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Em exposição, a arte das ruas
Por    30 de outubro de 2012
"Tudo o que você precisa é um celular (e um cobertor)". Esta é somente uma das muitas frases que ficaram marcadas no Survival Guide Workshop, iniciativa realizada com 25 jovens que vivem em situação de rua na capital paulista. Com o vasto tema Como sobreviver nas ruas da cidade de São Paulo, os jovens participaram de um workshop artístico, coordenado por Patrick Waterhouse, diretor criativo da revista Colors, com o objetivo de mostrar um pouco da realidade das ruas. O resultado dos trabalhos, que envolveu pessoas assistidas pelo Projeto Quixote, se transformou em uma mostra, que relata a difícil sobrevivência nas ruas paulistanas, e em uma uma projeção urbana das obras em prédios famosos da capital.
Os participantes ficaram acampados, literalmente, por uma semana na Vila Mariana, na zona sul, onde está uma das sedes do Projeto Quixote). Lá, sob a orientação de Patrick Waterhouse, de Auro Lescher (fundador do Projeto Quixote) e dos educadores, eles realizaram um manual de sobrevivência na cidade de São Paulo. Com um misto de fotografia, narração de histórias e entrevistas, os jovens puderam partilhar a sua bagagem cultural adquirida com a vida na rua, sobre o que podem e não podem fazer, os desafios que enfrentam todos os dias e também a maneira de superá-los.
"Foi um trabalho incrível. Já trabalhei com outras crianças em Londres, mas aqui foi diferente. Ver do lado de dentro a questão desses meninos e meninas em situação de risco muda a perspectiva de vida", disse Waterhouse, Segundo ele, os jovens são sempre vistos como ameaças ou vítimas. "Não é porque eles vivem nas ruas que não têm ambições, desejos e fantasias de criança. Mesmo cometendo crimes, no fundo, são apenas crianças", afirmou.
Exposição A mostra São Paulo. Manuais de sobrevivência poderá ser vista na DOC Galeria, localizada na Vila Madalena, na zona oeste da capital , durante todo o mês de novembro. A parceria entre a Fundação Unhate, braço social da Benetton, que patrocinou a iniciativa, e o Projeto Quixote, que resultou na mostra, foi coordenada por Waterhouse.
"É uma honra receber um projeto tão rico em arte e ao mesmo tempo tão humano na DOC Galeria. Fico muito honrada por ter sido escolhida para mostrar um projeto que expressa a arte e os desejos das crianças", afirmou Mônica Maia, da DOC Galeria. Na sua opinião, o momento mais interessante foi presenciar os jovens admirando os próprios trabalhos.
"Eles chegaram tímidos, achando que seria algo muito elitizado. Logo perceberam que criamos ambientes simples e o mais próximo possível da história de cada um. Colamos cartazes com as frases e o apoio para os livros que eles criaram foram feitos em madeira, que muitos ainda usam para montar seus abrigos nas ruas", contou Mônica Maia.
Estímulo O objetivo do workshop foi estimular a expressão artística entre os jovens em situação de risco e que vivem na suas e encorajá-los, através deste instrumento, a contar as suas histórias e as suas experiências. A iniciativa pretende também afastar o medo de quem é visto como diferente, sobretudo se de uma outra classe social.
Para os organizadores do projeto, é justamente o medo que, dificultando a compreensão do outro, está entre as causas da marginalização que atinge os jovens que vivem na rua e da inércia com a qual as suas condições são aceitas como inevitáveis e quase naturais.
"É motivo de orgulho para a Fundação Unhate ter tido a possibilidade de iniciar uma colaboração com o Projeto Quixote. É uma organização muito enraizada na comunidade de São Paulo que, no decorrer dos anos, demonstrou saber oferecer, por meio de percursos positivos e realmente sustentáveis, uma verdadeira oportunidade de resgate e recuperação aos jovens com os quais trabalha", disse Maria Rosa Cutillo, a presidente da Fundação Unhate.
História - Para o fundador da ONG Projeto Quixote, que desde 1996 trabalha na missão de transformar a história de crianças, jovens e famílias em situação de risco social, Auro Lescher, a iniciativa une todas as pontas da sociedade. "Um objetivo fundamental une todos do Projeto Quixote, Fundação Unhate, crianças, educadores, artistas e coordenadores: o desejo de ousar entender a própria história, a própria identidade, e ainda mais transformá-la, criando outras histórias, de reencontros, consigo mesmo, com seu corpo, com a sua casa, a sua mátria e os seus desejos de futuro", disse.
O Projeto Quixote dedica atenção em especial aos problemas de uso abusivo de drogas dos jovens em situações vulneráveis e aposta na arte, na educação e na saúde como formas de aproximação e vinculação com estes jovens.
