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Cabelo solidário na luta contra o câncer de mama
Por Diário do Comércio   19 de agosto de 2011
Isabel Alves Silva, de 69 anos, há nove anos recebeu a notícia de que tinha um nódulo na mama esquerda. O choque da notícia e a necessidade de retirar a mama trouxeram a depressão. O tratamento com quimioterapia, a queda de cabelo. Com Olivia de Lima, de 61 anos, a situação foi a mesma, há oito anos. "Tinha feito mamografia há apenas oito meses e não havia sido detectado nenhum problema. Foi num auto-exame que descobri o nódulo. No começo achei que não fosse nada, mas era. Tive de tirar a mama direita', disse.
Para Isabel, depois da retirada da mama, o momento mais difícil foi encarar a queda de cabelos, por causa da quimioterapia. "Fiquei deprimida, não queria sair para ir a lugar nenhum", disse. Foi nesse ponto do tratamento que ela soube, por orientação de um médico, da existência da ONG Viva Melhor, que doava próteses e emprestava perucas.
"Decidi conhecer. Foi a primeira vez que sai de casa depois da cirurgia e nunca mais deixei de vir. Virei voluntária e hoje levo palavras de conforto para outras mulheres que estão passando pelo que eu passei", disse Isabel.
13 anos – Foi pensando nas consequências da doença e do tratamento que, há 13 anos, surgiu a ONG Viva Melhor em Santo André, no ABC Paulista, pelas mãos das fundadoras, também vítimas da doença, Vera Emília Teruel e Terezinha Pontes Cipriano. Atendimento psicológico, doação de próteses externas e empréstimos de perucas estão entre as atividades principais, que buscam dar suporte às mulheres vítimas do câncer de mama.
"O câncer de mama continua sendo o mais temido entre as mulheres. Além do abalo de receber a notícia e da necessidade de, muitas vezes, retirar a mama, perder os cabelos em consequência do tratamento é outro fator que contribui para a diminuição a auto-estima", disse Vera.
O atendimento da ONG Viva Melhor é realizado às quartas e sextas. Nos outros dias, fazem visitas a pacientes operadas no Hospital da Mulher, em Santo André. As palestras com a psicóloga e a mastologista –médica especialista em mamas– acontecem às quartas e sextas-feiras. Em três salas pequenas – uma para perucas, próteses e sutiãs, outra usada como sede administrativa e uma terceira para a realização de palestras–, a ONG luta para ter ter um espaço maior e ampliar o atendimento.
"Precisamos de uma casa. Queremos proporcionar atendimento com fisioterapeutas e esteticista e já temos até voluntários para isso, mas não temos espaço físico", explicou Vera. Segundo ela, a parte do brechó, do artesanato e onde são feitas as próteses ficam em outros lugares. "O ideal seria que tudo funcionasse num só lugar", disse.
Próteses e perucas – Na lista de benefícios oferecidos pela ONG, que tem 60 voluntários, a prótese externa é a mais procurada, seguida pelas perucas. "Fazemos as próteses no tamanho ideal para caber no sutiã e não haver diferença para as pessoas que retiram toda a mama", explicou Terezinha. O sutiã é vendido a R$ 40, mas a prótese é doada.
A ONG possui um acervo de 150 perucas, sendo que em trono de 100 peças estão emprestadas no momento. "Infelizmente, algumas pessoas não tem muito cuidado com as perucas e temos de substituí-las, outras sequer devolvem. Neste caso, precisamos de mais recursos para comprar novas perucas", afirmou Terezinha.
Grande parte das ONGs nasce em razão do sofrimento pessoal ou de alguém próximo. A história não foi diferente com a Viva Melhor. Em 1998, Vera e Terezinha descobriram que tinham a mesma doença. Amigas, elas não se falavam há 15 anos, e, numa ligação telefônica descobriram algo em comum: o câncer de mama.
"Nos conhecíamos, mas ficamos 15 anos sem nos falar. Quando conversamos por telefone eu já tinha tido o câncer de mama e ela estava passando pela mesma situação. Entre uma conversa e outra, resolvemos nos unir e fazer algo pelas mulheres que têm o câncer de mama", disse Vera. Durante um ano, as amigas fizeram muitas pesquisas sobre o assunto. "Queríamos saber tudo sobre o problema para poder ajudar. Até agora já atendemos quatro mil pessoas", disse Terezinha.
Na opinião de Vera, o momento mais difícil é mesmo quando se recebe o diagnóstico. Já para Terezinha, o susto maior foi conviver com a a doença duas vezes em um intervalo de oito anos. "Tive câncer nas duas mamas e fiquei careca duas vezes. E a possibilidade de a doença aparecer novamente assusta muito", disse. O importante no momento, segundo ela, é que os remédios estão mais eficientes, a prevenção aumentou entre as mulheres e há mais fontes de apoio, como as ONGs. "Além da família, que é a base de tudo', finalizou.
