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Um pai de 60 filhos
Por Diário do Comércio   19 de agosto de 2011
Transformar a dor de perder uma filha aos seis anos por imprudência de um motorista, que não respeitou o sinal vermelho, em um ato de solidariedade, não foi nada fácil para o jornalista e professor universitário Francisco Sogari. Foi o doloroso atropelamento de Gabriele, em 2001, que o motivou, ao lado da esposa, a pedagoga Iracema, a fundar o Instituto Gabriele Barreto Sogari, o Instituto Gabi, na zona sul de São Paulo. Sogari se transformou no pai de 60 crianças e adolescentes portadores de deficiências intelectuais moderadas.
"Atravessamos uma verdadeira encruzilhada. Ou me revoltava ou tentava encarar o que aconteceu de outro modo. Optei por seguir outro caminho, aceitando o recado que Deus nos deu. Demos outro sentindo para a nossa perda", disse Sogari. Segundo ele, o começo foi com a cara e a coragem. "Reunimos voluntários e apoiadores da ideia em uma garagem. Como professora da rede pública, minha esposa conhecia a falta de estrutura adequada para atender crianças com esse tipo de deficiência, o que nos motivou a abraçar a causa".
Há dez anos, o Instituto Gabi atende gratuitamente crianças e jovens com deficiências, de baixa renda, entre 6 e 28 anos, oferecendo atendimento nas áreas da saúde, educação, cultura e apoio sócio-familiar, além de atuar na promoção da inclusão e qualidade de vida. São 60 pessoas com múltiplas deficiências, divididas por faixas etárias que, por três horas diárias, participam de sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia educacional, educação física e oficinas socio-educativas.
Trajetória - Dividindo seu tempo hoje entre a ONG, a família – especialmente João Filipe, seu filho biológico de 11 anos – e a universidade Braz Cubas, onde leciona, Sogari só conseguiu deixar o trabalho do instituto mais qualificado depois de alguns meses, numa casa maior e com e o trabalho de psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas. Em menos de um ano, o novo local também ficou pequeno. Em 2002, se mudaram para um prédio de três andares, onde funciona até hoje, e conseguiram ajuda do Poder Público, por meio de convênio, o que possibilitou aumentar o número de atendimentos.
"Não somos apenas um lugar em que as crianças passam por uma consulta e vão embora. No instituto elas desenvolvem atividades durante três horas diárias, de segunda à sexta, e recebem cuidados nas áreas da saúde, educação, cultura e orientação familiar. São atendimentos multidisciplinares e integrados, que qualificam e estimulam o desenvolvimento", disse o jornalista.
A dona de casa Geise Nunes de Lima, de 54 anos, sabe muito bem o que é estimular o desenvolvimento de uma pessoa com deficiência intelectual. Ela comemora o avanço da filha Amanda, de 17 anos, que frequenta há dois anos o Instituto Gabi. "Ela está muito mais sociável e comunicativa. Os passeios se tornaram muito mais agradáveis para ela. Ver isso na minha filha é maravilhoso", disse Geise.
Não foi apenas a vida de Amanda que mudou ao chegar ao instituto. Geise também aproveita as horas vagas para aprender e fazer artesanato na ONG. "Já fizemos várias coisas, agora estamos trabalhando com agendas. A venda do nosso trabalho reverte em renda para o Gabi", disse.
O atendimento da ONG é estendido às famílias das crianças e adolescentes. As ações, que envolvem principalmente as mães, são de orientação e encaminhamento na busca dos seus direitos, bem como projetos de geração de renda, por meio de uma oficina de artesanato.
Segundo o fundador, a ONG já é reconhecida por sua seriedade e se tornou referência em inclusão social. "A perda de minha filha é irreparável. Jamais vou esquecê-la. Mas esse trabalho me dá forças e coragem para continuar vivendo. Tenho estampado o rosto da Gabi na face dessas 70 crianças que atendemos. Com isso, consigo dar sentido a minha vida", concluiu o jornalista.
As crianças atendidas são encaminhadas ao instituto por hospitais e postos de saúde. "Hoje temos uma longa fila de espera. Por isso, nosso trabalho não pode parar. Temos planos para consolidar o Instituto Gabi como um centro de referência para a pessoa com deficiência, com atendimento e orientação, ajudando a construir uma política pública neste sentido. Essa é a nossa meta", disse Sogari.
Para ajudar - O Instituto Gabi está precisando com urgência de uma nova sede, já que a casa onde funciona atualmente é alugada. Para tanto foi criada a campanha do tijolo, na qual o doador pode comprar quantos tijolos puder, ao custo de R$ 2,50 a unidade, depositando o valor na conta corrente do Instituto. Segundo Sogari, o valor do tijolo é simbólico e tem como objetivo levantar recursos para que o Instituto conquiste uma sede própria. "Outra possibilidade é a cessão ao instituto de uma área ou prédio, em regime de comodato, com contrato e prazo pré-estabelecido para o uso", destacou Sogari.
O sustento da ONG vem da ajuda de parceiros e pessoas físicas. O instituto também realiza um bazar social, com mercadorias que são revertidas em recursos para a realização do trabalho. "Doações de empresários e lojistas, como pontas de estoque de roupas, material de limpeza e brinquedos, são vendidas a preços baixos no bazar, trazendo recursos para o instituto. As empresas ajudam projetos sociais e têm isenção fiscal", salientou Sogari.
