"Frankenstein" em aula de informática

São Paulo - Pequenos "frankensteins" estão mudando a vida de centenas de jovens no Paraná. São computadores usados, mas em boas condições, remontados para garantir o ensino de informática a jovens carentes. Já passaram pelas escolas do Comitê para a Democratização da Informática (CDI-PR) cerca de 1.500 jovens.

No momento, mais 600 crianças e adolescentes freqüentam as aulas, com a esperança de encontrar um lugar melhor no futuro. É o que Elias Bonfim, 19 anos, está conseguindo, após se destacar na escola do CDI na Vila Pantanal, periferia de Curitiba. Ele foi contratado pela Linea Serviços de Informática para trabalhar como analista de suporte dentro da Electrolux, ambas parceiras da ONG paranaense. No final do ano, presta vestibular para o curso de informática, mas não esqueceu a escola onde tudo começou - agora é voluntário e atua dando aulas de revisão para os instrutores.

O CDI-PR é uma ONG criada, a exemplo da "matriz" carioca de Rodrigo Baggio, para lutar contra a exclusão digital. No Paraná, a entidade começou a atuar em novembro de 1998. Hoje, são 22 escolas em áreas carentes da região metropolitana de Curitiba e de cidades do interior.

Premiado com o Troféu Dignidade Solidária deste ano, o CDI-PR tem o apoio de empresas como Xerox, Z.Ogilvy Publicidade e Infraero. No plano nacional, conta com o suporte da Microsoft, que doa todos os softwares para uso nas escolas e apóia eventos.

No ano passado, a empresa doou verba para comprar a sede do CDI nacional, no Rio. O gerente regional da Microsoft no Paraná e Santa Catarina, Marcelo Simões, tornou um voluntário e, há um mês, assumiu a diretoria de novos projetos do CDI-PR.

Neste final de ano, o CDI-PR espera receber cem equipamentos Pentium da Esso, que deverão ser usados para criação de escolas de informática em Araucária, região metropolitana de Curitiba.