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'É grande o silêncio sobre os índios'
Por Correio do Povo    4 de fevereiro de 2002
Nobel da Paz de 92 afirma que os governantes brasileiros dão pouca atenção
aos direitos indígenas
Considerada a maior defensora da causa indígena, a Prêmio Nobel da Paz em 92 disse estar 'impressionada' com a situação dos índios no Brasil. Para Rigoberta Menchú Tum, da Guatemala, que participou ontem de um seminário no II Fórum Social Mundial, é grande o silêncio dos governantes a respeito dessas comunidades. 'Não há discussão sobre os direitos específicos', acrescentou. Entretanto, declarou-se feliz com a criação do fórum permanente das Nações Unidas integrado por índios. 'Resta saber quantos recursos serão destinados a este órgão para implementar as políticas', salientou.
A líder indígena destacou a importância de eventos como o FSM, mas frisou que seria essencial uma integração das discussões com os participantes do Fórum Econômico Mundial. 'Não é possível pensar em desenvolvimento auto-sustentável no futuro se os senhores dos bancos estão num país e os movimentos sociais no outro lado.' Sobre os acontecimentos de 11 de setembro, Rigoberta destacou que o fato está virando pretexto para endurecer as fronteiras, prejudicando milhares de pessoas. 'Temos de definir o que se entende por terrorismo hoje, senão podemos errar, dando um cheque em branco a países interessados em desenvolver a ditadura', alertou. Segundo ela, 90% das vítimas no Afeganistão são mulheres e crianças. Rigoberta contou que há seis anos apoiou campanhas de luta pelos direitos das afegãs.
Conforme Rigoberta, após os atentados contra os EUA, organismos como as Nações Unidas ficaram debilitados. 'Quem decide afinal quando se inicia um novo conflito armado?', questionou. Para que haja paz no novo milênio, defende o seu 'código de ética': 'Não pode haver paz sem justiça, justiça sem igualdade, igualdade sem democracia e democracia sem respeito à diversidade'.
O FSM também abriu espaço ontem para os indígenas desabafarem sobre a realidade em que vivem e discutirem políticas para resolver o problema. Na oficina 'Desenvolvimento sustentável a partir do conhecimento das comunidades tradicionais', o índio Anisio, da etnia guató, falou da realidade vivida em sua aldeia, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. 'O maior problema é a perda da língua. A aldeia tem 120 índios e só 20 ainda falam o guató.'
Considerada a maior defensora da causa indígena, a Prêmio Nobel da Paz em 92 disse estar 'impressionada' com a situação dos índios no Brasil. Para Rigoberta Menchú Tum, da Guatemala, que participou ontem de um seminário no II Fórum Social Mundial, é grande o silêncio dos governantes a respeito dessas comunidades. 'Não há discussão sobre os direitos específicos', acrescentou. Entretanto, declarou-se feliz com a criação do fórum permanente das Nações Unidas integrado por índios. 'Resta saber quantos recursos serão destinados a este órgão para implementar as políticas', salientou.
A líder indígena destacou a importância de eventos como o FSM, mas frisou que seria essencial uma integração das discussões com os participantes do Fórum Econômico Mundial. 'Não é possível pensar em desenvolvimento auto-sustentável no futuro se os senhores dos bancos estão num país e os movimentos sociais no outro lado.' Sobre os acontecimentos de 11 de setembro, Rigoberta destacou que o fato está virando pretexto para endurecer as fronteiras, prejudicando milhares de pessoas. 'Temos de definir o que se entende por terrorismo hoje, senão podemos errar, dando um cheque em branco a países interessados em desenvolver a ditadura', alertou. Segundo ela, 90% das vítimas no Afeganistão são mulheres e crianças. Rigoberta contou que há seis anos apoiou campanhas de luta pelos direitos das afegãs.
Conforme Rigoberta, após os atentados contra os EUA, organismos como as Nações Unidas ficaram debilitados. 'Quem decide afinal quando se inicia um novo conflito armado?', questionou. Para que haja paz no novo milênio, defende o seu 'código de ética': 'Não pode haver paz sem justiça, justiça sem igualdade, igualdade sem democracia e democracia sem respeito à diversidade'.
O FSM também abriu espaço ontem para os indígenas desabafarem sobre a realidade em que vivem e discutirem políticas para resolver o problema. Na oficina 'Desenvolvimento sustentável a partir do conhecimento das comunidades tradicionais', o índio Anisio, da etnia guató, falou da realidade vivida em sua aldeia, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. 'O maior problema é a perda da língua. A aldeia tem 120 índios e só 20 ainda falam o guató.'