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15 anos de luta contra o câncer de mama

Por Kelly Ferreira / Diário do Comércio   16 de maio de 2011
A campanha "O Câncer de Mama no Alvo da Moda" chegou ao Brasil em 1995, vinda dos EUA.

Jovem, versátil, moderna, feminina e há anos fazendo o bem para as mulheres. Ainda na flor da idade, a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda, lançada em 1994, nos Estados Unidos, pelas mãos do estilista Ralph Lauren, já subsidiou, aqui no Brasil, parte do tratamento de milhares de pessoas no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), no Brás, na zona leste de São Paulo. A campanha desembarcou em solo brasileiro em 1995 e passou a ser realizada pelo IBCC, com o nome de O Câncer de Mama no Alvo da Moda.

Em pouco tempo, a Campanha ganhou as passarelas no País, inclusive as da São Paulo Fashion Week, ruas, espaços na mídia e na vida dos brasileiros, circulando entre produtos dos mais variados segmentos, para todos os gostos e necessidades. Com o apoio do mundo da moda, de vários artistas, das empresas e da população em geral, o IBCC tem com objetivo preparar a campanha para que se torne uma adulta consciente e uma senhora sempre saudável. Este ano, a madrinha da campanha é a apresentadora Angélica.

Em 15 anos de existência, a campanha arrecadou R$ 57,5 milhões, valor responsável pela ampliação de quatorze mil e trezentos metros quadrados da área hospitalar do IBCC e da aquisição de vários equipamentos, que fez do instituto um dos centros mais importantes para o tratamento do câncer no Brasil. Nesse período, foram realizadas 802.875 consultas, 53.580 cirurgias, 48.285 internações, 248.940 exames de ultrassom, 192.675 mamografias, 230.430 aplicações de quimioterapia e 430.065 sessões de radioterapia.

"Quando iniciamos a campanha no Brasil tínhamos o objetivo de conseguir recursos para o IBCC, mas não queríamos dar brindes em troca dessa ajuda. A camiseta com o alvo azul se tornou o símbolo da campanha. As pessoas as compram porque são bonitas, tem qualidade e, também, porque contribuem para uma boa causa", explicou o produtor executivo e responsável pela campanha no Brasil, Onésimo Affini Júnior. Hoje as camisetas mais estilosas são responsáveis por 75% das vendas, enquanto as básicas ficam com 25%.

Histórico

O montante arrecadado para o IBCC é resultados das vendas de produtos licenciados e da realização de ações promocionais. Entre os produtos – camiseta, títulos de capitalização, bonecas, louças, cadernos, agendas – foram vendidos 15 milhões de unidades. Mais de 60 eventos levantaram a bandeira da campanha, sendo 41 edições da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, que reuniu, em 10 anos, mais de 96 mil participantes.

Superando as expectativas, a primeira edição da campanha vendeu 418 mil camisetas e entrou para o livro dos recordes (Guiness Book Edição 1995), como a camiseta mais cara do mundo. O produto foi valorizado por um autógrafo da apresentadora Xuxa: a camiseta foi arrematada por R$ 81 mil.

Em 2000, a campanha virou parceira da mais influente semana de moda do País, o São Paulo Fashion Week. O alvo azul, o seu grande estandarte, já esteve à frente de 800 modelos de camisetas. Fotos de artistas com a camiseta é uma característica da campanha aqui e em outros países. No Brasil, já participaram Grazi Massafera, Lilia Cabral, Xuxa, Ivete Sangalo, Kaiky Brito e Caio Castro, entre dezenas de outros.

"Tivemos problemas com a falsificação dos produtos licenciados. Promovemos várias ações para inibir esse crime nos locais onde estavam os principais focos. Coibimos e agregamos mais valor, com detalhes diferenciados, como brilho, para dificultar a falsificação. E deu certo", explicou Affini Junior (foto ao lado).

Começo

O alvo azul, símbolo da campanha, foi criado na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Em 1994, o estilista Ralph Lauren não se conformava com a morte de sua amiga Nina Hyde, uma jornalista de moda. Ele pensou: 'se ela, com acesso a tanta informação, foi vítima do câncer de mama, o que deve acontecer com as mulheres ao redor do mundo?'. Foi essa indagação que o motivou a criar o alvo azul.

A campanha de conscientização sobre o câncer de mama partiu do Council of Fashion Designers of América, do qual Ralph Lauren faz parte, que decidiu usar o símbolo para informar as pessoas e, ao mesmo tempo, conseguir dinheiro para pesquisas contra o câncer. E assim foi concebida a Fashion Targets Breast Cancer, versão original de O Câncer de Mama no Alvo da Moda. Mais do que a pesquisa, era preciso investir em infraestrutura, equipamentos e qualificação. E atender a população que ainda chamava o câncer de "aquela doença" para não ser preciso pronunciar o nome de algo tão temido.

Serviço

As doações podem ser feitas com a compra de produtos licenciados ou em dinheiro, pelos telefones 3385-0222 (São Paulo) e 0800 015 62 62 (demais localidades).

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