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20 anos de luta contra o câncer
Por Publicado em Terça, 28 Junho 2011 19:38 Escrito por Kelly Ferreira   29 de junho de 2011
A pequena Sophia, de 6 anos, é vaidosa, mas não se importa por não ter mais os cabelos. Brinca, ri e faz pose para fotos como qualquer garota da sua idade. Depois do susto diante da da descoberta de um meduloblastoma – tumor que se desenvolve no cerebelo –, a mãe da menina, Ana Verena Fernandes, agora está mais tranquila e confiante no tratamento recebido no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). "Somos de Santos, litoral de São Paulo, e fiquei muito confiante ao ser encaminhada para cá. Acredito na recuperação da minha filha por causa do tratamento e do carinho que ela recebe de todos. Por incrível que pareça ela fica muito feliz ao vir aqui toda semana", disse Ana.
A mãe de Camila, de 11 anos, Lucilete Souza, também está confiante na cura de sua filha, portadora de osseosarcoma, um tipo de tumor na perna. Enquanto a garota se recupera de uma cirurgia de amputação de uma das pernas, Lucilete aproveita para se distrair fazendo tricô nas mãos na brinquedoteca. "Aproveito o tempo para tentar esquecer das dores e me fortalecer. Já aprendi vários tipos de artesanato. Ficar tranquila ajuda também na recuperação dela", disse a mãe.
O complexo Graacc, que está completando 20 anos, tem laboratório para transplante de medula óssea, espaço para quimioterapia, brinquedoteca, centro cirúrgico e apoio psicológico à família, atualmente atende 2600 pacientes por ano, com casos semelhantes aos de Sophia e Camila. Em torno de 90% desses atendimentos são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que arca apenas com 50% dos gastos dos pacientes. Os outros 50% necessários para fechar a conta são provenientes do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad).
Ampliação - Com 28 leitos para internação, 36 posições de quimioterapia, 30 leitos sociais na casa de apoio Ronald Mc Donald, o Graacc atende, além dos paulistanos, cerca de 40% de pacientes de outras cidades e estados brasileiros. Para aumentar a capacidade de atendimento, entre 30% a 40%, está sendo construído mais um anexo do hospital, com nove andares. A primeira parte, onde haverá inclusive radioterapia, será entregue em março do ano que vem ao custo de R$ 30 milhões. A obra estará concluída em 2015, ao custo total de R$ 100 milhões.
"Ganhamos o terreno da Prefeitura e estamos convidando empresas a participarem desse projeto, ajudando a resgatar o direito das crianças de ter maiores chances de cura de câncer", disse o superintendente médico do Graacc e diretor técnico do Instituto de Oncologia Pediátrica do Graacc/Unifesp, Sergio Petrilli. O objetivo é oferecer novos tratamentos com menos efeitos colaterais, explicou.
Sintomas – O câncer é a primeira causa de morte infantil por doença no País, após um ano de idade e até o fim da adolescência, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), perdendo para mortes por acidentes e violência. Listados entre os principais tipos estão leucemia, linfomas e os localizados no sistema nervoso central, seguidos por tumores no olho e os ósseos na terceira posição do ranking nacional.
Em média, são 16 casos a cada 100 mil, para crianças e jovens entre 0 e 20 anos. Estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
"O número de atendimentos no hospital cresceu muito. Isso, no entanto, não significa que tenha aumentado o número de casos, mas sim que o diagnóstico está sendo feito de maneira mais rápida e melhor. Antigamente, muitos morriam sem saber o que tinham. Infelizmente não dá para prevenir e nem detectar precocemente. Nas crianças a divisão celular é mais rápida. Um dos problemas em detectar nelas a doença é que os sintomas podem se confundir com os de doenças da infância", disse Petrilli.
Segundo Petrilli, por ano, surgem aproximadamente 300 novos casos de câncer em crianças e adolescentes em São Paulo. "Sabemos que entre 11 e 12 mil casos por ano no Brasil são causados por alterações genéticas", disse.
