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AM vai a encontro sobre a hanseníase

Por A Crítica - http://www.acritica.com.br   2 de janeiro de 2002
Manaus - Na segunda quinzena deste mês, o Amazonas estará sendo representado, por meio da Fundação Alfredo da Matta e Fundação para o Controle da Hanseníase do Amazonas, na Reunião com os Meios de Comunicação Social e as Autoridades de Saúde, em Madri (Espanha), quando serão discutidas metas e estratégias para a Erradicação da Hanseníase até o ano 2005.

Com o slogan “A lepra tem cura e o estigma também”, as instituições envolvidas no Programa de Combate à Hanseníase intensificarão as medidas contra a doença e o preconceito.

Como ponto de pauta também serão ressaltadas discussões sobre a hanseníase no mundo, no Brasil e no Amazonas. O detalhamento desse estudo será feito pela enfermeira sanitarista Maria Ângela Torrecilla, única representante brasileira e servidora da Fundação Alfredo da Matta.

No mundo, dados de entidades ligadas ao problema revelam que, com o uso da polioquimioterapia (PQT) pelos pacientes, a enfermidade sofreu uma redução de mais de 85%. Nos últimos 15 anos, o número de países com o problema passou de 122 para 24. O progresso foi ponto importante de discussão na 44ª Assembléia Mundial de Saúde, ocorrida em 1991, onde ficaram estabelecidas metas de redução da prevalência – um caso para 10 mil habitantes até o ano 2000. Nos registros da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global é de 1,4 caso para 10 mil habitantes, superior ao que foi estipulado na assembléia.

A maioria dos casos de hanseníase está concentrada nas áreas geográficas de dez países: Índia, Brasil, Madagascar, Nepal, Moçambique, Genea, Nigéria, Myamar, Camboja e Etiópia que, juntos, representam 820 mil casos, o equivalente a 92% do problema global da doença no mundo.

A situação da hanseníase no Brasil está desenhada da seguinte forma: a enfermidade é endêmica em todo o território nacional, com distribuição irregular de casos, excetuando-se os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que já eliminaram a doença. As Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as que apresentam as maiores taxas de detecção e prevalência da enfermidade.

No Amazonas, o quadro da hanseníase ainda é preocupante. Os Municípios hiperendêmicos – 20 pacientes por 10 mil habitantes – são Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá, Manicoré, Presidente Figueiredo e Caapiranga.

O porcentual da doença apontou para o ano 2000 um total de 1.421 casos em tratamento e 566 pacientes novos. Em 2001 foram registrados 1.113 casos novos e um total de 2.025 pacientes em tratamento.

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