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O teatro mora ao lado
Por Diário do Comércio   19 de agosto de 2011
A Cia de Teatro Vizinho Legal, criada a partir do Projeto Vizinho Legal, que nasceu há cinco anos por iniciativa da Roche Farma Brasil, está mudando a vida de adolescentes de comunidades carentes. Encenada por 20 jovens, moradores e ex-moradores da comunidade Nova Jaguaré, no Jaguaré, zona oeste de São Paulo, a peça Crescer - Cenas de Fases da Vida, em cartaz até 30 de outubro, é uma coletânea de cenas que retrata o universo jovem com suas alegrias, dificuldades, medos, desejos e sonhos.
Com capacidade para 18 pessoas por sessão, a peça acontece dentro da casa-sede do projeto, com cenas na garagem, no quintal, na sala, nos quartos, no banheiro e até no telhado. Uma diferente experiência teatral com drama e muita comédia. Encenar histórias do dia-a-dia dos jovens já virou rotina na vida de Edemi Júnior e Andreza Rodrigues, ambos de 18 anos.
Rotina – Encenar histórias do dia-a-dia dos jovens, por exemplo, já virou rotina na vida de Edemi Júnior e Andreza Rodrigues, ambos de 18 anos. A Cia de Teatro Vizinho Legal entrou por acaso na vida de Edemi. Cursando pedagogia, ele conheceu o projeto em 2010 por meio de um professor e não parou mais. Já atuou em dois espetáculos.
"Desde que entrei para o projeto, muita coisa mudou na minha vida. Hoje, consigo perceber o valor que tem cada pessoa dentro da sociedade", disse. "Não sei se um dia irei seguir só a carreira artística, pois a arte nos proporciona flexibilidade para ser usada em qualquer situação. Pretendo usá-la na educação das minhas crianças", afirmou, referindo-se ao trabalho de educador que exerce na Associação Beneficente Assistencial Aquarela.
A estudante de hotelaria Andreza Santos Rodrigues, diferente de Edemi, começou cedo. Subiu aos palcos ainda na escola, aos 10 anos, e desde 2008 está na Cia. "Fui fazer teatro na escola por curiosidade e acabei gostando. Comecei na Cia de Teatro em 2008. Amo o que eu faço. Com o Vizinho Legal desenvolvi a expressão, consigo me fazer entender", disse.
Andreza garante que ficou mais responsável e comprometida. "Antes de entrar no projeto achava que podia fazer tudo sozinha, aprendi que não é bem assim. Cada ensaio era uma etapa construída em conjunto e não sozinha. É como se fosse um jogo de futebol, uma orquestra ou uma banda", afirmou.
A coordenação das atividades de dramaturgia é de Leandro Oliva, gestor de projetos socio-culturais e contratado pela Roche. "Trabalhar com esses jovens é uma experiência única. São pessoas que querem mudar de vida e o meu trabalho, e a parceria da Roche, proporcionam essa melhora", disse.
Independência – Foi por meio do Projeto Vizinho Legal que um grupo de teatro formado por 30 jovens, com idades entre 10 e 18 anos, recebeu o título de Cia de Teatro Vizinho Legal no final de 2006. Desde então, o grupo realiza a montagem de uma peça ao término do ano para a comunidade do bairro e para os funcionários da empresa, acompanhados de seus familiares.
A Cia de Teatro Vizinho Legal participa desde 2007 do Projeto Conexões (organizado pelo National Theatre de Londres, British Council, Teatro Escola Célia Helena, Colégio São Luís e Cultura Inglesa), que estimula o teatro feito por jovens para jovens e promove o intercâmbio entre escolas públicas, particulares e projetos sociais da cidade de São Paulo. Já são cinco anos ajudando adolescentes carentes do Jaguaré. Ao longo desse tempo produziu 14 peças, com a participação de mais de 80 pessoas.
A primeira peça produzida e encenada pelo grupo, ainda antes de se constituir como companhia teatral, foi Avoar, em 2004, com a participação de 30 jovens e direção de Vladimir Capella. O espetáculo foi apresentado no teatro do Colégio Santa Cruz. Até então despretensioso, o projeto passou a existir de fato apenas em 2006. Como ação social, no entanto, o Vizinho Legal está presente no Jaguaré desde 2001.
Integração – Para melhor integração, os adolescentes participam de todo o processo: escolha do texto, workshops com o autor, debates e ensaios com dramaturgos e diretores, construção de cenários, figurinos e composição da trilha sonora. Em 2007, o grupo encenou Meio Fio, de Marcelo Rubens Paiva, com direção de Marcello Airoldi, que ficou em cartaz no Teatro Cultura Inglesa, Teatro Municipal de Barueri, Tendal da Lapa, Teatro Vento Forte, Espaço Cultural Grande Otelo, Festival de Teatro de Taquarituba e na escola Deputado Augusto do Amaral.