Entre os sintomas da leucemia, o tipo mais comum na infância, estão manchas roxas, palidez, dor óssea, febre baixa e sangramentos. Além da medula óssea, as leucemias podem também acometer os testículos, endurecendo-os, e o líquor (líquido da espinha), provocando dores de cabeça e vômitos. As leucemias têm índices de cura de até 80%, quando tratadas com quimioterapia. Podem ser usados também radioterapia e transplante de medula (33%).
Começo - Sem fins lucrativos, o Graacc foi criado em 1991, pelo médico Sérgio Petrilli, o engenheiro voluntário Jacinto Antonio Guidolin, e a voluntária do Hospital do Câncer Léa Della Casa Mingione. O objetivo principal é garantir a crianças e adolescentes com câncer o direito a todas as chances de cura, com qualidade de vida e dentro de avançado padrão científico.
O primeiro passo então foi transferir o setor de Oncologia Pediátrica do Hospital São Paulo para uma casa, que ficou conhecida como a "casinha". Os pequenos pacientes eram atendidos nesse local, dentro do conceito de hospital-dia, onde recebiam atendimento médico e assistencial e voltavam para as suas casas.
A estrutura do hospital, que atualmente realiza cerca de 2.500 atendimentos mensalmente, entre sessões de quimioterapia, consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias e transplantes de medula óssea, se tornou realidade em maio de 1998, quando foi construído um moderno hospital de nove andares e dois subsolos, em 4.200 metros quadrados, especializado no atendimento de crianças e adolescentes com câncer.
Apoio - O Graacc não é importante apenas para a cidade de São Paulo, onde foi instalado. O atendimento à crianças e adolescentes também é realizado para aqueles que moram em cidades do interior, em outros estados do Brasil e, inclusive, em países da América Latina. Pensando nessas pessoas que não tem onde se hospedar para dar sequência ao tratamento, que exige, em média, 18 meses de cuidados intensos, a entidade implantou em 1993 o projeto Casa de Apoio, para dar suporte às crianças e seus acompanhantes.
A primeira Casa de Apoio hospedava até oito pacientes e seus acompanhantes. Com o crescimento do atendimento do hospital as acomodações foram ampliadas e a segunda casa foi inaugurada em 2001. Em 2007, o Graacc firmou parceria com o Instituto Ronald McDonald e abriram a a primeira Casa Ronald McDonald da cidade de São Paulo. No local trabalham dois funcionários e 50 voluntários que acompanham as crianças e os adolescentes. As crianças hospedadas recebem todo o suporte psicossocial, nutricional, pedagógico e, principalmente, afetivo. Seus 30 apartamentos são exclusivos para o paciente e seu acompanhantes – e o local ainda conta com salas de estar e de refeição, cozinha equipada, lavanderia e jardins, garantindo assim conforto e qualidade de vida às crianças.
Tablet do bem
O Graacc de São Paulo desenvolveu um projeto, no início deste ano, que visa a utilização do iPad para fins terapêuticos. A iniciativa nasceu a partir de uma parceria entre integrantes de departamentos da própria instituição, como a brinquedoteca, equipe multidisciplinar, registro hospitalar e voluntariado, e de parceiros externos, a Spring Films e a Influência Estúdio Criativo.
Usando jogos e aplicativos da Apple, as crianças e adolescentes do Graacc têm a oportunidade de se aproximar mais da tecnologia e aprender com isso, independente das limitações. O iPad foi muito bem recebido por vários setores do Graacc, e pode, inclusive, ser utilizado na Escola Móvel, que atende crianças e adolescentes até a entrada na faculdade.
"Vimos uma oportunidade de usar o iPad como uma ferramenta terapêutica na instituição e criamos um vídeo para contar um pouquinho sobre isso.
Os resultados preliminares do novo projeto estão sendo empolgantes.
