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Deficiência visual gera ônus de US$ 269 bilhões por ano no mundo

Por Nayara do Valle - Contextual Comunicação (www.contextualcomunicacao.com.br)   22 de abril de 2013

Vision Impact Institute assume desafio global de alertar sobre as consequências da falta da correção visual

Atualmente, os problemas de visão afetam 4,2 bilhões de pessoas em todo o mundo, sendo que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 2,5 bilhões não têm acesso a medidas corretivas. No Brasil, cerca de 20% da população, algo em torno de 40 milhões de pessoas, se encontram nesta situação, ou seja, precisam mas não têm correção visual. Preocupada com esse cenário, a Essilor, líder mundial em lentes oftálmicas, lançará no dia 25/04, às 10h, em São Paulo, a primeira organização latino-americana dedicada às questões sócio-econômicas relacionadas à visão: o Vision Impact Institute. A região será a terceira a contar com a atuação do Instituto. Estados Unidos e França, cidades de Nova Iorque e Paris, respectivamente, foram os primeiros a lançarem o Instituto em março deste ano.

Em seu desafio para conseguir uma melhor visão para todos, o Instituto atuará como um conector global de conhecimento, dados e soluções. A sua missão é aumentar a consciência sobre o impacto sócio-econômico da deficiência visual (miopia, astigmatismo, hipermetropia e vista cansada, também chamada presbiopia) e fomentar a pesquisa, onde necessário, incentivando medidas no campo de visão corretiva. Além disso, trabalhará para garantir que a deficiência visual e as implicações econômicas emerjam como um desafio global. Anualmente, US$ 269 bilhões de produtividade são, declaradamente, perdidos por causa de problemas de visão, ou seja, um problema de saúde pública com significativas consequências econômicas, tanto a nível individual quanto coletivo, apesar de todas as soluções necessárias como exames oftalmológicos e correções estarem disponíveis.

Segundo o presidente do Vision Impact Institute, Jean-Félix Biosse Duplan, este é um processo contínuo e o Instituto irá incentivar mais pesquisas para avaliar melhor os custos da deficiência visual em todas as regiões e populações. "Estamos convidando cientistas e formadores de opinião em todos os países a se envolverem no desafio global de combate à deficiência visual", diz.

O presidente da Essilor para a América Latina, Tadeu Alves, destaca que a estimativa é que na região sejam mais de 170 milhões de pessoas que necessitam e não têm a visão corrigida, e cerca de 40 milhões no Brasil. Para se ter uma ideia, o programa Alfabetização Solidária apoiado pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) concluiu que a maior causa de evasão escolar são os problemas de visão que respondem por 22,9% dos casos. A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é de que 30% das crianças brasileiras precisam usar óculos.

O Instituto surgiu a partir da admissão de que dados sobre problemas de visão eram escassos e amplamente descoordenados, revelando a magnitude do problema de deficiência visual. Estudos realizados em todo o mundo foram coletados e reunidos em cooperação com o Boston Consulting Group para colocar este importante conhecimento à disposição da comunidade científica e dos decisores políticos, criando um centro de recursos online. Concebido como uma plataforma web interativa (visionimpactinstitute.org), o objetivo é unir uma comunidade de especialistas e acender um movimento mundial para aumentar a pesquisa de dados e combater a deficiência visual no mundo.

O impacto econômico subestimado da deficiência visual

Os problemas de visão e seus custos ainda são subestimados em países desenvolvidos e nos emergentes: 30% dos jovens no mundo, menores de 18 anos, supostamente sofrem de erros de refração e não são corrigidos, o que muitas vezes não é diagnosticado devido à falta de consciência ou ao acesso aos cuidados com a visão. De acordo com dados do Banco Mundial e do Boston Consulting Group, essa proporção sobe para 33% na força de trabalho, 37% entre os idosos e até 23% entre motoristas. No Brasil, estudo de 2010 da Universidade de Juiz de Fora-MG sobre detecção precoce de deficiência visual relacionada à eficácia escolar concluiu que crianças em idade escolar sem correção visual tem três vezes mais probabilidade de perder ao menos 1 ano escolar.

O impacto econômico é significativo a nível mundial: cerca de US$ 269 bilhões em produtividade são declaradamente perdidos a cada ano, incluindo US$ 50 bilhões na Europa, US$ 7 bilhões no Japão, e US$ 22 bilhões nos Estados Unidos - mesmo existindo soluções para corrigir a maioria dos problemas de visão.

O custo anual global da perda de produtividade corresponde à realização de exame de vista para metade da população mundial atual. Assim, medidas simples podem reduzir drasticamente as consequências econômicas da deficiência visual bem como as sociais, ainda que o custo, o nível de acesso a cuidados e a consciência variem conforme o país.

Um Conselho Consultivo especializado e independente

Para apoiar e orientar o trabalho Vision Impact Institute, especialistas internacionais independentes e renomados concordaram em se juntar ao Conselho Consultivo do Instituto. Dentre eles:

  • Kevin Frick, Ph.D., MA, Johns Hopkins, Bloomberg School of Public Health, em Baltimore,EUA;
  • Clare Gilbert, oftalmologista, professor no International Eye Health, Centro Internacional de Saúde Ocular, London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres, Reino Unido;
  • Arun Bharat Ram, presidente da SRF Limited (Fibras Shri Ram) Nova Deli, na Índia;
  • Wu Jianmin, ex-embaixador na França e na Holanda, o ex-representante permanente da República Popular da China junto a Organização das Nações Unidas em Genebra.

Essas personalidades eminentes orientam as ações do Instituto, divulgam o trabalho de pesquisadores e lideram esta campanha de sensibilização sobre a visão em suas respectivas áreas de influência.

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