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Mercado de trabalho para pessoas com deficiência - Leis de cotas completa 20 anos
Prestes a completar 20 anos, a Lei 8.213, criada em 1991 e regulamentada por
decreto em 1999, e mais conhecida como Lei de Cotas é um marco divisor no
esforço de inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ao tornar
obrigatória, para empresas com mais de cem funcionários, a reserva de 2% a 5%
das vagas para pessoas com deficiência, antes marginalizadas nos processos de
recrutamento e seleção, essa lei contribuiu para acelerar o processo de inclusão
social e provocou empresas públicas e privadas a se especializarem na
capacitação profissional e na colocação desse público.
Mesmo com todo este avanço, a inclusão de deficientes no mercado de trabalho
ainda é um desafio. Segundo informações do último Relatório Anual de Informações
Sociais (Rais), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em maio
deste ano, entre os anos de 2007 e 2010, o número de trabalhadores com
deficiência formalmente empregados caiu 12%. Aproximadamente 42,8 mil vagas para
pessoas com deficiência foram fechadas. O relatório aponta que 348, 8 mil
trabalhadores empregados no Brasil tinham alguma deficiência em 2007. No ano
passado, esse número caiu para 306 mil. Contudo, o total de trabalhadores
empregados formais no País passou de 37,6 milhões para 44,1 milhões.
De acordo com as informações do último censo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), existem, no Brasil, aproximadamente 24,5 milhões
de pessoas com algum tipo de deficiência, que representa um universo de 14,5% da
população.
Dentro deste cenário, a Fundação Dorina Nowill para Cegos em seu Programa de
Empregabilidade promove a reabilitação profissional de pessoas cegas e com baixa
visão por meio de orientação, colocação profissional e cursos de informática. De
outro lado, a instituição possui uma equipe especializada para assessorar as
empresas na implantação de desenvolvimento de projetos de educação corporativa
para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho com uma nova
filosofia de contratação: a de incluir o deficiente aproveitando o seu potencial
e não apenas para cumprir a lei de cotas.
“Um dos passos mais importantes na inclusão social das pessoas deficiente está
no mercado de trabalho, pois proporciona condições de sustento próprio e da
família, bem como o seu desenvolvimento pleno e independente na sociedade. A Lei
de Cotas teve um papel fundamental neste processo, mas muito se tem a fazer”,
comenta Adermir Ramos da Silva Filho, diretor-presidente da Fundação Dorina
Nowill para Cegos.
O desconhecimento das potencialidades das pessoas com deficiência é um dos
entraves importantes à colocação profissional dos deficientes. “É muito
importante que as empresas entendam a importância do trabalho para a pessoa com
deficiência, como se dá o processo de inclusão e onde buscar os profissionais.
Não podemos negar que a situação da deficiência visual gera desvantagens
sociais, porém os recursos e as possibilidades frente a isso vêm crescendo a
cada dia e não estão restritos a apenas uma área”, aponta Edson Defendi,
coordenador de empregabilidade e projetos especiais da Fundação Dorina Nowill
para Cegos.
O que é a lei de cotas?
Empresas que tenham 100 funcionários ou mais precisam reservar cotas para
pessoas com deficiência. O percentual varia de acordo com o tamanho da
companhia.
Número de Funcionário | Cota para deficientes |
De 100 a 200 | 2% |
Entre 201 e 500 | 3% |
Entre 501 e 1000 | 4% |
Mais de 1000 | 5% |
Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos:
A Fundação Dorina Nowill para Cegos há mais de seis décadas, facilita a inclusão social de crianças, jovens e adultos cegos e com baixa visão, por meio de reabilitação, educação especial, programa de empregabilidade, bem como a produção e distribuição de livros e revistas acessíveis, que distribuídas gratuitamente para pessoas com deficiência visual e para mais de 1.400 escolas, bibliotecas e organizações em todo o Brasil.