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Ongs lançam SOS Águas do Brasil
Por Folha de Pernambuco    22 de janeiro de 2002
Objetivo é apresentar relatório na conferência Rio +, das Nações Unidas
SÃO PAULO - O Movimento Grito das Águas, que reúne cerca de 60 organizações não-governamentais (Ongs) e o Núcleo de Educação e Especialização para o Deficiente (Need), lançaram esta semana, em São Paulo, no córrego do Ipiranga, a campanha nacional SOS Águas do Brasil. O objetivo é apresentar um relatório independente sobre a qualidade das águas do País na Conferencia Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas (ONU), a Rio + 10, que será em setembro deste ano, na África do Sul.
"Escolhemos fazer o lançamento aqui, no córrego do Ipiranga, pelo seu valor simbólico. Ele é citado no Hino Nacional e é um retrato da situação das águas do Brasil", afirmou Leonardo Morelli, coordenador geral do Movimento Grito das Águas, falando da poluição e do fato de que não há mata ciliar nas margens do córrego, conforme determina a lei. As crianças deficientes do Need plantaram flores, que formaram a sigla SOS, próximas ao Monumento da Independência, no Museu do Ipiranga.
"No documento que entregaremos na conferência da ONU, vamos enfatizar que o Brasil tem as melhores leis ambientais e vem recebendo uma infinidade de recursos internacionais, mas nossas águas estão contaminadas cinco vezes mais do que deveriam", afirmou. "Queremos também uma efetiva participação da comunidade nas questões envolvendo a água, porque hoje as decisões são monopolizadas pelos gabinetes de Brasília e por ongs carta-branca, que têm apoio de políticos e ministros. Poucos foram os resultados concretos", criticou.
No lançamento da campanha, os ambientalistas contaram com a presença de pesquisadores do Massachusetts Institute of Techonology (MIT), dos Estados Unidos, um dos maiores centros de pesquisa do mundo. O chefe do Departamento de Engenharia Sanitária da Faculdade de Engenharia Ambiental do MIT, Donald Harleman, esteve presente no ato. Ele e um grupo de pesquisadores do instituto estão no Brasil para estudar os impactos da baixa das águas dos lagos de Furnas, em Minas Gerais decorrentes da crise energética que afetou as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
"O professor Harleman tem uma atuação forte em relação aos contaminantes das águas, principalmente no que diz respeito ao saneamento", disse. Segundo Morelli, são dois os principais responsáveis pela contaminação das águas: a falta de controle ambiental do despejo e tratamento de resíduos, o que contamina as reservas de água e o lençol freático, e a ausência de saneamento básico. "E o MIT desenvolveu uma tecnologia de tratamento de esgoto que é mais barata e que pode ser usada no Brasil, como já vem acontecendo em alguns municípios. Recursos não faltam", apontou Morelli.
No mês que vem, uma comitiva do SOS Águas do Brasil estará na Europa, fazendo contato com pesquisadores e autoridades da França, Inglaterra, Áustria, Portugal e Bélgica, discutindo o problema da água e soluções possíveis, mostrando os projetos existentes no Brasil. Entre junho e julho, deverá ir para os Estados Unidos e Canadá.
SÃO PAULO - O Movimento Grito das Águas, que reúne cerca de 60 organizações não-governamentais (Ongs) e o Núcleo de Educação e Especialização para o Deficiente (Need), lançaram esta semana, em São Paulo, no córrego do Ipiranga, a campanha nacional SOS Águas do Brasil. O objetivo é apresentar um relatório independente sobre a qualidade das águas do País na Conferencia Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas (ONU), a Rio + 10, que será em setembro deste ano, na África do Sul.
"Escolhemos fazer o lançamento aqui, no córrego do Ipiranga, pelo seu valor simbólico. Ele é citado no Hino Nacional e é um retrato da situação das águas do Brasil", afirmou Leonardo Morelli, coordenador geral do Movimento Grito das Águas, falando da poluição e do fato de que não há mata ciliar nas margens do córrego, conforme determina a lei. As crianças deficientes do Need plantaram flores, que formaram a sigla SOS, próximas ao Monumento da Independência, no Museu do Ipiranga.
"No documento que entregaremos na conferência da ONU, vamos enfatizar que o Brasil tem as melhores leis ambientais e vem recebendo uma infinidade de recursos internacionais, mas nossas águas estão contaminadas cinco vezes mais do que deveriam", afirmou. "Queremos também uma efetiva participação da comunidade nas questões envolvendo a água, porque hoje as decisões são monopolizadas pelos gabinetes de Brasília e por ongs carta-branca, que têm apoio de políticos e ministros. Poucos foram os resultados concretos", criticou.
No lançamento da campanha, os ambientalistas contaram com a presença de pesquisadores do Massachusetts Institute of Techonology (MIT), dos Estados Unidos, um dos maiores centros de pesquisa do mundo. O chefe do Departamento de Engenharia Sanitária da Faculdade de Engenharia Ambiental do MIT, Donald Harleman, esteve presente no ato. Ele e um grupo de pesquisadores do instituto estão no Brasil para estudar os impactos da baixa das águas dos lagos de Furnas, em Minas Gerais decorrentes da crise energética que afetou as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
"O professor Harleman tem uma atuação forte em relação aos contaminantes das águas, principalmente no que diz respeito ao saneamento", disse. Segundo Morelli, são dois os principais responsáveis pela contaminação das águas: a falta de controle ambiental do despejo e tratamento de resíduos, o que contamina as reservas de água e o lençol freático, e a ausência de saneamento básico. "E o MIT desenvolveu uma tecnologia de tratamento de esgoto que é mais barata e que pode ser usada no Brasil, como já vem acontecendo em alguns municípios. Recursos não faltam", apontou Morelli.
No mês que vem, uma comitiva do SOS Águas do Brasil estará na Europa, fazendo contato com pesquisadores e autoridades da França, Inglaterra, Áustria, Portugal e Bélgica, discutindo o problema da água e soluções possíveis, mostrando os projetos existentes no Brasil. Entre junho e julho, deverá ir para os Estados Unidos e Canadá.