Notícias
Após dois anos de negociações, é definida nova agenda de desenvolvimento pós-2015.
O acordo foi finalizado em 02 de agosto, em Nova Iorque, e contou com uma ampla participação da sociedade civil. Estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e 169 metas para acabar com a pobreza até 2030 e promover universalmente a prosperidade econômica, o desenvolvimento social e a proteção ambiental.
“Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” engloba uma agenda universal, transformadora e integrada.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, parabenizou o acordo, afirmando que “busca garantir a paz e a prosperidade e forjar uma parceria com as pessoas e o planeta”. Ele adicionou que o Sistema ONU se mantém pronto para apoiar a implementação da nova agenda.
O documento amplia os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) adotados em 2000, que respondiam a uma gama de questões que incluíam reduzir a pobreza, doenças, desigualdade de gênero e promover o acesso à água e ao saneamento até 2015. Os ODSs, e a agenda mais ampla de sustentabilidade, têm a erradicação da pobreza como o objetivo primordial e buscam a integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável – econômica, social e ambiental. Visam a superar barreiras como a desigualdade, o consumo e os padrões de produção insustentáveis, infraestrutura inadequada e falta de empregos decentes. A dimensão ambiental é coberta com metas sobre os oceanos e recursos marinhos, bem como sobre os ecossistemas e a biodiversidade.
Para os representantes da sociedade civil brasileira que acompanharam o processo integralmente, o documento é uma vitória do multilateralismo. “A ONU ter acordado uma agenda única para tratar de 17 dos grandes problemas do mundo, com o foco principal de erradicar a pobreza nos próximos 15 anos é desafiador. Se vai dar certo ou não, vai depender muito de nossa capacidade de incidir politicamente junto aos governos e ao setor privado”, avalia Alessandra Nilo, coordenadora geral da Gestos (Soropositividade, Comunicação e Gênero) e Diretora da ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) -PE
A nova agenda de desenvolvimento pede uma ação por todos os países, pobres, ricos e de renda média. Os Estados-membros se comprometem a não deixar ninguém para trás. O “cinco Ps” – pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria – mostra um pouco acerca do amplo alcance da agenda.
Os meios de implementação delineados no documento final, focam em finanças, tecnologia e desenvolvimento de capacidades. Os Estados-membros destacaram que as transformações desejadas exigirão o abandono do chamado “business as usual” – a forma como tradicionalmente são realizados os negócios –, e a intensificação dessas transformações necessitará da cooperação internacional em muitas frentes.
Uma arquitetura de acompanhamento e avaliação – elemento central do documento final – será fundamental para apoiar a implementação da nova agenda. O Fórum Político de Alto Nível sobre desenvolvimento sustentável, criado após a Conferência Rio+20, será o ápice para o acompanhamento e avaliação dos ODS, desempenhando um papel central.
Mais de 150 líderes mundiais são esperados para a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável na sede da ONU em Nova York, entre 25 e 27 de setembro, para formalmente adotar o documento final acordado neste fim de semana.
O rascunho de acordo sobre a nova agenda de desenvolvimento, que será adotado durante um encontro na sede da ONU em Nova York, entre os dias 25 a 27 de setembro, pode ser encontrado em https://sustainabledevelopment.un.org/post2015
Fonte: ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais.
http://www.abong.org.br/noticias.php?id=9010