Busca através de oficinas artísticas criar estratégias clínicas e sociais, onde criatividade, afeto e expressão têm um papel fundamental. Na sede do Quixote, no Centro, são acolhidos crianças e adolescentes em situação de rua. A sede da Vila Mariana recebe os que vivem diversas situações de vulnerabilidade social.
Os participantes ficaram acampados, literalmente, por uma semana na Vila Mariana, na zona sul, onde está uma das sedes do Projeto Quixote). Lá, sob a orientação de Patrick Waterhouse, de Auro Lescher (fundador do Projeto Quixote) e dos educadores, eles realizaram um manual de sobrevivência na cidade de São Paulo. Com um misto de fotografia, narração de histórias e entrevistas, os jovens puderam partilhar a sua bagagem cultural adquirida com a vida na rua, sobre o que podem e não podem fazer, os desafios que enfrentam todos os dias e também a maneira de superá-los.
"Foi um trabalho incrível. Já trabalhei com outras crianças em Londres, mas aqui foi diferente. Ver do lado de dentro a questão desses meninos e meninas em situação de risco muda a perspectiva de vida", disse Waterhouse, Segundo ele, os jovens são sempre vistos como ameaças ou vítimas. "Não é porque eles vivem nas ruas que não têm ambições, desejos e fantasias de criança. Mesmo cometendo crimes, no fundo, são apenas crianças", afirmou.
Exposição A mostra São Paulo. Manuais de sobrevivência poderá ser vista na DOC Galeria, localizada na Vila Madalena, na zona oeste da capital , durante todo o mês de novembro. A parceria entre a Fundação Unhate, braço social da Benetton, que patrocinou a iniciativa, e o Projeto Quixote, que resultou na mostra, foi coordenada por Waterhouse.
"É uma honra receber um projeto tão rico em arte e ao mesmo tempo tão humano na DOC Galeria. Fico muito honrada por ter sido escolhida para mostrar um projeto que expressa a arte e os desejos das crianças", afirmou Mônica Maia, da DOC Galeria. Na sua opinião, o momento mais interessante foi presenciar os jovens admirando os próprios trabalhos.
"Eles chegaram tímidos, achando que seria algo muito elitizado. Logo perceberam que criamos ambientes simples e o mais próximo possível da história de cada um. Colamos cartazes com as frases e o apoio para os livros que eles criaram foram feitos em madeira, que muitos ainda usam para montar seus abrigos nas ruas", contou Mônica Maia.
Estímulo O objetivo do workshop foi estimular a expressão artística entre os jovens em situação de risco e que vivem na suas e encorajá-los, através deste instrumento, a contar as suas histórias e as suas experiências. A iniciativa pretende também afastar o medo de quem é visto como diferente, sobretudo se de uma outra classe social.
Para os organizadores do projeto, é justamente o medo que, dificultando a compreensão do outro, está entre as causas da marginalização que atinge os jovens que vivem na rua e da inércia com a qual as suas condições são aceitas como inevitáveis e quase naturais.
"É motivo de orgulho para a Fundação Unhate ter tido a possibilidade de iniciar uma colaboração com o Projeto Quixote. É uma organização muito enraizada na comunidade de São Paulo que, no decorrer dos anos, demonstrou saber oferecer, por meio de percursos positivos e realmente sustentáveis, uma verdadeira oportunidade de resgate e recuperação aos jovens com os quais trabalha", disse Maria Rosa Cutillo, a presidente da Fundação Unhate.
História - Para o fundador da ONG Projeto Quixote, que desde 1996 trabalha na missão de transformar a história de crianças, jovens e famílias em situação de risco social, Auro Lescher, a iniciativa une todas as pontas da sociedade. "Um objetivo fundamental une todos do Projeto Quixote, Fundação Unhate, crianças, educadores, artistas e coordenadores: o desejo de ousar entender a própria história, a própria identidade, e ainda mais transformá-la, criando outras histórias, de reencontros, consigo mesmo, com seu corpo, com a sua casa, a sua mátria e os seus desejos de futuro", disse.
O Projeto Quixote dedica atenção em especial aos problemas de uso abusivo de drogas dos jovens em situações vulneráveis e aposta na arte, na educação e na saúde como formas de aproximação e vinculação com estes jovens.
Busca através de oficinas artísticas criar estratégias clínicas e sociais, onde criatividade, afeto e expressão têm um papel fundamental. Na sede do Quixote, no Centro, são acolhidos crianças e adolescentes em situação de rua. A sede da Vila Mariana recebe os que vivem diversas situações de vulnerabilidade social.