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Reforço contra o câncer infantil

Por RITS    18 de dezembro de 2001
Numa iniciativa da Fundação Banco do Brasil e da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), foi lançada, no último dia 27, a Central Informatizada de Oncologia Pediátrica (Ciope), cuja operação deve ser iniciada em janeiro. Trata-se de uma base de dados, sediada na Sobope, em São Paulo, que irá centralizar informações sobre o diagnóstico e tratamento do câncer, cadastrando todos os casos em pacientes de zero a 18 anos no país, estimados em cerca de sete mil por ano.

O lançamento da Ciope faz parte do Programa Criança e Vida, que apóia e incentiva ações voltadas para o atendimento de crianças e adolescentes com câncer em todo o Brasil. O programa foi criado em 1997 pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Ministério da Saúde, com o principal objetivo de combater a mortalidade de crianças e adolescentes por câncer. As ações do programa são dirigidas a profissionais voltados para a onco-pediatria; instituições de saúde que prestam serviços de atendimento e tratamento do câncer pediátrico; entidades de assistência e apoio a crianças e adolescentes com câncer e jovens portadores do câncer e seus familiares.

A Ciope será um dos instrumentos utilizados pelo Programa Criança e Vida para contribuir para a elevação das taxas de cura de crianças e adolescentes com câncer no Brasil. É uma iniciativa pioneira no país. Se diagnosticada com precisão e tratada precocemente, a doença tem até 70% de chances de ser curada, índice alcançado nos países desenvolvidos. "Para cada tipo de câncer, existe um protocolo terapêutico, que é um conjunto de procedimentos mais eficazes", explica Dulcejane Vaz, diretora da área de saúde e de assistência social da Fundação Banco do Brasil. Através da centralização de informações, as instituições brasileiras que estiverem interligadas poderão utilizar um modelo de tratamento adotado pelos países com maiores índices de cura.

Segundo Dulcejane, a implementação da Ciope possibilitará o fortalecimento dos centros de atendimento e tratamento da doença em todo o Brasil. Com base nos dados adquiridos nos cadastros, a Central vai beneficiar 46 instituições de referência terapêutica no tratamento do câncer da infância e adolescência no país. "Queremos que os centros no Norte e no Nordeste tenham a mesma abordagem terapêutica de centros do Sul e do Sudeste, que são os mais avançados do país. Assim, uma criança da região Norte, por exemplo, não precisará se deslocar para o Sudeste para receber um tratamento adequado. Por esse motivo, é muito comum que a família de uma criança portadora de câncer da região Norte ou da região Nordeste acabe desistindo do tratamento - por falta de recursos", diz.

Ao melhorar a coleta de informações sobre a situação do câncer em crianças e adolescentes, a Central vai permitir a sistematização dos dados sobre o câncer infantil, a uniformização do tratamento, o acesso de instituições especializadas a avanços da oncologia pediátrica em todos os serviços, e o intercâmbio permanente de informações através da formação de uma rede de especialistas e hospitais. "Para que a Central atinja os seus objetivos, é necessário que todos os centros de atendimento e tratamento do câncer pediátrico no Brasil colaborarem enviando dados", ressalta Dulcejane.

Mais informações sobre a Ciope e o Programa Criança e Vida podem ser obtidas através da página da Fundação Banco do Brasil na internet

(http://www.cidadania-e.com.br/).

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