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Tema dos poderosos e excluídos nos fóruns

Por A Crítica    4 de fevereiro de 2002
NOVA YORK (AFP) - O Fórum Econômico Mundial - que este ano em vez de Davos (Suíça) acontece em Nova York (EUA) - está observando o confronto de dois mundos: o dos poderosos do planeta e o dos que levantam a voz pelos "excluídos". Porém, ambos concordam que a erradicação da pobreza é necessária de modo urgente.

Antes, as reuniões do Fórum Econômico Mundial se centravam, sobretudo, em temas como o desenvolvimento do comércio mundial e as novas tecnologias. A pobreza era apenas uma bandeira agitada por alguns manifestantes.

Porém, os ataques terroristas de 11 de setembro parecem ter aberto os olhos dos líderes do mundo, principalmente os dos países industrializados, para um planeta mais vulnerável e menos seguro do que acreditavam.

E, enquanto nas ruas milhares de ativistas acusavam o Fórum de aumentar a pobreza no mundo, nos luxuosos salões do hotel nova-iorquino Waldorf Astoria os quase 3.000 participantes discutiam temas como: as causas da revolta no mundo, do terrorismo e dos conflitos regionais.

Apesar de não ter existido um verdadeiro diálogo entre os manifestantes e os participantes do Fórum, a pobreza tem sido considerada a causa da maior parte dos problemas do mundo, incluindo o terrorismo, e requer uma solução urgente.

O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse: "Temos que lutar contra a pobreza, temos que lutar contra a disparidade, temos que lutar contra a falta de esperança".

Por outro lado, o chanceler alemão Gerhard Schroeder pediu à comunidade internacional uma justiça "material, social e ambiental".

O ministro das Relações Exteriores da França, Hubert Vedrine, pediu uma globalização mais justa.

Porém, os manifestantes antiglobalização não se mostram dispostos a aceitar as palavras dos líderes. "São só palavras", disse uma manifestante no sábado.

Para os participantes do Fórum de Davos, que dirigem os destinos do planeta, a globalização contribuirá para a redução da pobreza e para a redução da diferença entre países ricos e pobres.

Por outro lado, os manifestantes consideram que a globalização econômica é uma das causas do aumento da pobreza e do desemprego no mundo, e do aumento da diferença entre ricos e pobres, como também pensam os milhares de manifestantes reunidos no Brasil para o Fórum Social Mundial de Porto Alegre.

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