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2012, um bom ano para ser voluntário
Por    15 de fevereiro de 2012
Fazer a diferença no mundo pode começar com a simplicidade de contar uma história para uma criança, cortar e fazer as unhas de um idoso, organizar uma biblioteca ou apenas ajudar uma instituição nas tarefas administrativas. A diretora financeira Cristina Brandão, 50 anos, voluntária da Fundação Dorina Nowill, que atende deficientes visuais, sabe bem o que é doar um pouco de tempo para fazer a diferença na vida de outras pessoas.
Há três anos, Cristina dedica uma manhã por semana ao setor de marketing da fundação, fazendo o clipping de notícias, organizando arquivos e colaborando em eventos. "Trabalhar com voluntariado já faz parte da minha família. Sou a quarta geração a dedicar um tempo para outras pessoas. Cresci vendo minhas bisavó, avó e mãe fazendo isso. É muito bom para aprender a valorizar tudo na vida", diz.
Apesar de parecer uma tarefa simples, ser voluntário não é somente fazer o bem. É preciso muito mais. É um compromisso assumido que deve ser colocado na rotina, uma vez que tem regras e horários determinados. "Não posso acordar e querer contar histórias para as crianças internadas em determinado hospital.
Existe um cronograma a ser seguido. Faltas não justificadas podem tirar a pessoa do projeto. É um compromisso sério", afirma a coordenadora de Desenvolvimento Humano da Associação Viva e Deixe Viver, Graziela Renata da Silva.
Graziela compartilha da opinião de que para ser voluntário não basta querer, tem de estar preparado para começar a ver o que não é comum no dia-a-dia, como crianças doentes. "É preciso entender que não pode sentir a dor daquela crianca, não pode se envolver. Tem que ir e transportar essa criança para o mundo da fantasia. Não tem que enxergar a doença, mas sim enxergar uma criança querendo viver ", disse.
Experiência - O Hospital Infantil Sabará, no bairro de Higienópolis, terá este ano, pela primeira vez, a experiência de ter uma equipe de voluntários. Por meio de inscrições que abriram essa semana no site do hospital serão selecionados interessadas em dedicar um tempo para as crianças que passam todos os dias pelos centros cirúrgicos, pronto socorro e brinquedoteca, e também àquelas que estão nos setores de internação, UTI e nos leitos de isolamento. Ao todo serão chamados 50 voluntários para o trabalho.
"Nossa expectativa é receber pessoas que tenham interesse em trabalhar em um ambiente hospitalar, que gostem de crianças e que saibam que o trabalho voluntário exige comprometimento e dedicação", disse o pediatra e presidente do Hospital Infantil Sabará, José Luiz Setúbal.
Já a Associação Viva e Deixe Viver tem bastante experiência com voluntariado. A ideia de contar histórias para as crianças que, por um motivo ou outro, estão nos hospitais, aconteceu como em um passe de mágica e foi colocada em prática em agosto de 1997. "Conversava com a minha sobrinha por telefone e contei que o ambiente hospitalar põe medo nas crianças, e disse que queria mudar isso, nem que só um pouquinho. Ouvi do outro lado da linha: tio, leia para elas", disse o diretor-fundador da ONG, Valdir Cimino.
Desde 1993, Cimino trabalhava com crianças: doando brinquedos e organizando a arrecadação de tíquetes refeição para a compra de leite no Hospital Emílio Ribas. "Queria fazer mais. E passei a permitir que o Pinóquio e o Gepetto recebam ajuda dos Powers Rangers para sair da barriga da baleia, e que a Cinderela pode até ter joanete. Nós, adultos, podemos ficar felizes diante de um 'hoje eu não quero ouvir história'. Um 'não' pode ser importante para quem não pode se livrar das agulhas, dos remédios e do tratamento de um hospital", afirma.
História - Na história do voluntariado paulistano não pode ser esquecida a Rede Feminina de Combate ao Câncer, fundada por Carmen Annes Dias Prudente, esposa do médico Antonio Prudente, criador do Hospital do Câncer. Com a morte do marido, em 1965, Carmem se afastou das atividades da instituição, considerado o maior centro de tratamento da doença do País, e junto com seu exército de voluntárias, conhecido pelos jalecos cor-de-rosa, passou a se dedicar aos doentes de hospitais, que visitava diariamente.
A Rede Feminina começou com um pequeno círculo de amigas e se transformou numa instituição que arrecada desde roupa de cama e banho para o uso dos pacientes até gêneros alimentícios e dinheiro. Carmem Prudente, que tinha mal de Alzheimer faleceu em junho de 2001, aos 89 anos. Sua obra continua até hoje.
Maioria trabalha fora
O Brasil ainda engatinha quando o assunto é voluntariado. Mas a cada ano mais brasileiros encontram tempo para se dedicar a uma causa social. Atualmente, uma em cada quatro pessoas com mais de 16 anos já realizou algum trabalho voluntário.
Os dados da pesquisa da Rede Brasil Voluntário, realizada pelo Ibope Inteligência, mostrou também que a maioria dos voluntários (67%) trabalha fora, sendo 51% em horário integral.
Dos 35 milhões de voluntários brasileiros, 53% são mulheres e 47% homens. A maioria, cerca de 43% são oriundos da classe C, 40% das classes A e B e 17% das classes D e E. A faixa etária que tem mais voluntários é entre 30 e 39 anos.