Para doar objetos, brinquedos e roupas ou oferecer trabalho voluntário, entre em contato com o Instituto Gabi pelo telefone (11) 5564-7709, pelo e-mail faleconosco@institutogabi.org.brThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. / institutogabi@terra.com.brThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. ou consultando o site www.institutogabi.org.br.
"Atravessamos uma verdadeira encruzilhada. Ou me revoltava ou tentava encarar o que aconteceu de outro modo. Optei por seguir outro caminho, aceitando o recado que Deus nos deu. Demos outro sentindo para a nossa perda", disse Sogari. Segundo ele, o começo foi com a cara e a coragem. "Reunimos voluntários e apoiadores da ideia em uma garagem. Como professora da rede pública, minha esposa conhecia a falta de estrutura adequada para atender crianças com esse tipo de deficiência, o que nos motivou a abraçar a causa".
Há dez anos, o Instituto Gabi atende gratuitamente crianças e jovens com deficiências, de baixa renda, entre 6 e 28 anos, oferecendo atendimento nas áreas da saúde, educação, cultura e apoio sócio-familiar, além de atuar na promoção da inclusão e qualidade de vida. São 60 pessoas com múltiplas deficiências, divididas por faixas etárias que, por três horas diárias, participam de sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia educacional, educação física e oficinas socio-educativas.
Trajetória - Dividindo seu tempo hoje entre a ONG, a família – especialmente João Filipe, seu filho biológico de 11 anos – e a universidade Braz Cubas, onde leciona, Sogari só conseguiu deixar o trabalho do instituto mais qualificado depois de alguns meses, numa casa maior e com e o trabalho de psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas. Em menos de um ano, o novo local também ficou pequeno. Em 2002, se mudaram para um prédio de três andares, onde funciona até hoje, e conseguiram ajuda do Poder Público, por meio de convênio, o que possibilitou aumentar o número de atendimentos.
"Não somos apenas um lugar em que as crianças passam por uma consulta e vão embora. No instituto elas desenvolvem atividades durante três horas diárias, de segunda à sexta, e recebem cuidados nas áreas da saúde, educação, cultura e orientação familiar. São atendimentos multidisciplinares e integrados, que qualificam e estimulam o desenvolvimento", disse o jornalista.
A dona de casa Geise Nunes de Lima, de 54 anos, sabe muito bem o que é estimular o desenvolvimento de uma pessoa com deficiência intelectual. Ela comemora o avanço da filha Amanda, de 17 anos, que frequenta há dois anos o Instituto Gabi. "Ela está muito mais sociável e comunicativa. Os passeios se tornaram muito mais agradáveis para ela. Ver isso na minha filha é maravilhoso", disse Geise.
Não foi apenas a vida de Amanda que mudou ao chegar ao instituto. Geise também aproveita as horas vagas para aprender e fazer artesanato na ONG. "Já fizemos várias coisas, agora estamos trabalhando com agendas. A venda do nosso trabalho reverte em renda para o Gabi", disse.
O atendimento da ONG é estendido às famílias das crianças e adolescentes. As ações, que envolvem principalmente as mães, são de orientação e encaminhamento na busca dos seus direitos, bem como projetos de geração de renda, por meio de uma oficina de artesanato.
Segundo o fundador, a ONG já é reconhecida por sua seriedade e se tornou referência em inclusão social. "A perda de minha filha é irreparável. Jamais vou esquecê-la. Mas esse trabalho me dá forças e coragem para continuar vivendo. Tenho estampado o rosto da Gabi na face dessas 70 crianças que atendemos. Com isso, consigo dar sentido a minha vida", concluiu o jornalista.
As crianças atendidas são encaminhadas ao instituto por hospitais e postos de saúde. "Hoje temos uma longa fila de espera. Por isso, nosso trabalho não pode parar. Temos planos para consolidar o Instituto Gabi como um centro de referência para a pessoa com deficiência, com atendimento e orientação, ajudando a construir uma política pública neste sentido. Essa é a nossa meta", disse Sogari.
Para ajudar - O Instituto Gabi está precisando com urgência de uma nova sede, já que a casa onde funciona atualmente é alugada. Para tanto foi criada a campanha do tijolo, na qual o doador pode comprar quantos tijolos puder, ao custo de R$ 2,50 a unidade, depositando o valor na conta corrente do Instituto. Segundo Sogari, o valor do tijolo é simbólico e tem como objetivo levantar recursos para que o Instituto conquiste uma sede própria. "Outra possibilidade é a cessão ao instituto de uma área ou prédio, em regime de comodato, com contrato e prazo pré-estabelecido para o uso", destacou Sogari.
O sustento da ONG vem da ajuda de parceiros e pessoas físicas. O instituto também realiza um bazar social, com mercadorias que são revertidas em recursos para a realização do trabalho. "Doações de empresários e lojistas, como pontas de estoque de roupas, material de limpeza e brinquedos, são vendidas a preços baixos no bazar, trazendo recursos para o instituto. As empresas ajudam projetos sociais e têm isenção fiscal", salientou Sogari.
Para doar objetos, brinquedos e roupas ou oferecer trabalho voluntário, entre em contato com o Instituto Gabi pelo telefone (11) 5564-7709, pelo e-mail faleconosco@institutogabi.org.brThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. / institutogabi@terra.com.brThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. ou consultando o site www.institutogabi.org.br.