela profissional de audiovisual Gabriela Saraceni, são disponibilizadas dez máquinas fotográficas digitais. No mesmo espaço, com a doação dos fotógrafos Jefferson Costa e Claudia Andujar, foi montado um laboratório de revelação analógica. Os ensaios fotográficos produzidos pelos alunos serão expostos na Casa de Cultura e farão parte de um catálogo.
"A proposta dessa iniciativa é incentivar os participantes a buscarem um olhar diferente da comunidade, sem estigmas, explorando a Brasilândia por meio da riqueza de detalhes e do cotidiano das pessoas", explicou Mônica. Segundo ela, trata-se do resgate da cultura e da identidade local. "O projeto contribui par ao aumento da auto-estima, traz mais conhecimento e desenvolvimento e uma melhor relação das pessoas com a comunidade", disse.
Cinema – A oficina de documentário e cinema desenvolvida pela instituição também tem o objetivo de preparar e estimular a comunidade a documentar sua própria história. A professora Júlia Campos, além de ter experiência com o tema, conhece bem a Brasilândia. Nascida no bairro, Julia foi responsável por pesquisas de campo e de locações para documentários e produções cinematográficas que foram rodados na área. Entre elas está Antonia, que se transformou em longa metragem após ter sido série exibida na TV Globo.
"A Brasilândia é gigantesca. Tem 47 distritos, o que torna difícil a expansão da cultura na comunidade. Em contrapartida, a topografia com altos e baixos nos tornou um pólo para o cinema", disse Julia. O bairro, que foi palco também de cenas de O invasor, Eles não usam Black Tie, Carandiru e Cidade dos Homens, servirá agora para que alunos de todas as idades produzam desde pequenos filmes demo, com máquinas fotográficas e celulares, para serem postados no Youtube, até produções cinematográficas que serão veiculadas em uma mostra no final do curso, em dezembro.