O Graacc já vê muitas perspectivas de ampliação para ele, seja na área de reabilitação, ensino e até mesmo na inclusão social desses pacientes”, disse Arnaldo Pires, do Registro Hospitalar.
Cada acesso a este vídeo pode auxiliar o Graacc a conseguir novos Ipads para serem usados na reabilitação dos pacientes com câncer. O vídeo pode ser buscado no www. graacc.org.br ou em uma simples pesquisa no Google.
A mãe de Camila, de 11 anos, Lucilete Souza, também está confiante na cura de sua filha, portadora de osseosarcoma, um tipo de tumor na perna. Enquanto a garota se recupera de uma cirurgia de amputação de uma das pernas, Lucilete aproveita para se distrair fazendo tricô nas mãos na brinquedoteca. "Aproveito o tempo para tentar esquecer das dores e me fortalecer. Já aprendi vários tipos de artesanato. Ficar tranquila ajuda também na recuperação dela", disse a mãe.
O complexo Graacc, que está completando 20 anos, tem laboratório para transplante de medula óssea, espaço para quimioterapia, brinquedoteca, centro cirúrgico e apoio psicológico à família, atualmente atende 2600 pacientes por ano, com casos semelhantes aos de Sophia e Camila. Em torno de 90% desses atendimentos são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que arca apenas com 50% dos gastos dos pacientes. Os outros 50% necessários para fechar a conta são provenientes do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad).
Ampliação - Com 28 leitos para internação, 36 posições de quimioterapia, 30 leitos sociais na casa de apoio Ronald Mc Donald, o Graacc atende, além dos paulistanos, cerca de 40% de pacientes de outras cidades e estados brasileiros. Para aumentar a capacidade de atendimento, entre 30% a 40%, está sendo construído mais um anexo do hospital, com nove andares. A primeira parte, onde haverá inclusive radioterapia, será entregue em março do ano que vem ao custo de R$ 30 milhões. A obra estará concluída em 2015, ao custo total de R$ 100 milhões.
"Ganhamos o terreno da Prefeitura e estamos convidando empresas a participarem desse projeto, ajudando a resgatar o direito das crianças de ter maiores chances de cura de câncer", disse o superintendente médico do Graacc e diretor técnico do Instituto de Oncologia Pediátrica do Graacc/Unifesp, Sergio Petrilli. O objetivo é oferecer novos tratamentos com menos efeitos colaterais, explicou.
Sintomas – O câncer é a primeira causa de morte infantil por doença no País, após um ano de idade e até o fim da adolescência, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), perdendo para mortes por acidentes e violência. Listados entre os principais tipos estão leucemia, linfomas e os localizados no sistema nervoso central, seguidos por tumores no olho e os ósseos na terceira posição do ranking nacional.
Em média, são 16 casos a cada 100 mil, para crianças e jovens entre 0 e 20 anos. Estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
"O número de atendimentos no hospital cresceu muito. Isso, no entanto, não significa que tenha aumentado o número de casos, mas sim que o diagnóstico está sendo feito de maneira mais rápida e melhor. Antigamente, muitos morriam sem saber o que tinham. Infelizmente não dá para prevenir e nem detectar precocemente. Nas crianças a divisão celular é mais rápida. Um dos problemas em detectar nelas a doença é que os sintomas podem se confundir com os de doenças da infância", disse Petrilli.
Segundo Petrilli, por ano, surgem aproximadamente 300 novos casos de câncer em crianças e adolescentes em São Paulo. "Sabemos que entre 11 e 12 mil casos por ano no Brasil são causados por alterações genéticas", disse.
Entre os sintomas da leucemia, o tipo mais comum na infância, estão manchas roxas, palidez, dor óssea, febre baixa e sangramentos. Além da medula óssea, as leucemias podem também acometer os testículos, endurecendo-os, e o líquor (líquido da espinha), provocando dores de cabeça e vômitos. As leucemias têm índices de cura de até 80%, quando tratadas com quimioterapia. Podem ser usados também radioterapia e transplante de medula (33%).