Destaque também para as peças Maledicência, My Face, Uma Professora Muito Maluquinha, O Monstro do Lixo, Lindo de Morrer, A Ópera do Malandro e a mais recente, com temporada prorrogada até o fim de outubro, Crescer - Cenas de Fases da Vida. A Cia de Teatro Vizinho Legal fará o próximo espetáculo, Contos que cantam sobre pousospássaros, de Cláudia Schapira, com direção de Jacqueline Obrigon, no dia 27 de novembro de 2011, no Teatro Cultura Inglesa, em Pinheiros.
Pontapé – Para entender como começou a Cia de Teatro Vizinho Legal é preciso voltar um pouco no tempo e relembrar a história do Programa Vizinho Legal, criado pela Roche Farmacêutica, em 2001. O programa, que atende a crianças, adolescentes e gestantes do bairro do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, foi uma iniciativa de funcionários da empresa que queriam oferecer à comunidade atividades culturais, como forma de apoiá-los e ampliar sua visão de futuro.
"Foram oferecidas às crianças e jovens aulas de violino, violoncelo, violão, pop-rock, percussão, coral e dança", explicou a gerente de Responsabilidade da Roche Farma Brasil, Rosicler Rodriguez. Em 2002, colaboradores da empresa começaram voluntariamente a dar aulas de futebol para os jovens no campo de futebol da Roche. Em 2003, houve a estruturação como um programa social de fato, incorporando as ações de cultura e esportes.
"As primeiras atividades foram voltadas aos cuidados com as gestantes da comunidade. O intuito principal do projeto é integrar as famílias", disse Rosicler. O Programa está dividido em três frentes: saúde, cultura e esporte. Na saúde, o programa chega à comunidade por meio de campanhas de conscientização, orientação e grupos de gestantes. A cultura vem com aulas de teatro, dança, inglês, música, passeios culturais, grupos artísticos, entre eles a Cia de Teatro Vizinho Legal e encaminhamento de jovens para escolas profissionalizantes. Já no esporte são promovidas atividades para práticas saudáveis de recreação e lazer, como aulas de voleibol e futebol para crianças e jovens.
"Queremos, entre tantos objetivos, minimizar os efeitos da vulnerabilidade social, proporcionando espaços transformadores de aprendizagem, convivência e fortalecimento dos vínculos afetivos", salientou Rosicler. O investimento da Roche para o Programa Vizinho Legal este ano é de R$ 540 mil.
Com capacidade para 18 pessoas por sessão, a peça acontece dentro da casa-sede do projeto, com cenas na garagem, no quintal, na sala, nos quartos, no banheiro e até no telhado. Uma diferente experiência teatral com drama e muita comédia. Encenar histórias do dia-a-dia dos jovens já virou rotina na vida de Edemi Júnior e Andreza Rodrigues, ambos de 18 anos.
Rotina – Encenar histórias do dia-a-dia dos jovens, por exemplo, já virou rotina na vida de Edemi Júnior e Andreza Rodrigues, ambos de 18 anos. A Cia de Teatro Vizinho Legal entrou por acaso na vida de Edemi. Cursando pedagogia, ele conheceu o projeto em 2010 por meio de um professor e não parou mais. Já atuou em dois espetáculos.
"Desde que entrei para o projeto, muita coisa mudou na minha vida. Hoje, consigo perceber o valor que tem cada pessoa dentro da sociedade", disse. "Não sei se um dia irei seguir só a carreira artística, pois a arte nos proporciona flexibilidade para ser usada em qualquer situação. Pretendo usá-la na educação das minhas crianças", afirmou, referindo-se ao trabalho de educador que exerce na Associação Beneficente Assistencial Aquarela.
A estudante de hotelaria Andreza Santos Rodrigues, diferente de Edemi, começou cedo. Subiu aos palcos ainda na escola, aos 10 anos, e desde 2008 está na Cia. "Fui fazer teatro na escola por curiosidade e acabei gostando. Comecei na Cia de Teatro em 2008. Amo o que eu faço. Com o Vizinho Legal desenvolvi a expressão, consigo me fazer entender", disse.
Andreza garante que ficou mais responsável e comprometida. "Antes de entrar no projeto achava que podia fazer tudo sozinha, aprendi que não é bem assim. Cada ensaio era uma etapa construída em conjunto e não sozinha. É como se fosse um jogo de futebol, uma orquestra ou uma banda", afirmou.