Grupos – A ONG Viva Melhor não está sozinha na luta para melhorar a condição de vida das portadoras de câncer de mama. O Grupo Rosa e Amor, de Valinhos, no Interior de São Paulo, também empresta e recebe doações de perucas. O mesmo acontece com o Instituto Neo Mama, na cidade Santos (litoral sul), e com a Associação Brasileira de Apoio aos Pacientes com Câncer (Abrapac), no Rio de Janeiro.
Para Isabel, depois da retirada da mama, o momento mais difícil foi encarar a queda de cabelos, por causa da quimioterapia. "Fiquei deprimida, não queria sair para ir a lugar nenhum", disse. Foi nesse ponto do tratamento que ela soube, por orientação de um médico, da existência da ONG Viva Melhor, que doava próteses e emprestava perucas.
"Decidi conhecer. Foi a primeira vez que sai de casa depois da cirurgia e nunca mais deixei de vir. Virei voluntária e hoje levo palavras de conforto para outras mulheres que estão passando pelo que eu passei", disse Isabel.
13 anos – Foi pensando nas consequências da doença e do tratamento que, há 13 anos, surgiu a ONG Viva Melhor em Santo André, no ABC Paulista, pelas mãos das fundadoras, também vítimas da doença, Vera Emília Teruel e Terezinha Pontes Cipriano. Atendimento psicológico, doação de próteses externas e empréstimos de perucas estão entre as atividades principais, que buscam dar suporte às mulheres vítimas do câncer de mama.
"O câncer de mama continua sendo o mais temido entre as mulheres. Além do abalo de receber a notícia e da necessidade de, muitas vezes, retirar a mama, perder os cabelos em consequência do tratamento é outro fator que contribui para a diminuição a auto-estima", disse Vera.
O atendimento da ONG Viva Melhor é realizado às quartas e sextas. Nos outros dias, fazem visitas a pacientes operadas no Hospital da Mulher, em Santo André. As palestras com a psicóloga e a mastologista –médica especialista em mamas– acontecem às quartas e sextas-feiras. Em três salas pequenas – uma para perucas, próteses e sutiãs, outra usada como sede administrativa e uma terceira para a realização de palestras–, a ONG luta para ter ter um espaço maior e ampliar o atendimento.
"Precisamos de uma casa. Queremos proporcionar atendimento com fisioterapeutas e esteticista e já temos até voluntários para isso, mas não temos espaço físico", explicou Vera. Segundo ela, a parte do brechó, do artesanato e onde são feitas as próteses ficam em outros lugares. "O ideal seria que tudo funcionasse num só lugar", disse.
Próteses e perucas – Na lista de benefícios oferecidos pela ONG, que tem 60 voluntários, a prótese externa é a mais procurada, seguida pelas perucas. "Fazemos as próteses no tamanho ideal para caber no sutiã e não haver diferença para as pessoas que retiram toda a mama", explicou Terezinha. O sutiã é vendido a R$ 40, mas a prótese é doada.
A ONG possui um acervo de 150 perucas, sendo que em trono de 100 peças estão emprestadas no momento. "Infelizmente, algumas pessoas não tem muito cuidado com as perucas e temos de substituí-las, outras sequer devolvem. Neste caso, precisamos de mais recursos para comprar novas perucas", afirmou Terezinha.
Grande parte das ONGs nasce em razão do sofrimento pessoal ou de alguém próximo. A história não foi diferente com a Viva Melhor. Em 1998, Vera e Terezinha descobriram que tinham a mesma doença. Amigas, elas não se falavam há 15 anos, e, numa ligação telefônica descobriram algo em comum: o câncer de mama.
"Nos conhecíamos, mas ficamos 15 anos sem nos falar. Quando conversamos por telefone eu já tinha tido o câncer de mama e ela estava passando pela mesma situação. Entre uma conversa e outra, resolvemos nos unir e fazer algo pelas mulheres que têm o câncer de mama", disse Vera. Durante um ano, as amigas fizeram muitas pesquisas sobre o assunto. "Queríamos saber tudo sobre o problema para poder ajudar. Até agora já atendemos quatro mil pessoas", disse Terezinha.
Na opinião de Vera, o momento mais difícil é mesmo quando se recebe o diagnóstico. Já para Terezinha, o susto maior foi conviver com a a doença duas vezes em um intervalo de oito anos. "Tive câncer nas duas mamas e fiquei careca duas vezes. E a possibilidade de a doença aparecer novamente assusta muito", disse. O importante no momento, segundo ela, é que os remédios estão mais eficientes, a prevenção aumentou entre as mulheres e há mais fontes de apoio, como as ONGs. "Além da família, que é a base de tudo', finalizou.
Grupos – A ONG Viva Melhor não está sozinha na luta para melhorar a condição de vida das portadoras de câncer de mama. O Grupo Rosa e Amor, de Valinhos, no Interior de São Paulo, também empresta e recebe doações de perucas. O mesmo acontece com o Instituto Neo Mama, na cidade Santos (litoral sul), e com a Associação Brasileira de Apoio aos Pacientes com Câncer (Abrapac), no Rio de Janeiro.