Começo - Sem fins lucrativos, o Graacc foi criado em 1991, pelo médico Sérgio Petrilli, o engenheiro voluntário Jacinto Antonio Guidolin, e a voluntária do Hospital do Câncer Léa Della Casa Mingione. O objetivo principal é garantir a crianças e adolescentes com câncer o direito a todas as chances de cura, com qualidade de vida e dentro de avançado padrão científico.
O primeiro passo então foi transferir o setor de Oncologia Pediátrica do Hospital São Paulo para uma casa, que ficou conhecida como a "casinha". Os pequenos pacientes eram atendidos nesse local, dentro do conceito de hospital-dia, onde recebiam atendimento médico e assistencial e voltavam para as suas casas.
A estrutura do hospital, que atualmente realiza cerca de 2.500 atendimentos mensalmente, entre sessões de quimioterapia, consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias e transplantes de medula óssea, se tornou realidade em maio de 1998, quando foi construído um moderno hospital de nove andares e dois subsolos, em 4.200 metros quadrados, especializado no atendimento de crianças e adolescentes com câncer.
Apoio - O Graacc não é importante apenas para a cidade de São Paulo, onde foi instalado. O atendimento à crianças e adolescentes também é realizado para aqueles que moram em cidades do interior, em outros estados do Brasil e, inclusive, em países da América Latina. Pensando nessas pessoas que não tem onde se hospedar para dar sequência ao tratamento, que exige, em média, 18 meses de cuidados intensos, a entidade implantou em 1993 o projeto Casa de Apoio, para dar suporte às crianças e seus acompanhantes.
A primeira Casa de Apoio hospedava até oito pacientes e seus acompanhantes. Com o crescimento do atendimento do hospital as acomodações foram ampliadas e a segunda casa foi inaugurada em 2001. Em 2007, o Graacc firmou parceria com o Instituto Ronald McDonald e abriram a a primeira Casa Ronald McDonald da cidade de São Paulo. No local trabalham dois funcionários e 50 voluntários que acompanham as crianças e os adolescentes. As crianças hospedadas recebem todo o suporte psicossocial, nutricional, pedagógico e, principalmente, afetivo. Seus 30 apartamentos são exclusivos para o paciente e seu acompanhantes – e o local ainda conta com salas de estar e de refeição, cozinha equipada, lavanderia e jardins, garantindo assim conforto e qualidade de vida às crianças.
Tablet do bem
O Graacc de São Paulo desenvolveu um projeto, no início deste ano, que visa a utilização do iPad para fins terapêuticos. A iniciativa nasceu a partir de uma parceria entre integrantes de departamentos da própria instituição, como a brinquedoteca, equipe multidisciplinar, registro hospitalar e voluntariado, e de parceiros externos, a Spring Films e a Influência Estúdio Criativo.
Usando jogos e aplicativos da Apple, as crianças e adolescentes do Graacc têm a oportunidade de se aproximar mais da tecnologia e aprender com isso, independente das limitações. O iPad foi muito bem recebido por vários setores do Graacc, e pode, inclusive, ser utilizado na Escola Móvel, que atende crianças e adolescentes até a entrada na faculdade.
"Vimos uma oportunidade de usar o iPad como uma ferramenta terapêutica na instituição e criamos um vídeo para contar um pouquinho sobre isso.
Os resultados preliminares do novo projeto estão sendo empolgantes.
O Graacc já vê muitas perspectivas de ampliação para ele, seja na área de reabilitação, ensino e até mesmo na inclusão social desses pacientes”, disse Arnaldo Pires, do Registro Hospitalar.
Cada acesso a este vídeo pode auxiliar o Graacc a conseguir novos Ipads para serem usados na reabilitação dos pacientes com câncer. O vídeo pode ser buscado no www. graacc.org.br ou em uma simples pesquisa no Google.