A coordenação das atividades de dramaturgia é de Leandro Oliva, gestor de projetos socio-culturais e contratado pela Roche. "Trabalhar com esses jovens é uma experiência única. São pessoas que querem mudar de vida e o meu trabalho, e a parceria da Roche, proporcionam essa melhora", disse.
Independência – Foi por meio do Projeto Vizinho Legal que um grupo de teatro formado por 30 jovens, com idades entre 10 e 18 anos, recebeu o título de Cia de Teatro Vizinho Legal no final de 2006. Desde então, o grupo realiza a montagem de uma peça ao término do ano para a comunidade do bairro e para os funcionários da empresa, acompanhados de seus familiares.
A Cia de Teatro Vizinho Legal participa desde 2007 do Projeto Conexões (organizado pelo National Theatre de Londres, British Council, Teatro Escola Célia Helena, Colégio São Luís e Cultura Inglesa), que estimula o teatro feito por jovens para jovens e promove o intercâmbio entre escolas públicas, particulares e projetos sociais da cidade de São Paulo. Já são cinco anos ajudando adolescentes carentes do Jaguaré. Ao longo desse tempo produziu 14 peças, com a participação de mais de 80 pessoas.
A primeira peça produzida e encenada pelo grupo, ainda antes de se constituir como companhia teatral, foi Avoar, em 2004, com a participação de 30 jovens e direção de Vladimir Capella. O espetáculo foi apresentado no teatro do Colégio Santa Cruz. Até então despretensioso, o projeto passou a existir de fato apenas em 2006. Como ação social, no entanto, o Vizinho Legal está presente no Jaguaré desde 2001.
Integração – Para melhor integração, os adolescentes participam de todo o processo: escolha do texto, workshops com o autor, debates e ensaios com dramaturgos e diretores, construção de cenários, figurinos e composição da trilha sonora. Em 2007, o grupo encenou Meio Fio, de Marcelo Rubens Paiva, com direção de Marcello Airoldi, que ficou em cartaz no Teatro Cultura Inglesa, Teatro Municipal de Barueri, Tendal da Lapa, Teatro Vento Forte, Espaço Cultural Grande Otelo, Festival de Teatro de Taquarituba e na escola Deputado Augusto do Amaral.
Destaque também para as peças Maledicência, My Face, Uma Professora Muito Maluquinha, O Monstro do Lixo, Lindo de Morrer, A Ópera do Malandro e a mais recente, com temporada prorrogada até o fim de outubro, Crescer - Cenas de Fases da Vida. A Cia de Teatro Vizinho Legal fará o próximo espetáculo, Contos que cantam sobre pousospássaros, de Cláudia Schapira, com direção de Jacqueline Obrigon, no dia 27 de novembro de 2011, no Teatro Cultura Inglesa, em Pinheiros.
Pontapé – Para entender como começou a Cia de Teatro Vizinho Legal é preciso voltar um pouco no tempo e relembrar a história do Programa Vizinho Legal, criado pela Roche Farmacêutica, em 2001. O programa, que atende a crianças, adolescentes e gestantes do bairro do Jaguaré, na zona oeste de São Paulo, foi uma iniciativa de funcionários da empresa que queriam oferecer à comunidade atividades culturais, como forma de apoiá-los e ampliar sua visão de futuro.
"Foram oferecidas às crianças e jovens aulas de violino, violoncelo, violão, pop-rock, percussão, coral e dança", explicou a gerente de Responsabilidade da Roche Farma Brasil, Rosicler Rodriguez. Em 2002, colaboradores da empresa começaram voluntariamente a dar aulas de futebol para os jovens no campo de futebol da Roche. Em 2003, houve a estruturação como um programa social de fato, incorporando as ações de cultura e esportes.
"As primeiras atividades foram voltadas aos cuidados com as gestantes da comunidade. O intuito principal do projeto é integrar as famílias", disse Rosicler. O Programa está dividido em três frentes: saúde, cultura e esporte. Na saúde, o programa chega à comunidade por meio de campanhas de conscientização, orientação e grupos de gestantes. A cultura vem com aulas de teatro, dança, inglês, música, passeios culturais, grupos artísticos, entre eles a Cia de Teatro Vizinho Legal e encaminhamento de jovens para escolas profissionalizantes. Já no esporte são promovidas atividades para práticas saudáveis de recreação e lazer, como aulas de voleibol e futebol para crianças e jovens.
"Queremos, entre tantos objetivos, minimizar os efeitos da vulnerabilidade social, proporcionando espaços transformadores de aprendizagem, convivência e fortalecimento dos vínculos afetivos", salientou Rosicler. O investimento da Roche para o Programa Vizinho Legal este ano é de R$ 540 mil.