As instituições religiosas ganham destaque no voluntariado, com 49%, seguidas de instituição de assistência social, com 25%, associação de bairro, com 12% e instituição educacional com 10%.
Há três anos, Cristina dedica uma manhã por semana ao setor de marketing da fundação, fazendo o clipping de notícias, organizando arquivos e colaborando em eventos. "Trabalhar com voluntariado já faz parte da minha família. Sou a quarta geração a dedicar um tempo para outras pessoas. Cresci vendo minhas bisavó, avó e mãe fazendo isso. É muito bom para aprender a valorizar tudo na vida", diz.
Apesar de parecer uma tarefa simples, ser voluntário não é somente fazer o bem. É preciso muito mais. É um compromisso assumido que deve ser colocado na rotina, uma vez que tem regras e horários determinados. "Não posso acordar e querer contar histórias para as crianças internadas em determinado hospital.
Existe um cronograma a ser seguido. Faltas não justificadas podem tirar a pessoa do projeto. É um compromisso sério", afirma a coordenadora de Desenvolvimento Humano da Associação Viva e Deixe Viver, Graziela Renata da Silva.
Graziela compartilha da opinião de que para ser voluntário não basta querer, tem de estar preparado para começar a ver o que não é comum no dia-a-dia, como crianças doentes. "É preciso entender que não pode sentir a dor daquela crianca, não pode se envolver. Tem que ir e transportar essa criança para o mundo da fantasia. Não tem que enxergar a doença, mas sim enxergar uma criança querendo viver ", disse.
Experiência - O Hospital Infantil Sabará, no bairro de Higienópolis, terá este ano, pela primeira vez, a experiência de ter uma equipe de voluntários. Por meio de inscrições que abriram essa semana no site do hospital serão selecionados interessadas em dedicar um tempo para as crianças que passam todos os dias pelos centros cirúrgicos, pronto socorro e brinquedoteca, e também àquelas que estão nos setores de internação, UTI e nos leitos de isolamento. Ao todo serão chamados 50 voluntários para o trabalho.
"Nossa expectativa é receber pessoas que tenham interesse em trabalhar em um ambiente hospitalar, que gostem de crianças e que saibam que o trabalho voluntário exige comprometimento e dedicação", disse o pediatra e presidente do Hospital Infantil Sabará, José Luiz Setúbal.
Já a Associação Viva e Deixe Viver tem bastante experiência com voluntariado. A ideia de contar histórias para as crianças que, por um motivo ou outro, estão nos hospitais, aconteceu como em um passe de mágica e foi colocada em prática em agosto de 1997. "Conversava com a minha sobrinha por telefone e contei que o ambiente hospitalar põe medo nas crianças, e disse que queria mudar isso, nem que só um pouquinho. Ouvi do outro lado da linha: tio, leia para elas", disse o diretor-fundador da ONG, Valdir Cimino.
Desde 1993, Cimino trabalhava com crianças: doando brinquedos e organizando a arrecadação de tíquetes refeição para a compra de leite no Hospital Emílio Ribas. "Queria fazer mais. E passei a permitir que o Pinóquio e o Gepetto recebam ajuda dos Powers Rangers para sair da barriga da baleia, e que a Cinderela pode até ter joanete. Nós, adultos, podemos ficar felizes diante de um 'hoje eu não quero ouvir história'. Um 'não' pode ser importante para quem não pode se livrar das agulhas, dos remédios e do tratamento de um hospital", afirma.
História - Na história do voluntariado paulistano não pode ser esquecida a Rede Feminina de Combate ao Câncer, fundada por Carmen Annes Dias Prudente, esposa do médico Antonio Prudente, criador do Hospital do Câncer. Com a morte do marido, em 1965, Carmem se afastou das atividades da instituição, considerado o maior centro de tratamento da doença do País, e junto com seu exército de voluntárias, conhecido pelos jalecos cor-de-rosa, passou a se dedicar aos doentes de hospitais, que visitava diariamente.
A Rede Feminina começou com um pequeno círculo de amigas e se transformou numa instituição que arrecada desde roupa de cama e banho para o uso dos pacientes até gêneros alimentícios e dinheiro. Carmem Prudente, que tinha mal de Alzheimer faleceu em junho de 2001, aos 89 anos. Sua obra continua até hoje.
Maioria trabalha fora
O Brasil ainda engatinha quando o assunto é voluntariado. Mas a cada ano mais brasileiros encontram tempo para se dedicar a uma causa social. Atualmente, uma em cada quatro pessoas com mais de 16 anos já realizou algum trabalho voluntário.
Os dados da pesquisa da Rede Brasil Voluntário, realizada pelo Ibope Inteligência, mostrou também que a maioria dos voluntários (67%) trabalha fora, sendo 51% em horário integral.
Dos 35 milhões de voluntários brasileiros, 53% são mulheres e 47% homens. A maioria, cerca de 43% são oriundos da classe C, 40% das classes A e B e 17% das classes D e E. A faixa etária que tem mais voluntários é entre 30 e 39 anos.
As instituições religiosas ganham destaque no voluntariado, com 49%, seguidas de instituição de assistência social, com 25%, associação de bairro, com 12% e instituição educacional com 10%.